min yoongi × kia
ambw
+18
Eu tinha toda minha atenção nos botões da camisa xadrez, fechando um por um pela segunda vez. Sim, era a segunda tentativa, já que da primeira vez me atrapalhei pulando um botão deixando a roupa torta. Min Yoongi me observava curioso com minha concentração.
— Nunca vi ninguém colocar tanta energia em abotoar uma camisa — murmurou.
Ergui meus olhos e sorri sem graça.
— 'Tô testando sua paciência, não? Estamos aqui há uns quase vinte minutos e só agora eu consegui fazer certo.
— O médico disse que eu tenho de ser paciente com as pessoas que estão dispostas a me ajudar, mas não sabia que me custaria tanto.
— Ha-ha — ri sem humor — Minha desculpa é que ficar muito perto de você me deixa nervosa, amor.
— Não vai funcionar, eu nunca te deixei nervosa. É sempre o contrário.
Fingi espanto.
— Oh, ele finalmente assumiu!
Yoongi desviou o olhar segurando o riso.
— Terminou tartaruguinha?
— Sim. Você está impecável, com sempre. Falta só pentear o cabelo. Posso fazer isso se quiser.
— Hm, eu aceito.
— Okay — me levantei da beira da cama indo até uma cômoda alta pegar um pente verde. Voltei a ficar perto dele, mas dessa vez me colocando de joelhos no colchão. Segurei seu queixo deslizando o pente pelos fios quase secos.
— Me sinto como quando tinha quatro anos de idade e minha mãe penteava meus cabelos para ir para a creche.
— Ela me mostrou algumas fotos. Você era a coisa mais fofa do mundo, as bochechas e os olhinhos brilhantes. Ainda é uma gracinha, só tem a boca suja agora.
Ele riu.
— Aigoo, isso fez parte do meu amadurecimento. A primeira vez que falei palavrão, segundo meu pai, foi quando ele mesmo disse perto de mim e eu repeti.
— E a sua mãe?
— Meu pai só contou para ela anos depois.
— Sr. Min é um espertinho. Quando chegar a nossa vez teremos de ser cuidadosos, pois seremos os pais boca suja — sorri e ele me encarou — O que?
— É a primeira vez que fala em ter filhos comigo.
— Oras, para mim é óbvio que quero ser a mãe dos seus filhos, senão quem mais pode ser? — lhe apontei o pente como se fosse uma arma perigosa.
— Mas disse uma vez que não quer se casar.
— Porque é cedo demais para pensar nisso. Tem que fazer muito para me convencer, Yoongi — dei uma piscadela — Mas mesmo se eu não me casar ainda posso ser mãe do seu herdeiro, ou tem outra na fila?
— Outras.
— Você pensa que é engraçado, mas não é. Pronto, terminei o cabelo. Agora só parece um senhor de meia idade inocente.
— Não quero nem olhar no espelho…
Gargalhei.
— Hora da tipóia, garotão. — estava na cama mesmo, ele tirava em alguns momentos. Me estiquei para pegar e senti dentes no meu traseiro — Ei! Cadê o respeito, estamos na casa da sua família e fica mordendo minha bunda?
— Eu gosto muito desse jeans — falou com inocência. Soltou um suspiro — Quero me recuperar logo.
— Você vai, amor. Tem que ser paciente como mesmo disse, uh? — tinha muito cuidado na hora de colocar o acessório em seu braço e ombro. Passando a tira para prender ao redor do pescoço — Confortável?
— Sim. Você está se saindo uma ótima enfermeira particular.
— Ah, é? Que bom que está gostando do meu trabalho, senhor. Mais tarde vai ganhar um docinho por ser um paciente tão bom.
Min fez careta. Mas depois pegou a minha mão afagando entre seus dedos. Timidamente me puxou para si, eu sabia o que queria. Segurei seu queixo aproximando nossos rostos, roçando meus lábios nos dele antes de realmente beijá-lo. Um beijo leve, calmo e suave.
