Capítulo 16

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Eu andei a pé pelas ruas enquanto chorava, querendo me acalmar antes que chegasse à casa de Lucero. Parei ao chegar e abri o pequeno portão do jardim, logo tocando a campainha da porta principal. Assim que ela abriu, eu me joguei nos braços dela que me apertou com força, me fazendo fechar os olhos e respirar aliviada. Seus abraços eram como remédios, curavam qualquer dor.

− Eles descobriram. – eu falei assim que Lucero me soltou.

Lucero arregalou os olhos e me puxou para dentro, fechando a porta.

− E então? – Lucero perguntou se sentando no sofá e me mandando fazer o mesmo.

Eu me lembrei das propostas do meu pai e senti meus olhos marejarem novamente. Eu não podia contar para Lucero, pois sabia que ela iria querer resolver do jeito dela e isso eu não podia permitir, precisava protegê-la.

− Eu não sei ainda. – eu suspirei passando a mão no rosto, omitindo parte da verdade. – Só quero que você saiba que é muito importante para mim e que vou te amar para sempre, não importa o que aconteça.

− Eu sei, meu amor, eu digo o mesmo. – Lucero voltou a me abraçar. – Mas por que está me dizendo isso?

− Nada em especial, só quero que você sempre se lembre disso. – eu forcei um sorriso.

Lucero sorriu emocionada e me apertou mais. Nós passamos o resto do dia assistindo filmes e conversando. Eu sentiria falta dos seus conselhos, das suas broncas, da sua preocupação comigo e com o bebê. À noite, decidi que já estava na hora de voltar para casa e meu coração voltou a se apertar. Aquele havia sido meu último momento com Lucero.

− Prof, preciso ir. – eu me levantei.

− Por quê? – Lucero franziu o cenho. – Dorme aqui, amanhã você vai cedo para casa, seus pais nem vão perceber.

− Não, é melhor eu ir mesmo porque meus livros estão em casa. – eu forcei um sorriso e Lucero assentiu, acariciando meu rosto. – A gente se vê amanhã. – eu beijei a testa dela.

Lu segurou minha cintura e se abaixou devagar, beijando minha barriga.

− Eu amo vocês. – Lucero sorriu e beijou meu rosto.

Eu sorri com os olhos marejados e saí de lá antes que desabasse no choro novamente. Fui para casa de táxi e tentava esconder do taxista toda hora o quanto eu chorava, não adiantou muito, mas pelo menos ele evitou me fazer perguntas. Eu cheguei em casa e fui direto tomar banho para dormir. Teria dias difíceis pela frente e não saberia como suportá-los sem o apoio de Lucero. Assim que me deitei, meu pai entrou no quarto e se aproximou.

− E então, qual das minhas opções você vai escolher? – meu pai perguntou com um leve ar divertido.

Meu sangue ferveu ao ver a forma como o meu pai se divertia com minhas tristezas.

− Eu já me afastei da Lucero. – eu falei entredentes.

− Ótimo. – meu pai saiu, batendo a porta.

Eu escondi meu rosto embaixo do travesseiro, abafando meus soluços. Se eu não tivesse uma vida que dependia de mim, naquele momento eu preferia estar morta.

                                                                                          ~ * ~

E aí, gente, o que vocês acham da decisão da Marina? :(

Minha Querida ProfessoraOnde histórias criam vida. Descubra agora