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Os dias passaram rápido, ainda mais com as férias. As semanas, então, passam como o flash. Mas com isso muita coisa aconteceu. Eu e o John estamos muito afastados. Aos poucos paramos de nós falar todos os dias, e de nos ver todas as semanas. Aos poucos as mensagens foram parando, e os assuntos foram acabando. O motivo de tudo isso? Eu não sei. Apenas ele poderia responder essa questão. No começo, eu tentava correr atrás, mas ele era grosso e não dava uma explicação coerente, só inventava qualquer desculpa para parar de falar comigo.

Suspiro e olho para a tela de bloqueio do meu celular, que vibra com uma nova mensagem de Ethan.

Isso também foi algo que mudou. Quando achei aquela carta, percebi que eu sentia sua falta. Para ser mais precisa, sentia falta da nossa amizade.

Logo no dia seguinte o chamei para dar uma volta, botar a conversa em dia. Tínhamos muitas atualizações para fazer. Ele me contou sobre seus meses na Inglaterra, como era a escola, como foi morar com sua avó, seus novos amigos, festas e as garotas inglesas. Eu lhe contei sobre John, e ele ouviu pacientemente.

"-Ele é besta por te fazer esperar, Emma. Você merece alguém que saiba o que quer." – Foi o que Ethan me disse, em uma tentativa de me reconfortar.

Voltamos a ser os amigos que éramos antes. Nunca poderíamos perder a nossa amizade por conta de frustrações amorosas. Tenho que agradecer aquela carta por me fazer perceber isso.

Levanto-me de minha cama e estico minha mão para pegar o celular.

....

E. Jack: Oi Smith, quer fazer algo legal hoje?

Emma: Algo legal... Tipo????

E. Jack: Pool party? Vai ser na casa de um amigo meu, aqui perto. Todo mundo vai. Até Danielle e Jake.

Emma: Fechado.

Emma: Todo mundo quem?

E. Jack: Todos os nossos amigos. Noah, Melissa, Danielle, Brooke, Emily, Jake...

Emma: John? Ei ei ei, sabemos que Melissa não é minha amiga.

E. Jack: Sim, o John também. Talvez seja uma boa oportunidade de conversarem.

Emma: Concordo.

....

POV JOHN

Eu não sabia o que eu estava fazendo com a minha vida. Eu tentei cortar Emma de todos os jeitos possíveis. E não porque eu não a amo, mas porque eu a machucava, estar comigo a machucava. Eu estava pedindo demais, pedindo para ela me esperar e eu não posso fazer isso. Ela gosta da sua liberdade.

As coisas dentro de meu coração não estão bem, estão bagunçadas e confusas. Meus pais acabaram de se divorciar, e Emma nunca entenderá como é sentir seu mundo desabando dessa forma, ver a sua família se desfazendo. Espero que ela nunca precise entender como é se sentir assim. São esses motivos que me levam a acreditar que não posso me envolver com ninguém. Eu não estaria lá para ela de verdade, e ela seria incapaz de entender as minhas crises.

Sei que me afastar dela não é correto, ainda mais do jeito que eu fiz. No começo, Emma tentava entender o motivo, mas depois de um tempo isso parou. E não posso julgá-la por ter desistido. Acho que eu também desistiria depois de tantas tentativas.

Claro que eu sinto sua falta. Sinto muito sua falta. Mas nesse momento ela não pode me ajudar, só uma pessoa que passou por isso pode. Melissa. Ela me passou seu telefone naquela noite em Santa Mônica, desde então não paramos de nós falar um segundo. Ela até me convidou para ir em uma pool party de um dos seus amigos.

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