Eu passei as horas seguintes trancada no porão, não fui ao teto por medo de subir as escadas sozinha e me sentir mal. Quando menos esperei, ouvi a porta se abrir e não me mexi, sabendo que era Lucero quem entrava e a sentindo me envolver em seus braços segundos depois.
− Como está se sentindo?
− Bem. – eu me ajeitei nos braços de Lucero, entrelaçando nossas mãos.
Nós ficamos em silêncio até eu falar novamente.
− Te devo uma explicação, não é? – eu olhei para cima querendo encontrar os olhos de Lucero.
− Quando você quiser, anjo, não quero lhe pressionar.
− Eu sei. – eu suspirei, voltando a olhar para frente. – Terminei com o Théo.
− Ele realmente assumiu que ficou com a tal da Isabela?
− E precisava assumir algo depois de ter visto o que eu vi? – eu ri irônica.
− Ela pode muito bem ter o beijado à força. – Lucero deu de ombros.
− Foi exatamente o que ele disse. – eu me sentei, virando de frente para Lucero. – Mas eu não acreditei. Até parece que uma menina conseguiria atacar um garoto daquele tamanho.
− Quando se é pego de surpresa, não tem como reagir.
− Mas também o fiz pensar que não me importei com o que vi.
− Como? – Lucero me olhou, confusa.
− Eu disse que nunca o amei de verdade e que para mim, ele foi só um passatempo. – eu falei com os olhos marejados.
− Por que fez isso, Marina?! – Lucero arregalou os olhos.
− Porque eu estou cansada de ser humilhada por tanta gente. – eu me levantei e cruzei os braços, ficando de costas para Lucero. – Agora as pessoas vão saber o quanto dói ser enganada.
− Você sabe que essa não é a solução. – Lucero se levantou e ficou atrás de mim. – Nós não devemos pagar o mal com o mal, isso só faria a gente se tornar como essas pessoas.
− É que eu não entendo porque não nasci para ser amada. – eu me virei para Lucero, deixando as lágrimas caírem. – Primeiro foram meus pais, nunca me demonstraram nem um pouco de amor. Agora o Théo que resolveu brincar comigo e ainda me deixou com uma criança que eu nem sei como vou criar, mas que ao mesmo tempo é tudo o que eu tenho.
− Oh meu Deus, não, meu amor. – Lucero me puxou para seus braços e me apertou enquanto eu soluçava. – Você sempre terá a mim. Eu já prometi que nunca vou te deixar sozinha porque você também é tudo que eu tenho.
Eu chorei por vários minutos enquanto Lucero acariciava meu cabelo e sussurrava palavras de carinho para me acalmar. Quando enfim me controlei, voltamos a sentar na mesma posição de antes.
− E você contou para ele sobre o bebê? – Lucero perguntou.
− Não e nem pretendo. – eu suspirei. – Não quero correr o risco dele me mandar tirar o meu filho.
− Você acha mesmo que Théo seria capaz disso?
− Eu não duvido mais de nada que venha dele, Lu.
− Eu entendo, apesar de não concordar. – Lucero enfatizou. – Ainda acho que essa história com a Isabela está muito mal contada.
− Não quero falar disso, por favor. – eu olhei a hora no relógio do seu braço. – Precisamos ir, o Bê já deve ter chegado.
− É, tem razão. – Lucero assentiu.
Nós nos levantamos e saímos sorrateiramente. Como previsto, Bernardo já esperava e Lucero me levou até o carro, cumprimentando meu motorista que já a adorava desde que a conheceu. Lu se despediu de mim com um beijo no rosto e um "eu te amo", indo para o próprio carro.
− Ela cuida tanto de você, não é, Nina? – Bernardo perguntou enquanto dirigia para fora do estacionamento e olhávamos para Lucero pelo retrovisor dirigindo calmamente atrás do nosso carro.
− Como uma mãe cuida de um filho. – eu suspirei sorrindo.
~ * ~
Mas as coisas até que estão calmas ultimamente, né? :(
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Minha Querida Professora
Fanfic"Andava cabisbaixa entre as pessoas, queria ser invisível para todos até que eu a vi, caminhando graciosamente segurando seus livros para a sala de aula. Então ela sorriu e naquele momento, eu recebi mais amor do que já havia recebido em toda a minh...