Yoongi tinha uma boca pequena, mas muito macia e quente. Uma língua que me causava tremor na espinha e a forma apaixonada que me beijava usando o braço bom para envolver meu quadril, só fazia meu coração derreter de amor.
Nosso carinho foi mudando de proporção. Ele sugou meu lábio pressionando mais o corpo no meu, quase me fazendo cair sobre si na cama.
— A-amor? — chamei meio ao beijo — Para.
— Por que?
Nossa respiração irregular.
— Você tem que comer agora, tomar os medicamentos, ir ao médico e tem uma live para fazer mais tarde. Sua agenda continua cheia.
Ele morde o lábio afastando-se do meu espaço pessoal.
— Okay.
— Então vamos, seus pais estão nos esperando para o almoço.
Estávamos passando um tempo na casa dos Min. Depois da cirurgia, todos concordaram que ficar em Daegu faria bem a Yoongi e sua recuperação. Eu não pensei duas vezes antes de pedir férias adiantadas para ficar com ele, mesmo o mesmo tendo falado que não seria necessário, sabia que no fundo ele queria sim meus cuidados. Mesmo que de um jeito bem atrapalhado.
Depois do almoço acompanhei ele no restante do dia, mesmo na hora da live – que assisti de outro cômodo da casa – tentei ficar próxima. Quando fomos ao médico ele entrou sozinho e saiu com uma tipóia nova e mais cartelas de remédio. Eu dirigi de volta para a grande casa, pronta para ajudar a Sra. Min com o jantar.
— Kia, minha mãe gostou muito de você aqui — ele sussurrou enquanto me assistia cortar legumes no tempo em que ele via algo no celular.
— Porque eu corto os legumes melhor que você, claro.
— Você sonha alto, garota. Na verdade, sei que sua companhia a agrada. Queria que você soubesse.
— Por acaso ela te falou isso? — indaguei.
Ele negou.
— Não, mas eu sei porque conheço o olhar dela. Está grata.
— Bom, se você diz. Fico feliz por saber indiretamente que minha sogra não me odeia tanto assim. Você melhorou meu dia, amor.
— Aish! — fez manha — Por que você é assim?
— Como? O amor da sua vida?
Yoongi me entregou uma careta de nariz franzido.
Após o jantar, nos despedimos da família e fomos para nosso quarto: o de hóspedes. Pelo menos tinha uma bela cama grande e extremamente confortável.
— Quer tomar banho agora ou depois? — perguntei enquanto fechava a porta.
— Por mim eu só deitava.
— É, eu sei disso Sr. preguiça. Então, eu decido por você. Vamos agora — puxei a blusa de mangas que vestia por cima da cabeça, indo para o banheiro.
Tinha sempre muito cuidado com ele ao ajudá-lo a tirar a roupa.
— Sorte sua que sou campeã em tirar sua roupa — brinquei lhe roubando um selinho.
Nus entramos na banheira, assim era mais cômodo para ele e poupava a bagunça de molhar o curativo por cima dos pontos cirúrgicos. Sentada atrás dele, esfreguei as costas e pescoço usando uma esponja macia. Yoongi permanecia em silêncio tranquilo, às vezes fechando os olhos quando massageava alguma área sensível.
— Kia... se ficar esfregando meu pau assim, vai me deixar duro.
— Desculpa — beijei sua nuca.
— Eu sinto falta.
— De que?
Riu soprado.
— De fazer o que estaríamos fazendo pelados nessa banheira em outras circunstâncias.
— Estaríamos tomando banho, safado — mordisquei sua orelha. Yoongi alisou minha perna por baixo da água e virou-se um pouco para me olhar.
— É complicado dormir com você, Kia. Ou te ver nua e me lembrar do que o médico recomendou.
— Aproveite para poupar suas energias, porque quando voltar a ativa eu vou acabar com você — sussurrei.
Ele rolou os olhos.