Capítulo 21

114 16 3
                                    


Théo Narrando

Apesar de tentar, eu não conseguia entender o motivo pelo qual Marina queria se manter longe de mim. Sabia que ela já havia me perdoado pelo beijo que Isabela me deu, o qual eu ainda não havia desistido de descobrir o que minha colega de sala pretendia, mesmo ela negando que tinha alguma razão além da inveja que sentia do nosso namoro. Eu também percebi que Marina havia se distanciado de Lucero, o que era bem estranho levando em conta o quanto elas eram apegadas uma com a outra. Sempre quis muito perguntar a Lucero o que estava acontecendo, mas ela demonstrava estar muito triste com a situação e eu ficava receoso em tocar nesse assunto. Mas em um dia de fim de semana, me surpreendi ao ver meu celular tocar com o nome de Marina brilhando na tela.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Marina?! Oi. – eu me sentei, desajeitado.

Marina passou alguns minutos e quando eu já checava se ela havia desistido da ligação, ela resolveu falar.

− Oi. Eu quero saber se você pode me encontrar na casa da Lucero.

− Na casa da Lucero?! Então vocês já voltaram a se falar?!

− Como você sabe disso?

− Bom, não é difícil perceber, já que vocês viviam grudadas. – eu dei um risinho.

− Ah.

Nós ficamos em silêncio até que eu resolvi quebrá-lo, mas não contava que seria na mesma hora que Lucero.

− E nosso bebê?

− Você virá?

Nós dois rimos.

− Eu quero falar sobre ele também. – Marina falou.

− Estarei aí em quinze minutos. – eu me levantei e fui correndo desajeitadamente ao banheiro.

− Estou esperando.

FIM DA LIGAÇÃO

Eu fiz minhas higienes e me arrumei rapidamente, querendo chegar antes que Marina desistisse de falar comigo. Por mais que pudesse ser besteira, do jeito que ela estava ultimamente, eu não duvidava de que ela poderia mudar de ideia antes mesmo de eu chegar lá. Quando já estava saindo apressadamente, meu pai chamou minha atenção.

− Ei, filho. Aonde vai com tanta pressa?

− Marina quer falar comigo. – eu falei ansioso.

Meu pai abriu um sorriso gigante e apenas assentiu, me dando permissão para continuar meu caminho. Ele sabia de toda a história e assim como minha mãe, não me julgou por ser pai tão cedo e me dava a maior força para reconquistar Marina. Eu fui o caminho inteiro tentando controlar minha impaciência e obedecer ao trânsito. Parei em um semáforo e esperei alguns minutos até ouvir algumas batidinhas na janela do meu carro. Eu franzi o cenho e abri ao ver um homem de paletó preto me encarando.

− Pois não? – eu perguntei confuso.

− Você pode me dar uma carona? Meu carro está quebrado e eu preciso comparecer a uma reunião urgente.

Eu pensei em negar, mas tive pena daquele homem. Sabia o quanto era caótico o trânsito da Cidade do México naquele horário e podia imaginar o tanto que ele precisava daquele emprego, então assenti, vendo-o entrar no banco ao meu lado.

− Obrigado.

O homem foi me guiando por um caminho que me fez estranhar quando chegamos a um atalho de terra com várias árvores ao redor.

− Olha, você tem certeza que é por aqui? Por que... – eu fui interrompido.

− Desce do carro. – o homem me apontou uma arma e eu me assustei.

− Mas... – eu fui interrompido novamente.

− Eu não vou falar de novo. – o homem falou entredentes.

Eu fiz o que o homem mandou e ele também desceu sem parar de apontar a arma para mim.

− Isso é um assalto? Pode levar o carro, também tem um pouco de dinheiro dentro, mas me deixe sair daqui. – eu falava nervoso.

O homem deu um risinho.

− Eu não quero nada seu, rapaz. Quem precisa falar com você é o meu chefe.

Antes que eu perguntasse de quem ele falava, ouvi passos se aproximando e me deparei com o pai de Marina me encarando ironicamente.

− Bom dia.

− O que o senhor pretende com tudo isso? Se quer saber quais são minhas intenções com sua filha, eu garanto que... – eu fui interrompido.

− Cale-se, pouco me importa aquela ingrata. – Rodrigo falou frio. – O que eu quero é saber quanto você quer para largá-la.

Eu olhei para Rodrigo, chocado. Marina já havia me dito que ele era impiedoso, mas agora eu entendia porque ela nunca quis me apresentar aos pais.

− Ande, não faça essa cara. – Rodrigo começou a andar em círculos. – Eu sei que você tem dinheiro de sobra, mas nunca é demais, certo? – ele sorriu maldoso.

− Está enganado, meu amor não está à venda. Nem todo o dinheiro do mundo pagaria a alegria de viver com a mulher que eu amo e o nosso filho.

− Então... Não me resta outra alternativa.

Tudo aconteceu muito rápido. Rodrigo puxou uma arma da cintura e antes que eu pudesse correr, ele disparou em minha direção, me causando uma dor cortante no peito. Eu não demorei a perder a força nas pernas e caí de joelhos, colocando a mão no coração e sentindo o sangue jorrar sem controle. O ar começou a faltar e meus pulmões queimavam como o sol escaldante que me cegava. Até que o pai de Marina se aproximou, me encarando de cima.

− Apodreça no inferno, seu moleque. – Rodrigo virou as costas e saiu junto com seus capangas.

Eu senti a vida se esvair do meu corpo aos poucos e enquanto eu me entregava a escuridão, lembrava de Marina e de tudo que nós poderíamos viver com nosso filho.

                                                                                              ~ * ~

Não me matemmmmmmmmm :(

Minha Querida ProfessoraOnde histórias criam vida. Descubra agora