31 - the end

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"Esse é o problema da dor. Ela precisa ser sentida."
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A Culpa é das Estrelas.

you broke me first - Tate McRae

alguns meses depois

O vento frio batia violentamente pelo meu rosto, mas depois de alguns meses morando em NY, eu já havia me acostumado. Óbvio que como uma boa Californiana, o frio era quase insuportável, mas aquilo parou de me incomodar depois de um tempo. Mesmo que eu estivesse coberta por vários casacos e usando luvas, meu corpo ainda tremia e eu me sentia gelada. Mas mesmo assim, nada tira a minha atenção da vista maravilhosa a minha frente.

Andar assim pelas ruas de New York era bem perigoso, ainda mais aquela hora da noite. Mas aquela era uma noite especial, depois de meses, finalmente consegui escrever minha primeira música. Claro, me decepciona um pouco saber que é uma música triste, mas é o que meu coração sente.

Tinha parado em pub a algumas ruas dali a pouco tempo, mas nada ali pareceu me agradar, não como agradava antigamente, então estava voltando para casa andando mesmo. Confiro o celular e vejo que já são dez da noite e então apresso meu passo.

Esses últimos tempos aqui em New York tinham me dado tudo que eu precisava, eu sentia saudades de estar em casa, mas acho que não seria aceita de volta até estar cem por cento curada. Depois do fatídico dia vinte e quatro de dezembro, quase entrei em estado vegetativo. Vão lá, podem me chamar de dramática, mas só eu sei o quanto doeu. Meu coração ainda se aperta se eu pensar demais sobre aquele dia, então tento ocupar minha mente com outras coisas. Depois de um tempo fica mais fácil, aprender a viver com a dor, aprender com a dor.

Finalmente chego ao meu apartamento, é um lugar aconchegante, não muito grande mas é meu e isso é o que importa. Ligo o aquecedor e tiro todas as camadas de roupas, coloco calças me moletons e um sweater confortável e também minhas meias. Me sento na cama e por um segundo, me permito apreciar o silêncio. Deito na cama e não demoro a pegar no sono.

Novamente, aqueles sonhos se repetem. Mas não é isso que me acorda, e sim o barulho do celular tocando. Em primeiro lugar penso ser Bryce, ele costuma me ligar bastante para saber como estou. Porém o número do celular é desconhecido, talvez seja algo importante, penso. E então arrasto o botão e coloco em minha orelha ouvindo atentamente.

- Hm, alô? - digo e mas não escuto nada do outro lado.

Fico na ligação por algum tempo, confiro o celular para ver se a ligação caiu mas ainda está rolando. Volto a dizer "alô" e então uma respiração descontrolada preenche o outro lado.

- Oi Mar, senti saudades.

the end.

𝒆𝒙𝒑𝒐𝒔𝒆𝒅 + jmb Onde histórias criam vida. Descubra agora