30 | ᴜᴍ ɴᴏᴠᴏ ᴄᴏᴍᴇᴄ̧ᴏ

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M E E R A

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M E E R A

Minha mente translucidava entre a matéria e os sentimentos.

Não sabia o que pensar; como agir. Há segundos, sentia um profundo ardor na minha alma, como se minha índole fumegasse como brasas no inverno. Ali, já não me sentia à mesma. Meu espírito havia se tornado algo totalmente vazio e me levou para um lado: o lado mais sombrio possível.

Meus braços estavam dormentes, como se estivessem cansados demais para reagirem. Minhas pernas relaxavam sobre o gramado esverdeado, e acima de mim, um céu azul com nuvens de algodão, que irradiavam beleza. Sendo franca, eu poderia passar horas a fio contemplando aquela bela paisagem. Mesmo em chamas, ela me proporcionava a paz que eu carecia. O vento de inverno amortecia o meu corpo, propiciando calma.

Respirei demasiada, questionando-me interiormente que lugar é esse e qual o meu propósito aqui, se alguma vez em minha vida, eu já havia estado aqui. Mas era falho, mesmo que eu procurasse nos confins da minha consciência, nem um resquício de memória me vinha em mente. Nem um pingo.

Continuei parada, encarando a amplidão das nuvens. De todos os jeitos, eu não sabia o que fazer. Perseverar ali era o mínimo. Nunca, em todos esses anos, tive essa harmonia de afeições. Mesmo que irrequieta, fechei os olhos, observando a escuridão. Eu podia enxergar além de mim, além de meu astral, enxergava em vislumbres cenas, cenas gravadas no meu peito. E uma delas era um beijo. Um beijo cálido no meio das lágrimas de tristeza e euforia. Jordan me beijava lentamente, e eu amava isso. Naquele momento, era como se fôssemos somente um.

O barulho do mato se abrindo chamou a minha atenção, e antes que eu pudesse perceber quem ou o que era, a sombra de uma pessoa cobriu-me, e quando orientei-me para olha-la, vi sua doçura. Sua cabeça impedia do sol tocar-me, então os raios pareciam emanar dela. Pisquei algumas vezes, buscando assimilar aquele rosto.

- C-carol? - Minha voz falhou, assim como os batimentos do meu coração erraram a batida. Ela então afirmou com a cabeça, abrindo um belo sorriso. E só aqueles simples gesto foi capaz de me fazer cair lágrimas.

E então, eu me ergui o mais rápido que eu pude. E sem pensar duas vezes, a envolvi nos meus braços, captando toda a energia positiva que ela disseminava. Eu a agarrei, com força, inspirando o seu adocicado perfume. E ali, eu já desmoronava, caindo na maré de desconsolo. Dei um pouco de espaço, especialmente para recuperar o meu fôlego.

Cravei os nossos olhares, admirando o fundo de seus olhos prateados, vendo o quão emocionados eles também estavam. Sua cabeleira curta se mexia de acordo com a brisa, e ela não se pronunciou, então eu mesma falei, soltando o ar preso.

- Esse lugar é lindo, onde nós estamos? - Inquiri, limpando o meu rosto, colocando as madeixas negras de meu cabelo para trás.

- No paraíso. - Suas palavras me atingiram como tiros. Sua mão se deslocou até minha bochecha, acariciando-a devagar. Posicionei a minha mão por cima da dela, amaciando. Vidrei o chão, avistando os meus pés descalços sentirem o solo úmido.

O SoberanoOnde histórias criam vida. Descubra agora