Capítulo 4

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Capitão Christopher Evans

- Pra te amar!

Foi isso que saiu da minha boca sem ao menos eu conseguir compreender o por quê de ter dito isso, a única coisa que eu sei, é que desde que revi seus olhos minutos atrás aqui nessa sala, algo dentro de mim mudou, eu não consigo mais raciocinar, não consigo mais ter posse de meu próprio corpo, a Eliza parece comandar tudo. Eu estou completamente hipnotizado por ela, e não sei o que isso pode significar, a única coisa que sei, é que não quero, não posso e não consigo ficar longe dela novamente. Eu preciso entender o que essa menina está fazendo comigo.

- Am... Amar?

Ela pergunta um tanto quanto confusa, e só então me dou conta que ela não sabe tudo o que ocorreu depois de sua partida, com certeza deve estar pensando que continuamos a odiando, o que não é verdade.

- Sim Eliza, é isso que eu, seus amigos e sua família podemos e devemos dar a você por todo sofrimento que lhe causamos injustamente.

Digo muito próximo de seu rosto, hipnotizado por seus olhos verdes e sua boca vermelha suculenta, só Deus sabe o esforço que estou fazendo para não beijá-la agora mesmo.

- Ah. Claro. Amigo. É isso.

Ela diz parecendo um pouco decepcionada, o que não entendo. O que mais ela esperava de mim? Deixo isso para lá e me direciono ao mais importante, fazê-la entender que nos arrependemos e queremos o seu perdão.

- Sim pequena.

Falo acariciando o seu rosto admirado com a sua beleza, ela parece gostar do carinho, pois durante o meu pequeno toque, fecha os olhos em tom de apreciação, o que me faz gostar muito.

- Eliza, nós descobrimos a verdade, sabemos que você é inocente, e você não sabe o quanto todos nós sofremos de remorso e de arrependimento pelo que fizemos com você. Seus pais choram dia e noite, seu irmão parou de viver, ele só estar vivo até hoje pela esperança de te encontrar.

Digo segurando firme seu rosto entre minhas mãos, fazendo nossas bocas ficarem a milímetros de distância, fazendo nossos olhares se cruzarem, querendo encontrar vida e suporte um no outro.

– Volta! Me perdoa!

Digo quando vejo duas lágrimas descendo de seus lindos olhos, limpo-as com os meus dedos e olhos para a sua boca que implora por um beijo, não consigo mais resistir, vou em direção aos seus lábios mas quando eles íam se acariciar a porta é aberta, impedindo-nos de ir ao paraíso.

- Desculpe senhora, eu não queria atrapalhar.

Fala a senhora da recepção.

- Você não atrapalhou Judith. O que deseja?

A Eliza pergunta sem graça, se afastando um pouco de mim.

- Os investidores ingleses chegaram e o seu Scott pediu para lhe chamar.

A Dona Judith fala me deixando incomodado e até com um pouco de raiva. Quem é esse tal de Scott? Será que eles estão juntos? Qual é a participação desse infeliz na vida dela? Não estou gostando nada dessa merda.

- Diga que eu já estou indo, por favor.

A Eliza pede educadamente para a senhora, que se retira. Em seguida ela se vira em minha direção.

- Bom, eu preciso ir. Nós podemos continuar essa conversa depois.

Ela diz e eu cruzo os braços com raiva. Quem é esse Scott? A vontade de perguntar é grande mas não irei me rebaixar.

- Podemos sim, estarei lhe esperando aqui. Mas é melhor ir, é bom não deixar o Scott esperando.

Falo ríspido e ela me olha sem entender, mas foda-se, nem eu mesmo estou entendendo essa minha reação, e o porquê de a proximidade desses dois me incomodar tanto.

- Ok então. Farei o possível para não demorar Capitão. Com licença.

Ela diz pegando o seu celular e saindo, me deixando sozinho naquela sala com o seu cheiro doce apimentado me enfeitiçando.

Instantes depois que ela sai, a mulher que se chama Judith entra trazendo chocolate quente, bolos e outras guloseimas.

- Com licença senhor, eu trouxe um lanche para o senhor enquanto a Dona Eliza não chega.

Ela diz, arruma as coisas em cima de uma mesa pequena que fica próxima a mesa de vidro que deve ser da Eliza e em seguida sai.

Vou até a mesa e tomo um pouco de chocolate quente, que por sinal está uma delícia, enquanto eu estou tomando meu celular toca e vejo que é o Jason.

- Alô!

Digo.

- Fala cara! Encontrou ela?

Ele pergunta.

- Sim.

Falo e a sua imagem me vem a mente.

- E aí? Como foi?

Ele pergunta ansioso.

- Ela ficou um pouco surpresa ao me ver, mas isso é normal devido as circunstâncias de nosso último encontro.

Digo sentando no sofá e me deliciando com esse chocolate maravilhoso.

- É normal. Ela tem muita raiva da família, da gente?

Ele pergunta e eu reflito um pouco sobre como foi o nosso encontro.

- O nosso encontro foi um pouco rápido porque ela tinha uma reunião importante mas pela sua reação quando mencionei sua família, ela não me pareceu com raiva ou com rancor. Ela transpareceu medo, tristeza mas não raiva.

Falo com sua imagem em mente.

- Que bom cara, isso só mostra o ser humano incrível que ela é. Mas como ela está?

Ele pergunta e eu dou um sorriso lembrando de como ela está linda, apesar de ter apenas vinte anos ela se transformou em uma mulher deslumbrante.

- Inacreditavelmente linda. Um mulherão da porra, se você quer saber.

Digo fechando os olhos e lembrando de como ela está linda com aquele vestido vermelho, ao terminar de falar o Jason rir.

- Uooou!!! O que é isso? Apaixonou?

Ele pergunta.

- Não sei cara, só sei que ela me desestruturou completamente.

Falo suspirando.

- Puta merda, não quero nem imaginar a reação do Blake quando descobrir isso. Mas por falar nele, ele já sabe?

Jason pergunta.

- Não, eu quis vir primeiro para sondar o terreno, saber se ela tinha muita raiva da família, se queria reencontrá-los e tal. Depois da nossa conversa, eu vou voltar e conversar pessoalmente com ele e com a família dele.

Digo.

- Se você acha melhor assim, confio em você.

Ele diz e eu agradeço, em seguida encerramos a ligação, e eu volto a me dedicar ao meu chocolate quente. 

Um Amor Ameaçado Pelo ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora