Capítulo 3 - A festa

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Enquanto a água morna do chuveiro caía sobre seu rosto, Quinn puxava todo o ar que podia de seus pulmões e logo em seguida o soltava pelos lábios.

Repetindo aquele processo em uma falha tentativa de pôr seus pensamentos em ordem e esquecer de tudo e todos. Esquecer que era popular, esquecer que se importava com o que os outros pensavam dela e esquecer o lugar horrível que poderia ser o colégio.

Isso normalmente era uma tarefa fácil. Se desligar completamente e se livrar da pressão que ela tinha sobre seus ombros. Porém dessa vez tinha uma coisa que a garota não conseguia desligar. Seus sentimentos. E toda vez em que ela não conseguia desligar seus sentimentos ela não conseguia se desligar do resto.

E no meio de toda essa bagunça, mais um vez estava Santana, na sua cabeça, e junto dela, mais lembranças.

Quinn estava ciente de que se ela se aproximasse dela, tudo voltaria ainda mais forte. Toda aquela paixão e todo aquele desejo que já sentiu. Aquela saudade que a sufocava. Uma parte dela dizia que era uma oportunidade de consertar o passado, consertar as coisas com sua ex-melhor amiga e outra lhe dizia que era possivelmente o pior erro que cometeria. Para ela o passado deveria ficar no passado.

Mas já era muito tarde para chorar o leite derramado. Talvez o pior erro não fosse se aproximar, talvez o pior erro fosse acabar entrando em um jogo em que todas as partes poderiam perder. Principalmente a sua.

Uma voz vindo de seu quarto fez com que Quinn abrisse os olhos e finalmente desligasse o chuveiro.

Era Tina avisando que sua mãe a havia deixado entrar. Então ela simplesmente se enrolou em sua toalha e saiu em direção ao quarto.

— O que faz aqui? – Perguntou olhando a garota sentada em sua cama.

— Você está com amnésia ou está se fazendo de louca? A gente não ia na festa da Kitty? – Disse fazendo gestos com a mão.

Quinn revirou os olhos e andou até seu guarda roupa.

— E nós vamos, mas em nenhum momento eu falei que vamos juntas. Eu vou com a Santana.

— Pensei que o carro dela tivesse cinco bancos como todos os outros. – Tina sorriu se lembrando de algo. — E com isso o Blaine me deve 10 dólares, apostei com ele que vocês iriam juntas.

— Sério? Vocês estão apostando? — Um sorriso brotou em seus lábios — Pois eu aposto que hoje eu mato a Santana do coração.

Quinn puxou um vestido vermelho do seu guarda roupa e colocou em frente ao corpo.

— Você vai usar o vestido proibido? 

Aquilo tinha pego Tina de surpresa. Quinn não usava aquele vestido por nada, só em ocasiões muito especiais ou quando era uma pessoa especial.

— Vou fazer ela me desejar tanto quanto os garotos que ela tanto julga, ela vai implorar por mim.

A garota começou a rir e Quinn a encarou confusa.

— Desculpe, mas qual é a chance de você não quebrar a cara? Por favor, Quinn, você tem uma quedinha por ela e é nítido. Você está pondo a mão no fogo por um sentimento que não controla.

— Eu só quero ganhar o maldito jogo. — Gritou Quinn.

— E depois? — Perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Depois o que?

— Olha, tudo bem que a Santana é o satã encarnado e que ela é bem esperta, mas não acho que ela mereça passar por isso de novo, não cometa o mesmo erro. Acho que não preciso te lembrar o que levou vocês a isso.

O acordo (Quinntana) Onde histórias criam vida. Descubra agora