Capítulo 30

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"Sei que sou de vidro e posso partir-me fácilmente"

O MUNDO MÁGICO TINHA-SE SUBMERGIDO À ESCURIDÃO, ao igual que Hogwarts, no entanto, enquanto todos se mantinham com uma aura de extrema tristeza pela morte do velho diretor, Tom Riddle achava-se numa alegria que até sentia que tinha rejuvenescido um par de anos, mas os seus motivos eram claros: os seus planos estavam a sair à perfeição. Com Dumbledore morto o único obstáculo que tinha era o estúpido do Harry Potter, depois de tudo, o ministério estava quase a cair nas suas garras. Tom Riddle sabia como comprar e manipular as pessoas.

Quando a noticia da morte do Dumbledore chegou aos ouvidos de Harry Potter, o moreno sentiu que o mundo derrubava-lhe encima mas sobretudo tinha a cabeça cheia de perguntas que ao parecer ninguém se queria chatear em responder:

Porque é que a Hermione lhe tinha pedido desculpas?

Porque ela ficou e ele foi-se embora?

Porque não podia voltar a Hogwarts?

Mas o que mais lhe zangava era a sensação de inseguridade que não padecia há muito tempo.

O que se supunha que tinha que fazer agora?

Era claro que os comensais da morte queriam-no morto como a quase todos que se opunham aos seus pensamentos, só restava rezar para estar a salvo com os Weasleys e não pô-los em perigo.

Hermione deixou que a água lhe escorresse pelas mãos antes de meter a cabeça debaixo do chuveiro e sem chatear-se pela sensação de asfixia que tinha cada vez que respirava, a água entrava pelas suas fossas nasais chateando-a mais.

Esteve assim por vários minutos até que decidiu sair, pois os seus dedos já estavam muito arrugados e fechou a torneira lentamente.

Observou o seu reflexo quando saiu da cabine e não podia reconhecer-se a si mesma, tinha matado a um ícone do mundo mágico, um dos homens mais poderosos foi morto rodeado de pessoas que não sentiam aprecio por ele, exceto ela, quem ironicamente foi a que lançou o feitiço.

Envolveu-se numa toalha quando sentiu o frio recorrer-lhe o corpo, mas era algo normal na mansão Malfoy, não só pelos donos se não também pelas coisas horríveis que ao parecer aconteciam ali.

Depois da cena na torre de Astronomia, Tom informou-lhe que ambos iriam ficar na mansão Malfoy, com os aliados do moreno porque segundo ele, sentia-se mais tranquilo com a morena dentro dessas paredes até que o ministério estiveste totalmente controlado.

Saiu da casa de banho da suite que lhe tinham arranjado e vestiu-se com a roupa que Narcissa, a mãe de Draco, tinha tido a amabilidade de lhe arranjar.

Ainda assim notava que os donos não a queriam ali, e o único que mantinha Lucius Malfoy atado ao Lorde das Trevas/Inominável era o infame medo que lhe tinha, aquele que o tinha levado a condenar a sua esposa e filho a uma vida de medo e obediência.

Sobressaltou-se quando um estalar de dedos fez-se presente na suite e agradeceu por estar já vestida quando viu as orelhas de uma pequena elfa ali.

— Senhorita, o mestre Draco enviou a Pinky para lhe dizer que espera por ela na biblioteca. — Explicou abrindo com atenção os seus expresivos olhos verdes, a morena sorriu levemente mas à vez sentiu-se muito zangada. Não deviam usa-la como empregada.

— Oh, entendo, mas não sei onde é... podias levar-me?— Perguntou, Pinky deteve-se e moveu as orelhas quando notou que Hermione lhe estendia a mão, sem saber muito bem como racionar elevou a sua mãozinha mas ficou estática, nunca tinha tocado num dos seus mestres e nunca tinha tido contacto com um humano, no entanto, relaxou-se quando Hermione se abaixou levemente e pegou na sua mão, Pinky sorriu antes de começar a caminhar com ela pelos corredores, podia aparatar com ela mas a morena parecia muito exausta para o fazer ou ao menos isso pensou a pequena criatura.

Hermione agradeceu quando não cruzaram com ninguém nos corredores, ainda assim tinha a sua varinha no bolso da sua bolsa, não sabia quando podia necessita-la.

— Chegamos Senhorita Granger — Disse, Hermione agradeceu e Pinky abriu-lhe a porta para que entrara, a morena deu-se conta de que a elfa foi-se embora quando a porta se fechou atrás dela novamente.

Os olhos da Hermione recorreram as grandes estantes até dar com o Draco, o qual, levantava-se de um cadeirão que estava próximo de uma grande janela e aproximava-se a ela.

—Hermione...— Murmurou, antes de de fazer um movimento com a varinha, o que menos necessitavam era que alguém os escutasse, a morena franziu o cenho.

— Draco, o que se passa?— Perguntou. — Não é perigoso para ti isto?

— O teu namorado saiu para fazer algo, não está aqui. — Informou, Hermione bufou antes de deixar-se cair numa cadeira de madeira.

— Podias não chama-lo assim, por favor?— Perguntou com ironia, o que menos se sentia era sua namorada nestes momentos. Tom Riddle não era um adolescente apaixonado e ela não era uma aluna do secundário cega, ambos estavam fodidos e estavam longe de ter uma relação sã.

— Desculpa, eu...— Draco respirou. — Como te sentes?— Perguntou mas deu-se conta de que a sua pergunta era estúpida. — Melhor dito, precisas de alguma coisa?— Mudou a sua pergunta, Hermione calculou-o por uns minutos até que levantou a vista impactando os olhos chocolate contra os olhos prata de Draco.

— Podes fazer-me um favor?— Perguntou. — Se escrever uma carta para alguém, podes entrega-la? — Pediu, Draco estalou a língua.

— Vêm todo o correio que envio, como a todos os que estamos aqui. — Informou mas encolheu os ombros depois de uns segundos. — Mas posso leva-la pessoalmente. — Disse, Hermione negou com a cabeça.

— Não, é muito perigoso!— Disse. — Podiam estar a vigiar-te. — Explicou, Draco agachou-se à frente dela.

— Posso fazê-lo. — Disse, e era verdade. Sentia-se em duvida com Hermione, depois de tudo a morena tinha tomado o seu lugar, tinha tido a coragem de lançar o feitiço que ele não conseguiu, e tinha-o salvado de não se converter em alguém horrível.

Pelo menos não ainda.

Hermione assentiu.

— Sabes que o Snape está do nosso lado, não?— Perguntou, pelo olhar que lhe deu a morena entendeu que o Dumbledore não a tinha informado. — Ele tem contacto com a ordem, podemos informá-lo também. — Disse, Hermione lembrou-se que o diretor lhe tinha falado sobre a ordem da Fénix, uma organização fundada por ele, que reunia vários feiticeiros e bruxas que agora mesmo, tinham como missão principal proteger Harry Potter.

— No acredito que o Harry o queira escutar. — Expressou a morena.

— Terá que o fazer.

Ateneaok

Girls like you (Tomione fanfiction)TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora