26 | ᴛʀᴀɢᴇ́ᴅɪᴀ

281 63 5
                                    

M E E R A

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

M E E R A

Cada centímetro de meu corpo doía.

Era como se agulhas estivessem perfurando o meu corpo. Uma dor sólida que me fazia grunhir. Era como se chamas estivessem se propagando por meus poros, como se minha alma estivesse pegando fogo. O ar estava se tornando escasso em meus pulmões, me fazendo respirar pesadamente. Eu implorava por socorro, mas minha voz está fraca demais para emitir algum som.

Eu não sabia onde estava, tampouco me recordava como diabos vim parar aqui. A sala é escura, coberta por pedras, tem um odor péssimo e me faz querer vomitar. O ambiente é macabro e assombrador. Arquejei em busca de consolo, aos prontos. Minha mente estava em pânico total, com medo se disseminando por todos os meus capilares.

Meu cérebro tentava processar todas as informações, todavia, esse era um seguimento lento, que arruinava minhas estruturas psicológicas. Eu estava em um beco sem saída, me sufocando a cada segundo que se passava. As recordações ressurgiam na minha cabeça como feixes de luz incapazes de serem acompanhados por minha racionalidade.

- Vocês são tão lindos, tão perfeitinhos juntos. É uma pena que tenham que se separar. - A partir dali sua entonação mudou um pouco. - Não só agora, como pra sempre. - Seu timbre saiu assombrosa, o que me fez hesitar.

Foi algo muito rápido, quando ao menos percebi ela estava com um pano me sufocando pelo nariz. Quem ela é... droga! Ela é uma aliada de Etgar! Eu tenho que avisar, mas não consegui. O ar se tornou escasso em meus pulmões e minha voz falhava. Meus dedos frenéticos tentavam afastar a sua mão. Sem sucesso.

A escuridão me abraçou.

Essa foi a última coisa que surgiu na minha mente quando enfim a angústia me consumiu. Agora eu me lembro! Uma das subordinadas de Etgar se infiltrou na nossa base, disfarçada de criada ela conseguiu enganar os meus guarda-costas. E eles conseguiram. Eu estar aqui nesse exato momento é a prova mais concreta de que todo o seu plano foi um sucesso. Puta que pariu! Eu estou na palma da mão de meu inimigo.

Eu não conhecia maneiras para lidar com essa situação. Jordan me ensinou todos os possíveis destinos que decorreriam, menos essa parte, a que de fato está sucedendo. Minhas pernas tremelicavam como se tivesse gelo. Era o medo reagindo em conjunto com a amplidão de minha ânsia que se apoderava de minha índole. Quando meus pés conseguiram acertar o equilíbrio, foi uma sensação terrível, como se os meus ossos estivessem se dilacerando dentro de mim. Berrei de dor, contendo-me para não entrar em pânico ali mesmo.

Quando fiquei de pé, grunhi, com os olhos marejados, choramingando. Os meus passos são lentos e desastrados, me concentrando em não oscilar e desmoronar ali mesmo, se eu cair, é provável que eu não possa nunca mais me reerguer. Só que não posso ser fraca agora, tenho que prosseguir lutando, nem que isso custe a minha vida.

O SoberanoOnde histórias criam vida. Descubra agora