Um Amor Ameaçado Pelo Ódio

Capítulo 22

Elisa

- E você está linda! Me perdoa. Eu sei que não tenho o direito de pedir isso mas eu preciso. Eu fui muito injusto com você. Você era inocente e mesmo que fosse culpada, eu não tinha o direito de fazer o que fiz.

O Blake diz e posso ver sinceridade em seus olhos.

- Eu acredito no seu arrependimento. Quando eu aceitei voltar, eu resolvi deixar toda a mágoa e toda a dor que você me causou para trás, eu decidi esquecer o que ocorreu anos atrás. Mas isso não vai acontecer de novo Blake. Se você fizer mais alguma coisa comigo na mesma proporção de três anos atrás, você deixa de ser o meu irmão, e eu rompo definitivamente qualquer laço que possa haver entre nós.

Digo firme pois só Deus sabe o quanto está sendo difícil pra mim dar o seu perdão. 

- Eu nunca mais vou te magoar ou te ferir Elisa. Pode confiar em mim. 

Ele diz e parece ser sincero.

- Eu vou acreditar, só espero não me arrepender depois. Mas vamos deixar isso no passado. 

Digo indo lhe abraçar mas recuo quando vejo que ele está todo sujo de tinta e de pena.

- Acho melhor você sair daí e ir banhar, está horrível. 

Falo e nós dois rimos juntos de sua situação.

- Acho que vou precisar de uma ajuda para sair daqui. 

Ele diz rindo e depois completa a sua fala.

- Muito obrigada maninha, você não imagina o quanto eu sofri nos últimos anos de remorso pelo que fiz com você.

Ele diz e deixa uma lágrima cair de seus olhos. 

- Vamos esquecer isso Blake. Já passou. Eu vou chamar o papai e o Seu Josephy para ajudar você a sair daí.

Digo e ele assente com a cabeça. Fui chamar os meus pais, a Tia Rosa e o Seu Josephy para me ajudarem com o Blake, ele vieram e depois de muita luta conseguimos tirá-lo da situação que o Dylan o colocou, depois arrumamos a sala e tivemos que inventar uma mega desculpa para a polícia que bateu na nossa porta querendo levar o Blake preso. O Dylan vai me ouvir. 

Agora que a família está toda reunida e que toda a dor e a mágoa foram embora, me sinto de alma lavada, me sinto leve, e até mais forte. Nós estamos aqui no quintal comendo, rindo e jogando conversa fora. O Blake está há mais de vinte minutos no banho e desde que entrou não para de reclamar da tinta, diz que essa coisa não vai sair nunca e que vai ter andar por aí parecendo o Shrek, que a sua vida acabou e que não sabe mais  que fazer. 

Vocês precisam saber uma coisa do meu irmão, ele é muito dramático, muito mesmo. É preciso ter muita paciência com ele, até o Dylan as vezes é mais maduro que o Blake, e olha que o meu filho além de criança é muito danadinho. 

-  Mamãe, agora que o Tio Blake vai morar na floresta, eu posso ficar com o quarto dele?

O Dylan pergunta com a boca cheia de bolo, e eu fico confusa.

- Por que o seu tio vai morar na floresta?

Pergunto já com medo da resposta. 

- Porque ele é o Shrek. E o Shrek mora na floresta.

Ele diz com um sorrisinho de anjo que só ele tem. Sinceramente não sei mais o que fazer com o Dylan.

- Dylan o seu tio não é o Shrek, e ele continua morando aqui. E não pense que eu esqueci o que você fez, depois nós vamos ter uma conversinha. 

Eu digo para ele mas o meu pestinha favorito se faz de desentendido e logo vai puxando assunto com o meu pai. Instantes depois o Blake surge no quintal com uma cara nada boa, pra falar a verdade, está péssima, o cabelo dele está mais verde do que loiro, e eu tenho que fazer um esforço enorme para não rir da cara dele.

- Deu certo Blake? 

Pergunto tentando não rir da sua cara mas foi em vão com a resposta que ele deu. 

- Você acha que deu certo? Olha pra mim Elisa, esse menino tirou toda a minha credibilidade. 

Ele diz olhando feio para o Dylan que o encara de igual para igual e eu começo a rir sem parar, e o Dylan que não perde uma chance, começou a rir também. 

- Não ficou tão ruim assim meu filho, daqui a pouco sai.

Minha mãe diz e a Tia Rosa concorda. 

- Isso mesmo. Eu sabia que tinha algo de errado naquela mochila. Eu sabia. 

A Tia Rosa diz fitando o Dylan que dar um sorriso orgulhoso, como se tivesse feito a coisa mais linda do mundo. Como já estava quase na hora do almoço, minha mãe foi fazer o almoço, a Tia Rosa foi ajudá-la, o meu pai foi mostrar a sua coleção de moedas antigas para o Seu Josephy e eu estava me arrumando para ir ao hotel buscar algumas roupas para mim e o Dylan, e para a Tia Rosa também, nós precisaríamos banhar, principalmente o Dylan que estava parecendo um porquinho. 

Fui até o Seu Josephy e peguei a chave do carro, antes de ir avisei a minha família que iria sair mas voltava logo, o Dylan fez questão de ir comigo, dizendo ele que eu não iria saber escolher os brinquedos corretos para ele brincar. O Blake não quiz ir, ele disse que não iria sair por aí com o cabelo verde e passar mais vergonha, então fomos apenas eu, o Dylan e o Pepi. 

Estávamos quase chegando ao hotel quando vejo me telefone tocar e ao atender a ligação, ouço a voz do meu capitão do outro lado da linha. 

- Bom dia minha linda menina! Como está?

Ele pergunta com aquela voz grave e sexy que eu adoro. 

- Estou bem, fico feliz que tenha se lembrado que eu existo. 

Digo um pouco chateada, desde de que nos despedimos do aeroporto que não nos falamos. Ao dizer isso, ele começa a rir, o que me irrita.

- Está rindo de quê? Posso saber qual é a graça?

Pergunto já entrando com o carro no estacionamento do hotel.

- De como você fica ainda mais deliciosa quando fica com saudades de mim. 

Ele diz e foi a vez de eu rir. 

- Eu com saudades de você. Até parece. Falei por falar. 

Menti mas obviamente ele não acreditou. 

- Tudo bem, nós podemos matar essa saudade hoje a noite. O que você acha de sairmos hoje a noite para jantar e ficarmos um pouco apenas nós dois. Se amando. Hein???

Ele diz e eu suspiro amando a ideia, não vou fingir que não quero e nem me fazer de difícil, eu não sou mais uma menina medrosa que não sabe o que quer. Eu sei o que eu quero e se não der certo, segurei minha vida. Eu sempre fui apaixonada por esse homem e agora é a hora de viver essa paixão. 

- Convite aceito Capitão. 

Respondo e em seguida nos despedimos e encerramos a ligação. Saímos do carro e nos direcionamos para o elevador, o Dylan está lendo um livrinho infantil de uma fábula muito interessante, por isso não está tão ligado nas coisas ao seu redor, se tivesse teria questionado na hora sobre a ligação do Capitão. Falando nisso tenho que comprar um vestido bem lindo para hoje a noite, mas antes disso é necessário que eu converse com o Dylan sobre o meu envolvimento com o Capitão. E essa conversa vai acontecer agora.