park Jimin
hwasa
+18
Ela havia adormecido de barriga para baixo no sofá enquanto a chuva de outono caia fora de casa. Estávamos no meio da floresta na cabana de madeira, acima de um rio. Da poltrona ao lado, observei ainda decidindo se a levaria para cama ou somente cobriria o corpo vestido por moletons cinza.
Alguns fios escuros de cabelo caiam sobre a lateral do rosto, tocando os lábios que formavam um biquinho. E de repente decidi: apenas cobri-la. Maria encontrava-se confortável.
Sem fazer muito barulho, corri rapidamente para o quarto nos fundos encontrando uma manta marrom e grossa. Aproximei-me colocando por cima dela, que moveu-se um pouquinho soltando um pequeno gemido.
O lábio inferior estremeceu.
— Mmm.
Eu sorri vendo-a encolher as pernas.
— Está acordada.
— Uhum. Deita aqui comigo — pediu sem abrir os olhos.
— Por que?
— Porque preciso de você.
— Não precisa, tem uma manta agora.
— Nada me aquece como você, Jimin — sussurrou sem ainda abrir os olhos. Mudou de posição dando espaço atrás de si no estofado.
Sem mais debater, me enfiei atrás dela, entrando debaixo da coberta. Maria logo encostou o corpo todo no meu, puxando meus braços em torno de si para abraçá-la.
— Me desculpe. Não resisti ao som da chuva e adormeci.
— Não precisa se desculpar.
— Te deixei sozinho quando havia prometido que ficaríamos juntos essa noite.
— Estamos juntos — afaguei sua barriga.
Encarando o rosto graciosamente largo vi quando abriu os olhos. Olhou diretamente para mim por sobre os cílios, sorriu abertamente e meu coração reagiu.
— Quanto tempo eu dormi, Jimin-ah?
— Mmm… — olhei o teto fingindo pensar — Talvez umas duas horas.
— Oh! Tudo isso, sério? Ah, você mente.
Eu ri me entregando.
— É mentira. Acho que por menos de uma hora. Fiquei te assistindo também aproveitando o som da chuva. É sempre muito relaxante.
— Poderia ter me chamado.
Neguei com a cabeça.
Dentro do abraço, Maria virou-se de frente. Tocou a ponta do meu nariz com o seu. A proximidade trouxe à tona o perfume natural de sua pele amarela feito mel. Passei os olhos pela face parando nos lábios levemente abertos.
— Gosto de vê-la dormir. Principalmente com as minhas roupas.
Recebi um selinho no tempo em que as unhas longas arrastaram-se por minha nuca e couro cabeludo, causando arrepios na base da minha coluna.
Ela também me olhava. Vi suas orbes escuras dançando por cada canto do meu rosto, algo que trazia a sensação de timidez e apesar de sentir-me embaraçado, gostava da ternura em seu olhar. Fazia-me sentir bem e tão vivo com o coração acelerado batendo contra o peito.
Em momentos como aquele, quando Maria simplesmente me olhava, eu sabia que estávamos perdidamente apaixonados.
— Eu gosto de vestir suas roupas. Peguei o costume porque quando não estamos juntos, o que acontece na maior parte do tempo, posso sentir seu cheiro.
Os carinhos nos meus cabelos continuavam, meu corpo formigando de um jeito gostoso.
— Não me importo que pegue o que quiser usar, mas está acabando com meus moletons.
Ela riu bonita como sempre.
— Uh, sinto muito. São meus favoritos e servem fácil. Principalmente as calças, já que é difícil encontrar uma que passe no meu quadril.
— Eu realmente não tenho nada a opor contra seu quadril. Ah, não mesmo.
Maria pendeu a cabeça para trás soltando uma gargalhada, então aproveitei beijando-a no pescoço.
— Gosto quando faz isso…
— Beijo aqui?
— Isso.
— Sua pele é cheirosa — pressionei os lábios.
— Ah — suspirou — Continua.
O fiz.
Roçando meus lábios pela pele, fiz arrepiar. Minhas mãos desceram da cintura para as laterais do quadril largo onde apertei, trazendo-o mais perto do meu. Eu tinha uma necessidade de contato físico com ela, se não fosse tão perto, parecia querer doer.
Maria puxou meus cabelos mais longos que o habitual, querendo minha boca. Quando encontrou, beijou com carência puxando meu lábio numa leve sucção. O beijo era lento, desejoso e delicado ao mesmo tempo. Conseguia nos ouvir, curtos estalos molhados.
Obviamente aquelas carícias causavam reações por todo meu corpo. Tive que parar para respirar e pensar com clareza.
— Tínhamos combinado de cozinhar e depois começar a montar aquele quebra-cabeça de mil peças — sussurrei.
— Ainda quer seguir a programação?
— Ah… não me faça essa pergunta quando minhas duas cabeças estiverem a mil por hora.
— Jimin? — riu alto.
— Não posso mentir — eu ri também — Mas acho melhor seguir a programação.
Ela me deu um selinho.
— Tudo bem — respirou fundo, afastando-se um pouco — Hora do jantar!
Dividimos o espaço na bancada da cozinha lado a lado. Ela cortava os legumes enquanto eu fritava os bifes.
— Quer fazer arroz e eu faço o ramen? — perguntou.
— Claro.
O cheiro delicioso fez meu estômago roncar. Maria riu.
— Aguenta só mais um pouquinho — brincou falando com a minha barriga.
— Um pouquinho mais — fiz o mesmo, rindo.
Dividir nosso tempo juntos era algo raro de acontecer. