Laura me encarava agarrada a uma mala de rodinhas. Seus cabelos castanhos estavam mais curtos e ela usava um óculos escuro. Antes que ela falasse, Lucero apareceu carregando o José.
− Filha, eu acho que ele quer mamar porque... – Lucero parou de falar e colocou José com cuidado no bebê conforto, me puxando para perto dela. – Posso saber o que quer na minha casa com minha filha? – ela enfatizou.
Laura não respondeu, pois estava vidrada em José que já dormia novamente.
− É esse o meu neto? – Laura perguntou emocionada e quis se aproximar, mas Lucero tomou a frente.
− Não tem nada seu aqui, Laura. – Lucero falou encarando Laura. – Marina é minha filha e José Antônio é meu neto, eles são meus.
− Você pode ter a guarda dela agora, mas isso não muda o fato de que eu que cuidei dela a vida inteira.
− Cuidou? – eu perguntei. – Você me aturou a vida inteira, Laura. Na verdade, nem eu sei por que você se jogou na frente daquele carro para me salvar.
Laura escancarou a boca, surpresa por saber exatamente do que se tratava.
− Eu já sei de tudo. Rodrigo fez o enorme favor de me contar o motivo pelo qual ele destruiu minha vida, por algo que eu não tive culpa.
− Sim, querida. Eu tentei várias vezes enfiar na cabeça dele que você não tinha culpa, mas... – Laura falava, mas eu a interrompi.
− Mas aí você desistiu e resolveu observar calada cada vez que ele me humilhou, me bateu e tentou matar o meu filho quando ele ainda estava na minha barriga. Como se não bastasse, ele ainda matou o homem que eu amava e por causa disso, o meu filho vai crescer sem o pai dele. – eu falei já chorando. – Como eu paguei caro, não?
− Eu juro que não sabia que ele matou o seu namorado, isso me pegou tão de surpresa como você. Sei que errei em deixá-lo fazer tudo isso com você e você não imagina o quanto me arrependo, mas só não me arrependo de uma coisa, de ter criado você.
− Pois não parece. – eu enxuguei minhas lágrimas.
− Lucero... – Laura olhou para Lucero, chorando. – Eu sei que você agora é a mãe dela, mas você não tem direito algum de me impedir de ver a Marina e o bebê.
− Ninguém tem o direito de impedir outra pessoa a nada. Marina é livre, eu sei respeitar as vontades da minha filha e vou entender se ela quiser lhe ver, mesmo que eu não concorde com isso.
− Filha... – Laura se aproximou de mim e Lucero me abraçou mais forte. – Você me aceita em sua vida e na do seu filho?
− Me desculpa, mas não. – eu fechei os olhos e ouvi um soluço de Laura. – Você faz parte de um passado que eu quero esquecer. No momento, tudo que eu preciso e amo está aqui comigo e na minha vida, não cabe mais ninguém.
− Você me odeia? – Laura soluçou.
− Não, pelo contrário. – eu neguei com a cabeça. – Eu sou grata por você ter me criado e me dado uma ótima educação, mas isso é tudo que eu tenho para oferecer, a minha gratidão.
− Tudo bem. – Laura respirou fundo. – Eu espero que sua nova mãe saiba lhe dar todo o amor que eu não pude dar.
− Pode apostar que eu darei. – Lucero falou.
Laura foi saindo, mas eu a chamei.
− Laura. – eu chamei e Laura me olhou. – Eu realmente sinto muito que tudo tenha terminado assim para você.
Laura apenas assentiu sem me olhar e saiu, fechando a porta. Eu coloquei as mãos na cabeça, caindo sentada no sofá e suspirando. Lucero se sentou do meu lado, me abraçando.
− Está tudo bem?
− Sim. – eu assenti, apertando Lucero.
− Meu amor, se você ainda quiser manter contato com ela... – Lucero falava hesitante, mas eu a interrompi.
− Mãe, o que eu falei para ela é real, eu não quero mais nada que me lembre a minha antiga vida. Você e José são tudo o que me importa agora.
− E eu juro que nós seremos muito felizes, minha Nina.
Eu sorri, já me sentindo feliz por não ter mais nada e nem ninguém que me tirasse de Lucero.
~ * ~
Quem falou em Laura, acertou!!! E o que vocês acharam da atitude da Marina, ela fez certo ou deveria ter dado mais uma chance?
Amanhã volto com o último capítulo, mas calma, não vamos nos despedir ainda <3
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Minha Querida Professora
Fiksi Penggemar"Andava cabisbaixa entre as pessoas, queria ser invisível para todos até que eu a vi, caminhando graciosamente segurando seus livros para a sala de aula. Então ela sorriu e naquele momento, eu recebi mais amor do que já havia recebido em toda a minh...