Capítulo 20 - Torta de abobora

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Gina Weasley estava se sentindo uma completa idiota, havia sido burra o suficiente para acreditar que Draco Malfoy tinha mudado. Gina conhecia Draco antes mesmo de entrar para Hogwarts. Sabia como ele mesquinho e metido. Sempre ouvia as conversas de seu irmão, Rony com os amigos, falando de como o loiro era cruel. O ápice para eles foi quando o loiro chamou Hermione Granger de sangue ruim, desde esse dia, o trio passou a ter um ódio ainda maior pelo garoto. Sem contar que no mesmo ano, Malfoy se esforçou ao máximo para que Rúbeo Hagrid fosse demitido, e expulso de Hogwarts, o que não teve sucesso. Ela sabia que ele era cruel. Ela conhecia os pais do garoto. Ela sabia do que Lucius Malfoy era capaz. Mas, contra todos seus instintos, contra toda sua experiência, contra tudo Gina havia acreditado. Gina havia aberto sua vida e seu coração para o garoto. Ela confiou cegamente no loiro. Confiou em sua redenção. Ela acreditava que era capaz de muda-lo. E, então descobriu o quão besta foi em acreditar em tudo isso.

- Será que foi tudo mentira? – ela falava baixinho para si mesma, estava sozinha no salão comunal da Grifinoria, era hora do jantar – Será que nada foi real? Será que ele realmente nunca sentiu nada por mim? – ela estava sentada no chão, com a cara enfiada nos joelhos. – Não pode ser. Eu sei que existe algo bom lá. Eu sei que existe uma luz – algumas lágrimas escorriam de seu rosto – Tem que existir.

- Gina? – Harry Potter falou entrando no salão comunal – Trouxe torta de abobora para você – ele falou se aproximando – E uma latinha de coca-cola, cortesia do Dobby.

- Oh, Harry – a ruiva falou olhando para o garoto, Harry equilibrava a torta e o refrigerante em uma das mãos, e com a outra ajeitava o óculos que estava torto – Obrigada, mas não estou com fome.

- Você precisa comer – o moreno se sentou ao lado da garota – Dobby ficaria muito triste se seu trabalho de entrar no castelo com refrigerante clandestino fosse em vão.

- Acho que – pausa – Uma coca iria bem – ela pegou a lata da mão do garoto, abriu e deu um gole.

- E , eu ficaria muito triste se meu trabalho de subir até aqui com essa torta fosse em vão.

- Ah, Harry – ela riu – Sinto muito, mas Dobby é mais importante.

O garoto colocou a torta em cima de uma mesinha que tinha perto dos dois.

- Você precisa comer em algum momento Gin – o moreno olhava atentamente para a ruiva – Não consigo ver você se destruindo por culpa do Malfoy.

Ouvir aquele nome era como levar uma facada no peito.

- Ficarei bem Harry, é só um coração partido – ela deu de ombros – Nada que alguns chocolates não resolvam.

- Então terei que sair escondido no meio da noite para buscar chocolates?

- Não – ela riu – Não quebre nenhuma regra por mim Harry.

- Eu faria qualquer coisa por você Gin.

- Obrigada – ela encostou a cabeça no ombro do moreno.

- Mas sério Gin, você precisa comer.

- Se eu comer a torta, você para de falar isso?

O garoto assentiu com a cabeça.

Então a ruiva pegou a torta e deu uma garfada, e a devolveu na mesinha.

- Pronto.

- Já é um avanço – Harry riu.

- Eu disse que vou ficar bem Harry.

- Você realmente gosta dele né? – o moreno falou olhando para suas mãos.

- Queria muito não gostar.

- O que fez você gostar dele?

- Não sei ao certo te responder Harry – pausa – Acho que as coisas só foram acontecendo. Draco foi gentil comigo. Ele cuidou de mim, me protegeu – ela falou segurando as lágrimas – Ele estava sempre me fazendo rir, e me irritando ao mesmo tempo. Ele sempre ficava me olhando com aqueles olhos acinzentados – pausa – Acho que um pouco de tudo, cada pedacinho de Draco, me fazia gostar ainda mais dele. – Pausa - Até mesmo os defeitos, sabe. Sei que é cruel, e eu não concordava com o modo que ele tratava alguns alunos, eu o repreendia e pedia para ele parar, claro que ele nunca parou. Mas até isso eu meio que gostava. Até das nossas discussões, eram calorosas, e sempre acabavam – pausa – Com ele me elogiando ou demostrando um pouco de bondade.

- Draco sempre foi bom com manipulações.

Gina apenas olhou para suas mãos, e deixou algumas lágrimas caírem. Era isso que tinha sido, apenas manipulação?

- Você acredita mesmo que ele seja mal, não é Harry?

- Eu não acredito Gin, ele é. – pausa – Todos sabemos disso.

- Mas, você não acha que – pausa – que ele poderia mudar um dia?

- Talvez. – pausa – Acho que todos nós temos luz e trevas dentro de nós Gin. O que importa é como lidamos com elas. – pausa – Algum dia, talvez Draco pode se arrepender de tudo que fez, e voltar atrás – pausa – ou ele pode só continuar assim.

- Como você soube que – pausa – Que Sirius estava dizendo a verdade? Quando ele contou sobre Pedigrew.

Harry respirou fundo, falar sobre seu padrinho ainda doía. Afinal, ele tinha morrido para protegê-lo.

- As evidencias diziam que ele estava sendo sincero. O mapa, e Remus estava lá. Eu sempre confiei inteiramente em Remus. – Pausa – Mas, o que me fez realmente acreditar, foi que eu senti que era verdade. Sabe, eu só senti que era real. Quando olhei nos olhos de Sirius, era evidente que falava a verdade.

Gina ficou em silencio, imaginando se algum dia Draco Malfoy aparecia, contando uma historia de que era inocente, ficou imaginando se ela olharia em seus olhos, e sentiria que ele estava falando a verdade. Ela ficou imaginado se algum dia ele voltaria para ela.

- Você contou para Remus? Ou Olho-tonto? – Gina falou olhando para suas mãos.

- Sim – Harry falou sério – Remus disse que não há nada que possamos fazer. Pelo menos, não por enquanto. Draco é menor de idade, o que torna as coisas complicadas. E, ele ainda não foi pego fazendo nada.

- Ah – Gina falou ainda encarando suas mãos. Não sabia o que aconteceria com Draco, tinha medo que o garoto fosse mandado para Askabam, ou algo pior.

- Você precisa comer – Harry voltou a falar. – Vai, por mim Gin.

- Não estou com fome Harry.

- Só um pouquinho – ele fez biquinho – Vamos. – o garoto pegou a torta, o garfo e fez aviãozinho para a garota abrir a boca.

Se alguém entrasse na sala naquele momento, diria que havia algo ali. Diria que havia um clima, sentimentos e essas coisas todas. Mas Gina Weasley e Harry Potter sabiam que a única coisa que haviam entre eles, era um imenso amor fraterno. E só. Afinal, Harry Potter estava completamente apaixonado por Cho-Chang, e estava quase conseguindo conquista-la. Para o garoto que sobreviveu, chamar uma garota para um encontro, não devia ser tão difícil.

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