Capitão Christopher Evans
Chegamos na escolinha do filho da Elisa, é uma escola de classe média alta, muito bonita e sofisticada, sem a menor sombra de dúvida ela quis dar a melhor educação para o filho e acredita que colocando ele em uma escola desse porte está conseguindo.
Eu estudei a minha vida inteira em escolas públicas, nada contra as outras escolas, mas as escolas públicas, as mais simples que não tem tanta sofisticação e dinheiro muitas vezes fornecem uma formação humana e social que nenhum dinheiro compra.
- Ele deve está na aulinha de francês.
Ela diz sorridente e eu penso, o motivo de uma criança de cinco anos aprender falar francês quando ainda nem aprendeu a falar direito sua língua materna. Estamos na pequena praça que há no colégio esperando a professora do Dylan o trazer.
Quando percebo a aflição de Elisa a abraço por trás e dou um beijo casto em seu pescoço, a sentindo se arrepiar, o que me dá uma enorme satisfação.
- Vai ficar tudo bem, não se preocupe.
Digo ao pé de seu ouvido e ele sorri e se aconchega ainda mais em meus braços, o que me deixa muito feliz. Nesse momento quando levanto meu rosto e olho para frente vejo um garotinho loiro, com os braços cruzados e com uma expressão nada boa nos olhando. Esse deve ser o Dylan e por incrível que pareça eu tenho a sensação que já vi esse olhar antes.
- Mãeee? Quem é esse cara?
Ele pergunta afinando o olhar e falando como se estivesse repreendendo a Elisa, o que não deixa de ser muito engraçado, tanto pela sua idade quando pela sua fisionomia de anjo, o que me deixa com uma enorme vontade de rir mas me seguro para não afrontar ainda mais a fera.
- Meu príncipe, vem dá um abraço na mamãe.
A Elisa vai toda sorridente e um pouco sem graça para ele mas o garoto que não é bobo se esquiva e continua a enchê-la de perguntas.
- Não tenta me enganar não mamãe. Eu já sou bem grandinho hein, aiaiai. Quem é ele? O que ele está fazendo aqui? Você está namorando ele é? Eu não autorizo.
O garoto diz com raiva dando uma bela bronca na Elisa, e eu não consigo me segurar e solto uma gargalhada. O que deixa a pequena criatura ainda mais furiosa.
- Ele tá rindo de mim é??
Ele pergunta para ela, que fica sem saber o que dizer mas me repreende com o olhar quando percebe que estou rindo, a sua repreensão me faz parar de rir no mesmo instante.
- Vem cá Dylan, esse homem é um amigo da mamãe, apenas amigo. Eu quero que você seja muito educado com ele, como a mamãe sempre ensinou a você.
Ela diz muito doce e carinhosa para ele que não se contenta muito com o que ela diz mas por hora não fala mais nada. O carinho e o cuidado com que a Elisa trata o filho é muito bonito, com certeza ela será a melhor mãe do mundo para os nossos filhos. Mas o que eu estou dizendo? Não é hora pra pensar nisso. Talvez ela nem queira isso, não comigo, ainda mais depois do que fiz a ela.
Vendo que o pequeno rapazinho a minha frente não tira seus olhos verdes de mim, me abaixo ficando a sua altura e me apresento ao mesmo.
- Ei campeão. Meu nome é Christopher mas pode me chamar de Chris ou de Capitão. Mas pra você, pode ser apenas Cap.
Digo para ele e assim ouve a palavra Capitão os olhos dele começam a brilhar e pela primeira vez vejo uma pequena possibilidade de que possamos nos dar bem, mas é bem pequena mesmo porque o garoto é carne de pescoço, o que me faz gostar muito dele.
- Capitão é? De quê?
Ele pergunta tentando esconder a sua euforia.
- Do exército inglês. Gosta?
Pergunto e ele vira a cara, em um gesto bem engraçado.
- Talvez. Vamos mamãe!
Ele diz e sai caminhando na frente como se fosse o dono da razão.
- DYLAN!
Fala a Elisa repreendendo o pequeno pela sua atitude mas eu seguro o seu braço lhe pedindo para não fazer ou falar nada. Sou eu quem tem que conquistar a confiança dele e não outra pessoa, ela tem que ser conquistada de forma sincera e natural, em hipótese nenhuma pode ser imposta.
- Mas Christopher ele tem que aprender a respeitar as pessoas, senão cresce mimado.
Ela diz preocupada.
- Ele não é mimado e nem vai ser. Deixe que eu mesmo conquisto o seu respeito.
Digo e ela apenas assente a contra gosto. Eu e Elisa vamos um ao lado do outro como se fôssemos um casal e isso me agrada e muito. Já o Dylan vai na frente, todo emburrado, nitidamente ele não gostou da minha presença. Com certeza está achando que vai perder o carinho e o amor da mãe.
Enquanto penso sobre isso, fico o observando, e muitas coisas nele me intrigam.
O jeito que ele fala, se expressa e caminha me lembra muito alguém. Mas quem?? Penso comigo enquanto nos dirigimos ao carro.
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Um Amor Ameaçado Pelo Ódio
RomanceElisa Foster sofre uma grande injustiça, é expulsa de casa e escurraçada por todos, mas anos depois a sua inocência é comprovada e isso lhe traz também o seu grande amor. O homem pelo qual ela sempre foi apaixonada, desde de adolescente mas que tamb...