Blood & Water

Capitulo 32

• Como estão as coisas por aí?— meu irmão perguntou do outro lado da linha.

• Bem, nosso pai está quase perdendo a cabeça por causa do trabalho e a mamãe vive no automático, nada de novo— eu suspirei, me sentando na cama.

• Irei até aí nas férias.

• Achei que você não viria tão cedo.

• Tenho algumas coisas para resolver.

• Isso tem a ver com os últimos acontecimentos da empresa? Porque agora nosso pai quer me arrastar para isso a todo custo, ele vive dizendo que é o meu futuro.

• Você deveria ficar longe, deixe que eu me viro com ele— eu bufei.

• Como se isso fosse possível, só essa semana ele me chamou até o escritório dele umas seis vezes, para falar sobre investimentos, colaboradores, implantações tecnológicas e outras coisas que eu mal consegui processar— ele riu baixinho.

• Não deixe que isso te leve a loucura, nosso pai sabe pegar pesado as vezes.

• Tem momentos que me dá vontade de jogar tudo pela janela e o deixar falando sozinho.

• Ah, te entendo muito bem— nós dois rimos.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, até ele se despedi dizendo que sairia com alguns amigos.

Antes que eu me levantasse da cama, meu celular vibrou e apareceu o nome do Michael no visor.

Michael: Peg, vamos conversar?
Michael: Já faz duas semanas que você não me responde.

Assim como das outras vezes bloquei o celular e o ignorei. Se ele achava que eu iria escutar alguma desculpa esfarrapada dele, depois de ter transado comigo, sendo que tinha outra garota, ele estava errado.

Não era ciúmes, era aversão a atitude dele. Eu não era tão horrível a ponto de dormir com um cara, sendo que, havia outra garota na jogada.

Sai do quarto e fui até a cozinha, a alguns minutos seria o almoço e eu já estava morrendo de fome. Mesmo sendo uma tarde de sábado, meu pai estava no escritório da empresa e minha mãe havia ido até Liverpool para uma reunião de negócios. Sendo assim, era só eu e a Naomi.

– Que bom que a senhorita já desceu, já ia subir para te chamar para o almoço— ela disse assim que eu entrei na cozinha.

– Bom, eu vim atrás dele— me sentei no balcão no meio da cozinha.

– Aqui está— ela depositou o prato na minha frente.

– Você vai comer agora também, né?— eu a olhei.

– Não, irei comer com as minhas crianças— eu fiz um muxoxo com os lábios.

– Vai me deixar comer sozinha?— eu fingi parecer chateada.

– Prometi a eles que chegaria em casa antes deles almoçarem e faríamos isso todos juntos— ela voltou a ilha da cozinha, para a limpar.

– Tudo bem, nós já te privamos demais aqui, seus filhos merecem um tempo contigo.

Aos finais de semana a Naomi trabalhava apenas por meio período e ia embora depois do almoço.

Depois que ela se certificou que estava tudo limpo e organizado, ela se despediu e foi embora.

Eu estava jogada no sofá da sala, entediada, assistindo um filme que eu mal prestava atenção, quando o Austin me ligou.

• O que você está fazendo agora?— sua voz soou um pouco distante do celular.