Capítulo 2

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"Estou a caçar-te esta noite."

HERMIONE SUSPIROU, ENQUANTO AGARRAVA O LIVRO DE HISTÓRIA DA MAGIA COM MAIS FORÇA, a primeira aula do dia tinha sido esgotadora e mesmo que lhe custasse admiti-lo, não tinha vontade de estudar.

— Olha que primeiro dia! — Pensou.

Naquela noite não tinha dormido bem, mesmo que isso acontecesse sempre no primeiro dia do ano em Hogwarts, o estar longe dos seus pais também a atacava dessa forma.

As insónias costumavam fazer-lhe companhia muitas vezes, mesmo que ela nunca o tinha dito a ninguém.

Arrastou os pés um pouco mais, até que o Ron e o Harry a alcançaram.

— Então, já limpaste a baba da cara? — Perguntou divertida a Hermione levantando uma sobrancelha.

Ron suspirou, tinha adormecido na aula de História da Magia, mas era impossível que isso não acontecesse.

Harry só conseguia bocejar pela milésima vez desde que estava acordado.

— Nem digas nada, acho que fiquei pior depois de dormir aquele bocado, agora tenho muito mais sono! —  Disse o ruivo. — E se faltasse às aulas hoje? —  Perguntou, Hermione ameaçou-o com o olhar, era imperdoável faltar ao primeiro dia.

— Nem sonhes, Ronald Weasley! — Disse a menina olhando para a cara sardenta do ruivo.

O Harry riu-se.

— Acabaste de soar como a minha mãe, Hermione. — Disse o ruivo fazendo com que a bruxa retirasse qualquer tipo de sorriso que tivera no rosto.

Ela não era mãe dele, muito menos irmã dele, não queria ter nenhum tipo de laço como esse.

Hermione via-o de uma forma que ele jamais a veria.

— Sim, sim, o que tu digas!—  Murmurou para literalmente correr até á aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

🖤

Quando o trio de ouro pisou a sala de DCAT, já a tensão se podia sentir, até se podia cortar com uma faca.

Os Slytherin chegavam e lançavam um olhar de desdém para os Leões, como tinha sido desde sempre.

Hermione só rolou os olhos quando Parkinson fez uma careta de nojo na direção dela.

Sempre tão madura, a morena.

Sentou-se na metade da sala, nem muito atrás, nem muito à frente.

Harry sentou-se ao seu lado, o mesmo fez o Ron, para a sorte deles as mesas estavam "pegadas".

O silêncio fez-se quando Tom Riddle entrou na sala com um olhar de superioridade, sinceramente agradava-lhe ser professor, ter poder sobre os alunos e encher-lhes a cabeça com...conhecimentos.

Tom passeou o seu olhar intenso sobre os estudantes que estavam na sala parando um instante numa certa morena e logo passando para o rapaz moreno ao seu lado, Harry Potter.

Sorriu de lado e aclarou a garganta.

—  Chamo-me Tom Riddle, serei o vosso professor de DCAT. — Murmurou em voz alta, a sua voz era rouca e envolvente.

— Quantos anos tem? Parece muito jovem! — Disse Parkinson enquanto enrolava uma mecha de cabelo com o dedo, Hermione rolou os olhos ante o atrevimento descarado da Slytherin, facto que não passou despercebido pelo professor, que sorriu novamente.

— Primeiro, sou seu professor então trate-me corretamente, segundo, não tenho de dar informação pessoal. — Disse o jovem secamente, era Tom Riddle, não um rapaz do secundário com hormonas que explicava cada coisa que fazia. Os Slytherin ficaram surpreendidos por essa resposta, geralmente não eram tratados assim por professores que tinham sido da casa deles. —  Comigo, não há favoritismos! — Mentiu descaradamente enquanto caminhava um pouco pela sala. — Se querem ser dos meus favoritos, surpreendam-me e então serão. —  Disse para depois se apoiar no escritório de madeira. —  Abram os livros na página 145, vamos falar das maldições imperdoáveis. — Aclarou.

Um raio atravessou os seus olhos, mas tão rápido como chegou, foi-se.

Hermione respirou pesadamente enquanto abria a página indicada.

As maldições imperdoáveis, bastava só ouvir isso que já se arrepiava.

A morena não reparou na sua ação antes de a fazer, levantou a mão, chamando assim a atenção de Tom e o resto da turma.

— Desculpe, mas as maldições imperdoáveis não se podem dar, são ilegais! — Disse a jovem provocando um riso por parte do professor.

— Vou ensinar-vos as maldições, porque há sempre algo de que nos devemos proteger, Srta. Granger. —  Murmurou enquanto passava a língua entre os lábios. — Alguém me pode dizer uma maldição imperdoável? —  Perguntou e Pansy Parkinson levantou a mão. Hermione tremeu por dentro, não estava a gostar nada do rumo da aula e por isso é que havia fugido dos livros que falavam sobre elas.

— A maldição Império, senhor. — Respondeu a jovem e Tom assentiu com a cabeça.

— A maldição Império faz normalmente com que qualquer ser vivo responda ás ordens de quem a executa. — Disse enquanto pegava num rato de um tamanho considerável na sua mão direita, apontou-lhe com a varinha. — Império.— Murmurou e logo começou a move-lo pelo ar conforme a sua vontade. — O rato vai fazer tudo o que eu lhe ordenar. —  Disse. Pousou o rato sobre o escritório de Hermione, fazendo que esta se afastasse um pouco para atrás. — Outra maldição?— Perguntou de novo.

Cruciatus. Respondeu uma voz na sala, Hermione nem se apercebeu de quem era, o seu olhar estava fixo sobre o rato à frente dela e no que lhe iria acontecer.

O rato à frente dela começou a chiar e a remover-se sobre a sua mesa pois a dor que sentia era agonizante no seu pequeno corpo.

— A maldição Cruciatus ou Crucio faz doer. — Hermione engoliu o nó que se formou na sua garganta e respirou fundo de novo quando o calvário do animal parou, mas sabia que não iria ser por muito tempo. — Qual é a última maldição, Srta. Granger? — Tom virou-se cravando o olhar na morena que cravou o olhar nele violentamente.

Porque é que lhe perguntava a ela?

Hermione negou com a cabeça enquanto continuava a olhar rudemente para ele.

Avada Kedavra. — Disse secamente o homem enquanto um raio verde saía da sua varinha para chocar contra o corpo do ratinho deixando-o sem vida.

Hermione suspirou, mas o raio não tinha sido o único que tinha visto.

Tinha visto outro raio nos olhos de Tom quando tirou a vida ao pobre animal e não gostou.

Não gostou nada.

Ateneaok

Girls like you (Tomione fanfiction)TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora