The Beginning

On Top of The World

POV JOHN

"Seja forte", "Não desista", "Vamos lá, você consegue "– São possivelmente as falas mais comuns quando as pessoas querem incentivar você a fazer algo, e é o que Jake tem falado para mim todos os dias. "Não desista da Emma, ou você irá perdê-la". Suspiro, tirando o cobertor do meu corpo e me levantando da minha cama. Hoje será um dia, apenas mais um dia comum. Sem brigas no banheiro ou beijos. Confesso que desde o dia que o Ethan armou para mim, eu penso em desistir, vejo isso como a saída mais fácil. Seria como fugir da incerteza que me traz tanta ansiedade. Nunca tive tanto trabalho para conseguir estar com alguém antes. Mas aquela festa de Dia das Bruxas, em que ela disse que me ama, renovou toda a minha vontade de lutar. Emma me ama, e nada vai ser capaz de tirar isso de mim.

Coloco meu pé direito no chão gelado e faço o melhor que posso para expulsar toda a energia negativa de dentro de mim. Hoje vai ser um dia diferente. Quero fazer coisas que apenas façam bem para a minha loira e a deixe feliz, sem rivalidade com ninguém. Quero ver um sorriso verdadeiro em seu rosto, do mesmo jeito que ela sorriu no último sábado. Quero beijá-la sem medo e sem receio, não tenho mais Melissa em minha vida, não preciso ter medo de estar fazendo algo errado. Hoje vai ser um dia diferente.

Me arrumo calmamente, acordei antes do despertador e tenho tempo até a aula começar. Pego a primeira camiseta na minha gaveta e a primeira calça de moletom que vejo, sem grandes produções, só quero estar confortável. Saio de meu quarto e vejo minha mãe, Martha, encaixotando algumas coisas em seu quarto. Ela faz isso todos os dias e aos poucos as coisas do meu pai saem de casa, dona Martha começou cedo hoje, ela não deve estar muito bem. Todo mês desde que senhor Miller saiu daqui, minha mãe lhe devolve uma caixa cheia de suas tranqueiras. Foi uma maneira que ela encontrou de não precisar o ver em um curto espaço de tempo. Eu mesmo não o vejo desde as férias de verão, uma escolha minha, não consigo olhar no rosto de alguém que traiu a própria família.

- Bom dia, mãe. – Bato na porta do cômodo e ela se vira para mim. Seus olhos estão vermelhos, provavelmente por conta de seus choros.

- Bom dia, querido. – Minha mãe deposita um beijo na minha testa e volta a dobrar as blusas de couro espalhadas por sua cama. – Vai lá tomar um café, se não você vai atrasar para a escola.

- Pode deixar, mãezinha. – A angústia em meu peito fica cada vez maior por vê-la sofrer. Queria poder salvá-la de tudo o que ela deve estar sentido. – Eu te amo.

- Eu também te amo, meu filho.

Ando pelo corredor. No passado, as paredes eram lotadas de fotos da nossa família, tínhamos muitas, de diversos momentos importantes. Agora, essas mesmas paredes, estão vazias. Tristes. É possível ver onde estivera os porta-retratos porque existem espaços retangulares extremamente brancos na parede empoeirada. Me pergunto o que minha mãe teria feito com tudo isso.

Hoje precisa ser um dia diferente, John. Você não vai pensar sobre nada disso.

- Pega uma carta, Miller. – Diz Jake, entregando seu baralho para mim. – Você vai ver como eu vou acertar.

- Está bem, está bem. – Tiro dois de copas, cor vermelha.

- Muito bem, coloque de volta no meio do baralho. – Faço o que foi pedido. Meu amigo pega as cartas de minha mão e começa a embaralhar, até que tira uma carta e me mostra. – Essa é a sua carta.

- Sim. – Respondo, quando vejo que ele acertou. – Parabéns, Jake.

- Parabéns, amor. – Ouço a voz de Danielle, que se levanta e vai parabenizar seu namorado com um beijo.