Capítulo 6

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Blake

Eu estava parado olhando para aquela cena sem conseguir acreditar no que estava vendo, a mulher que eu amo em cima de outro homem, os dois estavam pelados, transando como dois animais no cio, eu estava parado na porta da sala atônito, perplexo e sem conseguir fazer nada além de ficar olhando para aquela cena horrorosa.

- Carolina!

Digo em um tom não tão baixo e nem tão alto mas o suficiente para que eles escutassem, após ouvir eles se viraram para mim surpresos e a Carolina tentou fingir que estava sendo violentada por ele.

- Eu não queria amor. Ele que me agarrou.

Ela diz um pouco chorosa e se vestindo rapidamente.

- Agarrei? Isso é uma mentira cara, eu como essa puta há mais de três anos, tu é corno.

Diz o médico rindo e deixando a Carolina de boca aberta.

- Há mais de três anos?

Pergunto tentando conter as lágrimas, não vou chorar na frente deles.

- Exatamente.

Fala o médico.

- É mentira meu amor.

A Carolina diz vindo pra cima de mim tentando me abraçar mas eu a afastei, todo o amor que eu sentia por ela estava se transformando em nojo.

- Há três anos você perdia o nosso filho. Esse filho era meu não era?

Pergunto com muito medo da resposta mas nesse momento o médico dá uma gargalhada, nitidamente rindo de mim.

- Que filho cara? Essa daí nunca esteve grávida. E já que estamos no momento revelação, ela também nunca foi espancada.

Ele diz mas é cortado pela Carolina.

- Cala a boca seu imbecil.

- Não cala não, pode continuar, eu quero ouvi tudo.

Digo deixando a dor se transformar em ódio, em raiva.

- Foi uma armação, ela queria se livrar do encosto da tua irmã e inventou toda aquela história, e o meu pagamento pelos laudos falsos foi comer essa puta aí.

Ele diz calmo como se não tivesse destruindo meu mundo.

Eu destruí a vida da minha irmã por uma mentira. Como eu pude ter sido tão burro? Eu sou um monstro. Depois dessa revelação, eu saí pela porta daquele escritório, peguei meu carro e segui sem direção, tentando tirar toda aquela dor do meu peito e deixando que as lágrimas da traição e do remorso me consumissem.

Mas eu prometo que a partir da agora vou dedicar a minha vida a encontrar a minha irmã e implorar pelo seu perdão. Depois de muito vagar pelas ruas, chego em casa ainda mais destruído que estava, meus pais estão dormindo e o silêncio da casa faz com que o remorso que me corrói aumente mais ainda, olho para cada canto da casa e lembro da minha irmã, de como ela amava se jogar e ficar deitada no sofá assistindo seus filmes. 

Das inúmeras vezes que cheguei de uma missão e ela estava sentada no topo da escada me esperando, e de como seu abraço era apertado e verdadeiro. E aí eu me pergunto como eu pude ser tão burro de não ter visto a verdade? Como eu pude ser tão canalha de destruir a vida da minha própria irmã e abandoná-la a própria sorte, sem nada? Será que um dia ela irá me perdoar?

Subo as escadas e vou em direção ao seu quarto, desde aquele maldito dia esse quarto não é aberto, depois que ela foi embora ele foi trancado e ninguém nunca mais abriu, assim que abro vejo que tudo está como da última vez, suas coisas jogadas no chão, seus tão amados livros destruídos, tudo destruído. Ver isso me destrói mais ainda e não consigo controlar minha dor, sento no chão e começo a chorar compulsivamente. O que eu fiz com você minha irmã?

- O que faz aqui Blake?  

Ouço a voz de meu pai atrás de mim, me levanto e me viro, ficando de frente a ele. 

- Por que está assim meu filho? O que houve? 

Meu pai pergunta preocupado. E então lhe conto tudo, e ele assim como eu fica destruído. No dia seguinte contamos a minha mãe, depois foi a vez de meus amigos e conhecidos. Todos ficaram sabendo da monstruosidade que fizemos com a Elisa e prometeram nos ajudar em sua busca mas nada disso aplaca esse vazio que tomou conta do meu peito.

Um Amor Ameaçado Pelo ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora