28 | ᴇᴍʙᴀᴛᴇ

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M E E R A

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M E E R A

  Há muito tempo não sei para onde as mãos do destino estão me direcionando.

As coisas acontecem mas rápido do que imagino. Horas atrás eu estava numa fortaleza, sendo protegida pelos melhores guardas de Jordan, mas agora estou em um lugar estranho, cara à cara com o assassino de minha família. Não tenho a mínima noção do sentimento que está me dominando no momento. É raiva, medo e ódio totalmente misturados.

  Perdi todas as noções cognitivas e entrei em desespero, meu corpo não sabe o que fazer, mas minha mente sabe que devo fazer algo. Eu tenho que me mexer, eu tenho que fazer valer à pena todas as promessas. Que tipo de ser humano eu sou, se não sou suficiente para correr atrás de minhas escolhas. Afirmei com todas às forças que mataria Etgar, que arrancaria sua cabeça de seu pescoço e sua língua da sua boca. E assim farei!

O homem à minha frente prosseguia a me observar, analisando cada mínimo detalhe meu. Suas írises avermelhadas me intimidavam, porém não era nada que eu já não estivesse acostumada. Convivi por anos acomodada ao medo e à culpa, enfrentar um homem não é a pior coisa que já fiz.

- Você tem à mesma garra que Ginevra, ela também era assim, uma mulher de alma indomável, uma força imbátivel da natureza. A falta que sinto dela é imensa, são mais de 13 anos sem ver o seu belo rosto, sem poder tocar a sua pele. Acho que entendo o amor de Jordan por você, eu também fui capaz de amar. - Sua voz exprimia, no fundo, algum tipo de arrependimento, todavia, suas palavras afirmavam que não havia remorso algum.

- Não pode dizer que amou minha mãe sendo que você mesmo a assassinou. Não irei permitir que você profane o nome dela. O que acredita ter sentido pela minha mãe em hipótese alguma pode ser proclamado como amor! Você a matou, você matou minha família. Admita que seu interesse era exclusivamente em roubar seus poderes e nada além disso. Seja homem ao menos uma vez nessa sua miserável vida e assuma isso! - Um sentimento avassalador me quebrava por dentro. Ele me partia em fragmentos de desamor e me completava novamente no furor. Encarei Etgar com desdém e ele pigarreou antes de falar.

A fisionomia dele mudou instantaneamente ao ouvir as minhas palavras. Vai ver, nas profundezas de sua alma, tinha ciência com todas as letras que eu estava certa, só não iria concordar.

- Você não sabe da minha trajetória, Meera. Você não sabe de nem um terço do que eu tive que passar para estar aqui, para que finalmente o plano que eu arquitetei durante séculos pudesse ser concretizado! Eu amava sua mãe e queria ela ao meu lado quando tudo isso acontecesse, quando enfim eu conseguisse me vingar daquele que tirou tudo de mim. - Nossos olhares eram como pólvoras que poderiam explodir a qualquer momento. - Sua família foi o primeiro empecilho, eu apenas os tirei do jogo. Após isso ela se rebelou contra mim, não era mais a mesma. Eu não a matei, ela sabia que seria suicídio me abandonar. Ela tinha a escolha de ficar, mas preferiu fugir. Então, não, Meera, eu não almejava perdê-la, entretanto, ela quis ir, o que eu poderia fazer?

O SoberanoOnde histórias criam vida. Descubra agora