M E E R A
Ondas de choque espalhavam-se por toda à minha pele.
Observava o infinito das galáxias e constelações que unidas formam o céu. As sombras da noite acobertavam a aplidão de um perpétuo luar, onde à lua vermelha em tom de rubis incandescentes destacava-se entre as nuvens de majestosidade.
Defronte para mim, situava-se um bosque com aparência melancólica e uma aura de causar-me arrepios, manifestados em uma expansão de medo. Não recordava-me daquele local, nunca havia o visto antes, todavia, pressentia na pulsação de meu coração o vazio o preencher.
Ouvia, em sons intensos e que propagavam-se no ar como átomos de tristeza, às melodias graciosas oriundas de um violino. As partituras indicavam uma canção que eu não reconhecia, no entanto, são consonâncias que agradam-me e integram-me um sentimento de amargura, por mais que as notas musicais sejam puras.
Avistava o bosque com pavor, enquanto os ruídos de corvos ploriferam com rapidez, me proporcionado um estado de euforia interna, onde meu subconsciente gritava de agonia. E, involuntariamente meus pés moviam-se sobre o solo úmido, onde minúsculas rochas machucavam os meus dedos de acordo com os meus passos. E eu não obtinha o controle pra parar.
A floresta era mais assustadora e tenebrosa quando em seu interior. Era rodeada por árvores que tocavam o céu, eram sombrias e em um tom maquiavélico e sem emoções. Transmitiam fobia e uma estética de amedrontamento. Suspirei fundo ao ver uma luz ao outro lado, como um feixe de claridade no fim de um túnel sem ponto de chegada.
O alvor chocou-se contra minha pele ao estar exposta a um sol que descansava entre as montanhas. E, ao vislumbrar toda à área, tenho ciência de onde estou. Essa é a fazenda de meus tios, à mesma em que minha mãe nos deixou sob os cuidados deles.
Mas o que faço por aqui?
Via o alazão negro que montei em meus dias de juventude. Costumava galopear entre os pátios que lá disponibilizavam.
E, na porta da casa encontrava-se eu e Carol, em frente a varanda, e na fachada, situava-se minha... Mãe. Há uma década não vejo-a, não de corpo e alma. Ela segurava em minha mão, conforme fez no dia 1 de Junho de 2007, quando partira para nunca mais revir e viver nas lembranças de uma moça fatídica.
Não pude evitar não aproximar-me; era tão real, conseguia transpirar a essência que dela emana. Caminhava até ela, sentindo meus olhos marejarem de tão assustada que eu apresentava-me. Era um choque sem anestésicos.
Quando acheguei-me o suficiente, meus lábios tentaram exprimir às primeiras palavras, entretanto, nenhum tinido escapava por minhas cordas vocais. E, ao esforçar-me, sentia mil agulhas perfurarem minha garganta, impossibilitando minha fala. E à única coisa que desdenhou de mim foi uma lágrima, que vertia-se sobre minha bochecha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Soberano
VampirLIVRO FINALISTA DO THE WATTYS 2021 ʀᴏᴍᴀɴᴄᴇ ᴠᴀᴍᴘɪ́ʀɪᴄᴏ + ₁₈ ❝Na guerra por soberania, onde o sangue prevalece, floresce a paixão do impuro pelo genuíno❞ Sob o luar de diamantes, no interior da floresta negra, escondem-se na b...