𝘁𝘄𝗼; conversation.

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Matemática.

Com certeza a pior coisa criada pelo ser humano na Terra. Como uma pessoa em sã consciência pensaria em inventar esse demônio?!

Não faz sentido; para que infernos eu iria querer saber a raiz quadrada da bissetriz interna de um triângulo retângulo?

Desisti.

Assumo minha derrota, fecho meu caderno e solto um suspiro triste.

ㅡ Você terminou? ㅡ pergunto para o garoto de cabelos loiros ao meu lado, que, ao contrário de mim, estava fazendo sua atividade tranquilamente.

ㅡ Sim. ㅡ Sem surpresa nenhuma, assentiu, era óbvio que ele conseguiria fazer. Por que a vida é tão cruel?!

Faltam apenas quatro dias para a prova e eu não sei de quase nada. Ótimo, Yamaguchi, você é um estudante modelo.

ㅡ O que você não soube? ㅡ Tsukki questiona.

Ainda bem que tenho esse gênio ao meu lado. Faço minha melhor expressão de cachorrinho abandonado e aponto para um quesito em seu livro. Sei que ele vai me zoar ㅡ acho que esse tipo de questão é considerada fácil por pessoas inteligentes.

ㅡ Nossa, essa, Yamaguchi?

Me preparo para a sessão de risos, mas ela não chega.

Onde está Tsukishima e o que fizeram com ele?

ㅡ Certo, vamos repassar esse assunto e depois você tenta de novo.

Quer saber? Esse Tsukki é bem melhor. Pode ficar com o antigo.

ㅡ Ah, oi, Ki ㅡ meu irmão fala, logo quando chega em casa.

Ele sempre volta à noite ㅡ a qual nem percebi começar pois estava entretido demais nos meus estudos e, incrivelmente, até que é bom estudar às vezes. Não sei porquê. Meu amigo tem umas técnicas boas ㅡ mas talvez seja apenas seu rosto bonito que ajuda bastante.

Vendo-o ali, lembro de cumprimentá-lo:

ㅡ Oi, como foi no trabalho?

ㅡ Você sabe, cansativo ㅡ ele afirma e suspira.

Makoto tira sua bolsa dos ombros e volta com o olhar para o garoto ao meu lado:

ㅡ Vai ficar para jantar, Ki?

ㅡ É... ㅡ Tsukki coça o pescoço, provavelmente sem uma resposta concreta.

Sem mais delongas, minha mãe pergunta:

ㅡ Quer que eu ligue para sua mãe?

Meu Deus, ele corou. E eu também. Esse sentimento... Parece que voltamos a ser aquelas crianças que insistiam para nossos pais para passar a noite na casa um do outro, só para jogar ou brincar mais um pouco ㅡ sempre fazíamos isso. Estava com muita saudade.

ㅡ Eu mesmo ligo, obrigado.

Depois de pegar o celular, contatar a sua mãe e falar com ela por poucos minutos, ele diz:

rain drops; tsukiyamaOnde histórias criam vida. Descubra agora