A Seita

24 - Culpa

Gente olha só. As partes médicas são baseadas mais em uma mistura de achismo e pesquisa no google. Não me julguem. Sou de humanasss.

Lembrando também que nos USA não existe saúde pública :)

As redes sociais e a mídia controlam o nosso mundo nos dias de hoje. Uma mentira se torna uma verdade absoluta se dita da maneira certa nas redes sociais. E algo que passaria desapercebido anos atras se torna noticia de capa, gerando comoção generalizada. É uma arma que se usada da forma certa pode te levantar ou te destruir na mesma velocidade.

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Rafaella continuava dormindo mas o seu rosto estava em todos os lugares. Um stories de Bianca foi suficiente para que a história da jovem de olhos verdes se tornasse noticia de capa. Uma jovem que fugiu de uma seita e foi perseguida por um noivo que não aceitava o termino. Aquilo parecia uma história tragica tipica de filmes e a mídia amava isso. 

Gizelly e Manoela seguiam no hospital acompanhando Rafaella. A bala havia comprometido o pulmão e os médicos acharam melhor mentê-la em coma induzido. Estava sendo exaustivo para todos ali especialmente para Gizelly. Oscilar entre dar vazão a própria angustia e tentar parecer forte para Manoela estava lhe custando toda sua energia. A noite Manoela foi pra casa dela juntamente com Bianca. Não era seguro que as duas ficassem sozinhas em casa com Caon ainda a solta. Ele havia conseguido impactar a vida de todo mundo de uma certa forma. Só esperava que Rafaella acordasse logo e as coisas pudessem estar indo bem como antes. Antes desse pesadelo começar.

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Rafaella POV

Eu senti minha garganta tão seca que o primeiro pensamento que me vinha a cabeça era que eu precisava de água. Mas as minhas palpebras pareciam tão pesadas e eu queria tanto dormir que se fazia um esforço tremendo para acordar. Ainda mais para abrir os olhos.

Mas eu abrir, sentindo o impacto da luz forte machucando os meus olhos me fazendo piscar várias vezes em uma tentativa de me acostumar com a claridade. Tentei identificar onde estava e ao olhar pro lado vi Gizelly 

- Você acordou - ela beijou meu rosto. Eu tentei responder mas sentia como se tivesse areia em minha garganta o que fez com que minha voz saísse mais como um sussurro

- Água... 

- Certo - ela levantou agitada tentando conter a excitação - Vou buscar o médico e pegar água pra voce

Ela saiu praticamente saiu correndo e aquilo quase me fez sorrir, isso era tão Gizelly. Seria fofo se a situação não fosse diferente. Assim que fiquei sozinha ali lembrei de tudo que havia acontecido. E estava triste. Triste por ter trazido Caon não só pra sua vida mas como para a das pessoas ao meu redor. Que agora estavam em perigo também. Eu sabia que ele não desistiria facilmente mas que as coisas chegassem a esse ponto estava fora de questão.

Culpa era a única palavra possível para o que estava sentindo agora. Culpa por todas as vezes que o fiz acreditar que o queria. Culpa por ter indiretamente dificultado a vida de tantas pessoas, ninguém merecia estar se sentindo ameaçado por algo que só cabia a ela lidar. Não era justo que todos sofressem as consequências por simplesmente estarem com ela.

- O que passa nessa sua cabecinha Rafaella? - Gizelly falou assim que entrou pela porta, com um sorriso que tentava camuflar sua preocupação. Tomei a água assim que ela me entregou. Tentando ganhar tempo.

Mas não deu tempo de respondê-la por que o médico entrou para me examinar. Aparentemente eu ainda teria que ficar uns dias no hospital. Eu não sabia como pagaria tudo isso. O dinheiro que havia juntado para pagar a mudança nem chegaria perto da possível conta do hospital. Mais um problema adicionado a coisas que eu teria que lidar assim que saísse.