Capítulo 12

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Mas, para minha infelicidade, Laura atendeu no terceiro toque.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Alô.

− Oi, aqui é a Lucero, professora da sua filha.

− O que essa menina aprontou dessa vez? – Laura perguntou com desprezo.

Eu senti meu sangue ferver de raiva pela forma em que Laura falou da própria filha, mas respirei fundo, engolindo a resposta que eu realmente queria dar, afinal Meredith ainda me encarava e eu ainda era só uma professora.

− Sua filha não aprontou nada, pelo contrário, ela está no hospital.

− Ah, é? O que houve?

Eu fiquei chocada ao não encontrar nenhum resquício de preocupação na voz de Laura.

− Ela tropeçou na escada do colégio, mas o médico já a viu e por sorte, foi só um susto.

− Então por que está me ligando?

Naquele momento, eu quis profundamente que eu estivesse entendido errado.

− Perdão, o que a senhora disse?

− Olha, você deve saber que eu sou uma pessoa muito ocupada, não tenho tempo para os dramas da Marina.

− Só achei que a senhora, como mãe, se preocuparia com o estado da sua filha. Mas tudo bem, não voltarei a ligar.

FIM DA LIGAÇÃO

Eu não esperei resposta e desliguei o celular com muita raiva, colocando-o de volta no bolso. Se eu pudesse nunca mais deixaria Marina voltar a ver os desalmados dos pais, eles não mereciam a filha maravilhosa que tinham.

− E então? – Meredith perguntou.

− Ela não gostou de eu ter "atrapalhado" o trabalho dela. – eu fiz aspas com as mãos e suspirei. – Eles nem ligam para ela.

− Sim, mas pelo menos cumprimos nosso dever de avisar aos pais.

− Por mim, eu ficaria com a Marina para sempre. Esse casal não sabe dá o apoio e amor que ela precisa.

− Mas você precisa entender que não é mãe dela. Eu sei que muitos professores têm seus alunos preferidos, eu também tinha na minha época, mas a qualquer momento os pais dela podem querer tirá-la do colégio ou irem embora do México e você não vai poder fazer nada.

Eu abaixei a cabeça, segurando as lágrimas só em imaginar a possibilidade de ficar longe da minha menina. Ela podia não ser minha filha de sangue, mas era do coração. Parece que todo o amor que eu não pude dar ao filho que perdi, eu entreguei a Marina e ela, por sua vez, precisava daquilo, já que não tinha com quem contar em sua vida, principalmente naquele momento.

− Eu sei, Meredith. – eu sussurrei com a voz embargada.

− Senhora diretora, pode me levar em casa, por favor? – Théo interviu, me olhando preocupado.

Théo sabia do carinho que Marina e eu tínhamos uma com a outra, tanto que pediu minha opinião quando foi pedi-la em namoro.

− É claro. – Meredith assentiu.

− Qualquer coisa me avisa, Lu, por favor.

− Vá tranquilo, querido. – eu beijei a testa de Théo e ele saiu junto com Meredith.

Suspirei e voltei para o quarto, encontrando Marina deitada de costas para a porta, mas ao me ouvir entrando, ajeitou sua posição.

− Você demorou.

− Estava resolvendo algumas coisas. – eu me aproximei e acariciei o rosto de Marina. – Como se sente?

− Confusa e com medo, mas feliz por você estar comigo.

Eu sorri e abracei Marina, desejando que nunca precisasse estar longe dela.

                                                                                 ~ * ~

O descaso da mãe de Marina :(

E a Meredith, bem que podia ter ficado calada, hein? :(

Minha Querida ProfessoraOnde histórias criam vida. Descubra agora