⋯ Vigésimo Quarto Capitulo ⋯

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A menina quase maldisse a pessoa, estava faminta e a todo momento alguma coisa interrompia a sua primeira refeição da noite, foi somente quando viu os sapatos afivelados que caiu em si.

— Vossa Alteza. — Fez uma reverência e mordeu um pedaço da tortinha.

Ele sorriu, observando uma gota de chantilly suspensa no lábio inferior da garota, enquanto ela mastigava.

— Eu o abraçaria, mas estou um pouco ocupada no momento. — acrescentou.

O loiro sorriu ainda mais, tomando o último pedaço de tortinha que estava na mão da garota e lambendo os lábios depois.

— Está delicioso. — disse, entretido. — Gostaria de provar um pouco mais disso... O que é?

— Hum. — A garota exclamou. — Geralmente sou eu quem faço perguntas como essa, Henry.

— Deixe-me adivinhar, então.

Arya deu espaço para que ele caminhasse ao mesmo tempo que observava a grande mesa.

— Acho que é esse aqui. — O príncipe pegou o doce errado nas mãos e mordeu, sentiu o sabor azedo e fez uma expressão engraçada. — Definitivamente não é. — Estendeu para a menina, esperando que ela comesse. Ao invés disso, ela gargalhou.

Henry estava com os dedos sujos de um tom vermelho, devido ao doce arredondado que estava comendo. Ele não conseguia identificar o sabor, estava em dúvida entre framboesa e morango, mas sabia que aquele não era, nem de longe, tão gostoso quanto o que ele saboreara em seu dedo há alguns segundos antes.

— Acho que você não seria capaz de descobrir qual desses é o que eu comia nem se provasse a mesa inteira.

— Já disse que a senhorita me subestima?

— Sim, Henry, já.

Uma serva baixinha estava atrás do príncipe, tímida e acanhada, era tão pequena que parecia ser uma criança, coçava a garganta desesperada esperando uma oportunidade para falar. O príncipe mais novo abriu a visão da criada, dando espaço para que ela se expressasse.

— Senhorita Coulor, Sua Majestade pediu para que eu viesse buscá-la, está na hora das fotografias que havia ela lhe falado no início da ocasião.

— Tudo bem. — disse à criada. — Alteza, se me der licença... — antes que ele respondesse a garota começou a seguir a serva, até que sentiu a mão gelada de Henry em seu antebraço.

— Quero que vá até meu quarto hoje, depois do baile. — Respirou fundo. — Ou melhor, eu quero te acompanhar até ele.

— Não acha que seria arriscado demais, Alteza?

— Todos estarão distraídos no baile. E e-eu não pretendo demorar muito mais aqui.

— Nem eu, meus pés estão me matando. Só preciso encontrar o meu irmão e tirar essas malditas fotografias. — disse a garota despertando um sorriso gentil do príncipe.

— Tudo bem. Eu te espero.

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Acompanhar o ritmo da rainha e de suas flores era extremamente difícil, Arya pensou em desistir quando contou nos dedos que já estavam na vigésima sexta fotografia. Ela não podia desistir, encurralada entre Blanche, o girassol e Cassandra, o lírio, o melhor que podia fazer era sorrir quase que rasgando a boca. Quando a sessão de fotos chegou ao fim ela se perguntou o motivo obsessivo da corte querer sempre registrar os momentos, imaginou se algum dia sua imagem poderia estar estampada em algum daqueles livros da biblioteca, se pudesse, acreditava que essa seria a melhor maneira de ser vista, vestida na sua identidade e cor favorita.

A Coroa PúrpuraOnde histórias criam vida. Descubra agora