Elisa
Resolvi aceitar o convite do Capitão Evans e voltar para reencontrar minha família, estou muito nervosa, apesar do Christopher afirmar que eles querem muito me ver e que se arrependeram do que aconteceu, eu ainda não sei. As vezes eu penso naquela minha vida e no que eu era e por mais absurdo que seja, aquela Elisa é tão distante de mim hoje, eles todos estão tão distantes de mim que parece ser a vida de outra pessoa e não a minha.
E quando eu falo distante, eu quero dizer que não existe mais intimidade, que por mais que eu esteja com saudades, eu não sei mais o que é ter uma família. Eu sei que parece uma coisa muito dura de se dizer mas é o que eu sinto. Talvez eu e minha antiga vida, com minha família e amigos nos reencontremos mas nunca nos reconectemos como antes. O que é realmente muito triste, pelo menos pra mim, e eu sinto que isso não é proposital sabe, apenas não rola, não ainda.
Talvez todos nós precisemos de um tempo. Um tempo para conseguirmos viver na mesma sintonia novamente.
- Você vai levar tudo isso mesmo?
Pergunta o Christopher entrando em meu quarto enquanto estou arrumando minhas malas.
- Claro que sim, uma mulher sempre deve andar prevenida Capitão.
Digo enquanto tiro um vestido amarelo de seda do cabide.
- Você não precisa de tudo isso, fica linda com uma calça jeans e um chinelo de dedo.
Ele diz e eu rio.
- Sério? Você deve estar maluco, só pode.
Digo rindo e vendo ele se aproximar de mim.
- A loucura nunca fez parte da minha vida até reencontrar você menina. E você bagunçar totalmente o meu corpo, a minha mente e o meu coração.
Ele diz próximo a mim e fica por um tempo esperando um resposta mas eu não sei o que dizer, fico apenas calada, e perdida. Eu sempre fico perdida perto dele. Quando ele percebe que não vou falar nada, ele beija a minha testa e diz.
- Eu vou deixar você terminar de arrumar suas coisas sozinha.
Ao terminar de falar e ele sai e eu fico me sentindo um pouco culpada. Poxa! Eu bem que podia ter dito alguma coisa neh. Não sei, talvez um... Ah sei lá. Mas eu tenho que admitir que ele está se esforçando para me conquistar, aos poucos e nos detalhes ele está conseguindo conquistar minha confiança. Penso suspirando e dando um sorriso de orelha a orelha.
Mas saio de meus desvaneios com o barulho do meu celular tocando, quando o pego vejo que é o Scott. Atendo rapidamente.
- Oi meu amor!
Digo já imaginando que ele deve estar nesse momento revirando os olhos.
- Onde você está?
Ele pergunta um pouco ofegante, como se estivesse cansado.
- Estou em casa, arrumando minhas malas para ir a Londres rever minha família.
Digo logo tudo de uma vez esperando o seu surto.
- Londres? Rever família? Quando foi que eu entrei em coma e não percebi.
Ele pergunta e eu termino rindo.
- Não exagera Scott, o Capitão veio aqui para me convidar para reencontrar minha família e eu resolvi aceitar. Não vi mal nenhum nisso.
Digo olhando para a minha sexta mala, que já está lotada. É, talvez eu tenha exagerado um pouco na quantidade de roupas.
- Não vou julgar nenhuma decisão sua minha querida, tenho certeza que você vai tomar as melhores escolhas. Mas a questão nem é essa. O fato é que como lhe falei a mídia não fala de outra coisa senão o atentado, e se você for viajar pelo menos dê algum posicionamento em relação a isso, eu estou fazendo o que posso. Mas a presidente é você gata!
Ele diz e eu concordo plenamente. Não posso viajar e deixar essa confusão sem uma resposta, sem uma atitude, eu tenho minhas responsabilidades, preciso arcar com elas.
- Você tem toda a razão. Vou falar com a Dona Judith para preparar uma coletiva de imprensa, hoje mesmo falarei publicamente sobre isso. Como nenhum funcionário e nenhum cliente se machucaram, acredito que não será tão difícil assim.
Digo.
- Certo então. Eu estarei lá com você ao seu lado não se preocupe.
Ele diz e eu agradeço mentalmente toda a amizade e o apoio que o Scott tem me dado desde o início.
- Obrigada meu amor. Chame também o Thomas, ele como chefe de segurança da Napolitanos tem que manifestar a sua opinião.
Ele acata o meu pedido e em seguida encerramos a ligação. Logo em seguida, ligo para a Dona Judith e peço para ela organizar toda a coletiva de imprensa ainda hoje e para que ela avise ao Thomas que quero ter uma conversa com ele antes da coletiva se iniciar.
Quando desligo o celular o Dylan entra pelo quarto correndo e afoito, com uma cara assustada de quem aprontou alguma coisa.
- Aconteceu alguma coisa meu príncipe?
Pergunto me abaixando e ficando no seu tamanho.
- Nada mamãe, nadinha, nadinha. Eu não fiz nada.
Ele diz bem rápido, o que apenas confirma minhas suspeitas de que ele tá tocando o terror.
- E porque você está com essa cara assustada?
Pergunto.
- Eu não tô assutado.
Ele diz com os braços cruzados errando a palavra e fazendo bico, o que me faz rir.
- Está sim rapazinho. Você já terminou de guardar os seus brinquedos preferidos?
Pergunto ao amor da minha vida.
- Sim mamãe mas o Pepi não arrumou, ficou só bagunçando, eu tive que as arrumar as coisinhas dele sozinho.
O Dylan diz com raiva e eu rio alto com a graça de meu filhote.
- Com quem será que ele parece hein?
Pergunto brincando e ele inteligente como é, entende que estou falando dele, por isso nem me responde e sai correndo em direção ao corredor, me deixando no meu quarto sozinha. Assim que ele sai recebo uma mensagem de Dona Judith me dizendo que a coletiva de imprensa já está pronta e que acontecerá daqui a uma hora. Ela é muito competente, por isso gosto dela.
Saio do meu quarto e vou em direção a cozinha, quero pedir para a Tia Rosa ficar com o Dylan enquanto eu resolvo logo essa situação na empresa, quando chego na cozinha não encontro ninguém, e nem sala, então decido ir até ao jardim dos fundos onde tem a piscina e para o meu desespero encontro a visão do paraíso.
Por que fizestes isso comigo meu pai? Como eu vou conseguir manter a minha dignidade, e a minha sanidade mental perto desse homem? Ainda mais com ele sem camisa e com esse calção marcando essa bunda tão suculenta? Preciso de ajuda ou de um banho, tem alguma coisa queimando aqui em baixo. Mas talvez eu precise dele. Precise do meu Capitão junto comigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor Ameaçado Pelo Ódio
RomantikElisa Foster sofre uma grande injustiça, é expulsa de casa e escurraçada por todos, mas anos depois a sua inocência é comprovada e isso lhe traz também o seu grande amor. O homem pelo qual ela sempre foi apaixonada, desde de adolescente mas que tamb...