3 | ᴘᴏᴅᴇʀ

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J O R D A N

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J O R D A N

          Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele, frase de Benjamin Disraeli, uma das mais verídicas já criadas.

          Por mais de séculos enfrentei tolos que desafiaram o meu poder, minha dinastia e afrontaram o meu legado. Foram massacrados, dizimados, acharam que me vencer seria algo simples. Eles desejam o poder, a luxúria, a riqueza, isso é o mais importante para eles. São criaturas impuras, que desconhecem o verdadeiro significado de governar.

          Desfruto de um milênio de vida, os desafios esculpiram-me para essa missão. O poder percorre minhas veias; ele se expande em cada centímetro de mim. Ganharei essa rebelião, como venci várias outras, é somente mais do mesmo. Essa é a definição de ser O Soberano.

          — Estás a desperdiçar o meu tempo, imundo. Não vê que não existe escapatória? Está complicando as coisas para si mesmo. — Falei, agarrando pelo pescoço o homem que me confrontava.

          — O melhor para vocês e a humanidade é se renderem. — Exprimiu, após mais de horas em silêncio. — Etgar logo conseguirá a supremacia e ninguém será capaz de pará-lo, nem mesmo você. — Articulou, e eu o soltei, fazendo-o colidir com o chão.

          Meus lábios não movimentaram-se, permaneci em silêncio, aguardando que ele prossiga com o que diz, ao mesmo instante que estudo a situação.

          — Durante séculos vocês governaram alimentando uma regência de tirania, mas tudo tem um ponto final e esse é o fim da linha para vocês. — Disse, sorrindo, como se esse gesto conseguisse me afetar, ingênuo.

          — Esse não é o meu ponto final. — Afirmei, arrogantemente.

          — Não é, soberano? Achas mesmo que irá nos encontrar? Que interromperá os planos de Etgar? Não. Ouvi os boatos sobre seu pai, sobre quem foi o Clã Ekirev. Tornaram-se poeira e extinguiram-se no ar, caíram no precipício do fim. São todos iguais, à arrogância em seu olhar será vossa ruína. — Sorriu, mas não encarando-me, não entrevendo o meu olhar. São durões, mas nunca conseguem.

          — É, talvez. — Dei de ombros, fitando-o e afastando-me. Ele não irá morrer, ao menos não até arrancar de sua garganta o que preciso.

          — Você queimará nas chamas do inferno, ao lado de sua família. — Ameaçou, e pude sentir o ódio expelido em suas palavras.

          — Eu sou o inferno. — Expressei, retirando-me. Fechei a porta de ferro, permitindo que ele berre às paredes e emane sua fúria.

          Os caminhos para as masmorras são estreitos, além de ter um odor intenso de morte, já impregnado no ambiente. Existem prisões minúsculas, capazes de abrigar apenas uma pessoa de pé. Nos tempos em que meu pai era vivo, gritos de desespero e murmúrios de perdão e suplício eram os únicos sons presentes. Após a tortura psicológica e física, eram mortos e dados de alimento aos cães. A crueldade era um dos traços prevalentes de meu pai.

O SoberanoOnde histórias criam vida. Descubra agora