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POV ETHAN

- Vocês deveriam fazer isso. – Diz Arthur, convencido.

John e eu estávamos pensando em convidar a Emma para ir ao baile. Essa era a ideia. Como faríamos isso era a grande incógnita.  

- Eu e Ethan deveríamos convidá-la, tipo, ao mesmo tempo? – Questiona John, com um leve tom de dúvida em sua voz.

- Exatamente! – Arthur Jones arruma seu cabelo, que já estava perfeitamente arrumado cinco minutos antes de ele fazer isso. – Vocês fazem isso e ao mesmo tempo já conseguem uma resposta sobre quem ela realmente quer. Sabe, não entendo muito de meninas... Mas ela me parece bem confusa, e talvez vocês não estejam ajudando.

- Como assim, Arthur? – Pergunto, confuso.

- A lerdeza de vocês me impressiona. Parabéns. Nunca viram um romance teen na vida? – Ele não obtém uma resposta e bufa. – Vocês a convidam, ela escolhe um... Quem ela não escolher saí da vida dela.

Sair da vida de Emma não me parecia uma opção, nunca. Se bem que eu não posso falar muita coisa sobre sair da vida das pessoas. Eu sou o garoto que deixou tudo para trás e resolveu viver uma vida nova na Inglaterra. Eu sou o garoto que a deixei aqui, sozinha. Diferentemente de John, que sempre estivera lá para ela.

- Precisamos ser tão radicais assim no quesito de sair da vida dela?

- Claro! Só se vocês quiserem que ela continue confusa e continue fazendo vocês de gato e rato.

Meu melhor amigo e John continuaram conversando sobre isso. Eu apenas conseguia pensar sobre como a ideia de Emma não me escolher me apavora. Ela é a única pessoa por quem eu fui capaz de me apaixonar. Somente ela. Perdê-la será como pisar em toda a esperança que eu já tive sobre viver um romance.  

Eu nunca deveria ter voltado. Se eu não estivesse aqui, ela estaria feliz com John e eu estaria tranquilo beijando quantas meninas eu quisesse nas festas dos meus amigos ingleses. Mas não, eu fiz questão de retornar. Desde então, não frequentei nenhuma festa e nem beijei nenhuma outra boca sem ser a da minha loira. Talvez eu não possa mais chamá-la de minha.

- Certo. Eu achei uma boa ideia. – Falo, interrompendo a conversa agitada dos dois.

Seria bom acabar com essa agonia de uma vez por todas. Se ela não me quiser, voltarei para a minha vida antiga. Sem ficar sofrendo.

- Bom, vou deixar vocês se resolverem então. Enquanto isso, vou para a minha casa dormir, já que não tenho isso de ficar me preocupando com amor. Só minha mãe me ama e está tudo bem para mim. – Arthur abre um sorrido irônico e debochado do jeito que só ele sabe fazer.

Uma coisa engraçada sobre mim e Arthur é que nós não somos amigos a tanto tempo assim. Deve fazer pouco menos de dois anos. E mesmo assim a nossa amizade sobreviveu por muita coisa. Fomos capazes de criar um laço difícil de se achar por aí. Ele é o único que me entende e que possui a capacidade de ajudar. É claro que sua mãe não é a única pessoa nesse mundo que o ama, porém não sou eu quem vai dizer isso.

Na hora que ele vem se despedir, fazemos nosso toque de mão tradicional. Bate, soquinho, estrala os dedos, soquinho mais uma vez.

- Nós vemos por aí, Jones.

- Tchau idiota. – Ele bagunça meu cabelo porque sabe que eu odeio isso.

- Tchau John. – Os dois se despedem e meu amigo sai do meu quarto, sem olhar para trás.

- O que pensa sobre a ideia de Arthur?

- Achei boa, na verdade. – Fala John, deitando-se em minha cama. – Emma já brincou demais com a gente. Acho que está na hora de acabar com isso.

The BeginningOnde histórias criam vida. Descubra agora