Eu acordei, mas permaneci com os olhos fechados por alguns minutos. Meu corpo todo doía desesperadamente, minha cabeça doía como se alguém tivesse me jogado uma pedra, e umas pontadas no pé de minha barriga me fazia contorcer de dor. Assim que abri os olhos o susto foi inevitável, Christopher estava sentado ao pé da cama onde eu estava deitada, me encarando fixamente
- A dorminhoca acordou - Falou sorrindo
- O que você está fazendo aqui? Onde eu estou? O que aconteceu? - Perguntei assustada
- Estamos em casa querida, não se preocupe está tudo bem. E você sofreu um pequeno acidente
- Eu quero ir embora - Falei tentando me levantar, mas as dores não me permitiam
- Você não pode ir embora meu bem, somos um casal, marido e mulher, e o melhor vamos ter até um bebê - Falou sorrindo acariciando minha barriga
- Esse filho não é seu! - Respondi afastando suas mãos de mim
- É meu sim, ele é meu e você é minha - E então ele se levantou e pela primeira vez vi que ele perderá o pé em que William havia atirado
- Pare com isso Christopher, me leve para minha casa
- Chega Maite, fique aí deitada e quieta antes que eu mesmo cale sua boca
Eu queria chorar, mas a verdade é que não tinha mais lágrimas.
Quando não era Christopher que estava de olho em mim era um outro homem, eu havia me tornando uma prisioneira. E foi assim por longos meses, estava me alimentando muito mal, quando fazia ou falava algo que Christopher não gostasse meu castigo era ficar sem comida ou sem água. E eu só conseguia pensar se William estava me procurando ou se simplesmente não se importava.
Eu estava sentada quando fortes dores atingiram meu ventre, e logo um líquido começou escorrer por entre minhas pernas- SUA NOJENTA, AÍ NÃO É LUGAR DE MIJAR! - Gritou o "guarda costas", e logo depois desferiu um forte tapa em meu rosto
- Meu filho vai nascer - Falei entre lágrimas
Ele então me deixou jogada no chão e saiu do quarto e logo depois Christopher apareceu
- Nosso filho vai nascer?
- MEU filho vai nascer
- O que você quer eu faça?
- Como eu vou saber se nunca dei a luz? Chame um médico ou uma parteira
- Não podemos chamar ninguém, seria muito arriscado. Vai vou te ajudar - Falou me pegando no colo e me colocando deitada na cama, depois tirou minha roupa íntima - Agora acho que é fazer força - Falou
Eu não sabia o que fazer, estar ali naquela situação era humilhante, as contrações não paravam. Eu fechei os olhos e imaginei que ao meu lado estava William segurando minha mão, e imaginei uma senhorinha parteira no lugar de Christopher e fiz força, mas de nada adiantava, fiz mais e mais... E nada. Eu já estava fraca, quase desmaiando quando ouvi um chorinho.
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Cartas Encontradas
RomanceQuando perdi minha esposa Érica me fechei completamente para o amor, porém minha mãe vivia me cobrando para voltar a casar e ter herdeiros, já que com minha falecida mulher não tive filhos. Eu não queria estar ao lado de mais ninguém, e foi assim en...