21 | ᴅᴏʀ

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M E E R A

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M E E R A

          Quando os meus pés tocaram o solo foi como um choque.

           Meu estômago agia como se tivesse virado do avesso. Um enjoo momentâneo invadiu minha garganta. Meus pés tremiam e eu buscava me manter um pouco estável. Sendo franca, nunca serei capaz de me conformar com a aparatagem. É a pior coisa que existe.

          Dei passos a frente, sentindo o ar invadir meus pulmões. Em um piscar de olhos eu estava em Washington. Me encontrava exatamente a poucos metros do casarão do Clã Vecilius, onde minha irmã está sendo mantida em cativeiro. É hoje. Hoje, o mal será cortado pela raiz. Etgar entregará minha irmã e sucumbirá diante de Jordan.

         Uma mão tocou o meu ombro, dedos rígidos que eu conhecia bem. Orientei meu corpo para que pudesse olhar no fundo de seus olhos e sentir sua confiança.

          - Não perca a calma, Meera. O tormento acabará. - Assegurou, Jordan, apertando um pouquinho mais a pressão de sua mão. Sorri um pouco fraco, vendo-o sorrir também.

           Literalmente não sabia como agir, o que falar. Era constrangedor quando o pessoal estava ao nosso redor, eu me sentia muito pressionada, por essa mesma razão, mantemos um pouquinho mais de distância, por mais que eu ansiasse mais que tudo estar ao lado dele. Me contentei apenas em estar próxima, já era o bastante.

           - O plano é o mesmo do combinado. Idália ficará aqui com você, caso a situação fuja do controle ela fugirá contigo para o mais longe possível. Não se esqueçam do ponto central dessa missão: trazer Carol. - Engoli em seco, com as pontas dos dedos tremelicosos. É de mim que todo isso gira em torno. Tudo o que eu prezo é a saúde e a segurança de minha irmã. Após Jordan dizer à sentença, o grupo se distanciou aos poucos.

           O vampiro ficou um pouquinho mais de tempo, me encarando. Suas órbitas se encontraram diretamente com as minhas e murmurou um inaudível "até logo", assenti em resposta. Ele se afastou vagarosamente, levando consigo os meus medos. Naquela altura do campeonato eu só poderia rezar e esperar que tudo saísse como o planejado.

          Nunca fui boa em circunstâncias que precisassem de calma. Sempre acabava por me estressar e ter crises de ansiedade. Chorar e me sentir angustiada eram meus únicos remédios. No entanto, essa prática não é nem um pouco funcional agora. Isso só atrairia mais atenção e isso é tudo que menos almejo. Droga! É ainda mais agoniante!

           Idália permaneceu quieta enquanto meus nervos estavam a flor da pele. Queria ter o mesmo controle que ela sobre minhas emoções. Apoiei o meu torso no tronco de uma árvore, arfando em seguida. Cerrei o punho, buscando conter o turbilhão de sensações que emergiam a superfície.

           - O que está rolando entre você e o Jordan? - Questionou, a mulher, jogando suas belas mexas de tonalidade amarela para trás. Eu e ela não éramos íntimas, mas em todas as oportunidades eu gostava de admirá-la. Sua beleza é algo surreal.

O SoberanoOnde histórias criam vida. Descubra agora