Lonely Again

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POV EMMA

Ridículo. Absurdamente ridículo. Quem John pensa que ele é? Já é a segunda vez que ele vai para cima de Ethan porque ficou bravo por algo que eu fiz. Mas eu e Miller não temos nada, porque ele não quis ter! Eu que preciso ser uma santa que fica esperando por ele sentada? Fala sério, John Miller! Esses pensamentos dominam minha cabeça enquanto eu volto para a casa ao lado de Danielle. Nossa manhã já havia sido suficientemente conturbada. Depois que voltamos do boliche, eu a convidei para dormir na minha casa, ficamos fofocando até tão tarde da noite que perdemos completamente a hora de acordar. Fui para a escola de pijama em uma tentativa fracassada de entrarmos na primeira aula. Eu odeio passar a tarde toda de pijama.

Além de lidar com meu sono e meu péssimo humor, ainda tive que lidar com algo assim. Não sei nem por onde começar a explicar meus sentimentos para mim mesma. Sinto que estou perto de ter uma crise de ansiedade por conta do meu coração super acelerado e as minhas mãos suadas. Eu respiro, mas não consigo levar uma quantia boa de ar para meus pulmões. Repentinamente, eu paro de andar. Danielle só percebe que fiquei para trás depois de alguns passos.

- Emma. – Ela vem até mim e me abraça. Danielle é a única que sabe sobre as minhas crises. A única capaz de me ajudar, pois ela sabe como é se sentir assim. Seu abraço me envolve assim que as lágrimas começam a cair. O som do meu choro é abafado pelo seu corpo, que também me impede de ficar tremendo, como eu geralmente fico toda vez que estou ansiosa. – Eu estou aqui. – Repete minha melhor amiga, várias e várias vezes até que eu entenda que ela não me deixará cair.

Sinto uma pressão grande na minha cabeça, como se eu estivesse nadando em um local muito profundo. Como o mar. A cada dez metros de profundidade nessa água a pressão aumenta em uma atmosfera. Eu sinto uma pressão como se eu estivesse nadando em um local de 100 metros de profundidade e com uma pressão de 10 atmosferas apertando e moldando meu corpo até me esmagar por completo. Isso sempre me faz pensar na minha primeira crise. Eu estava sozinha. Foi por conta de uma prova de biologia, no ano passado, o conteúdo era muito complicado e o professor sempre fazia umas provas quase impossíveis, achei que eu não iria conseguir. A minha falta de fé na minha própria capacidade foi o que desencadeou esses episódios, porém, a partir daí, eles apenas foram piorando.

Tudo que eu quero fazer é gritar. Gritar até que todo o sentimento ruim saia de mim. Gritar até que meu coração fique leve novamente.

Aos poucos, as lágrimas, os soluços e as tremedeiras cessam, meu coração se acalma. Danielle não me soltou por um segundo sequer. Eu me afasto, secando meu rosto e pegando um pedaço de papel para assoar o meu nariz. Respiro fundo. O ar entra em meus pulmões normalmente. Passou, acabou.

- Está mais calma, meu amor? – Ela pergunta e eu faço que sim com a cabeça. – Que bom. Fique mais tranquila, não se culpe por isso. A gente nem ouviu a versão de John.

- Mas o Ethan me contou tudo...

- Amiga. – Ela me interrompe. – Não é porque vocês se beijaram que ele é inocente. Você precisa lembrar que o Ethan também estava andando com a Melissa e não te contou isso.

- Você desconfia de algo?

- Sim, de muita coisa. – Ela suspira. – Temos que falar com John. Temos que ouvi-lo.


Na casa de Danielle, mandamos uma mensagem para John e Jake pedindo para eles virem nos encontrar também. Enquanto esperamos, eu ando inquieta pelo quarto dela. Ando pela frente da sua cama, vou até a escrivaninha, até a sua estante lotada de livros e depois volto até a cama, recomeçando o circuito.

- Você pode aquietar essa bunda? Está me deixando nervosa. – Ela diz, em tom de brincadeira.

- Eu não consigo. Me desculpa.

The BeginningOnde histórias criam vida. Descubra agora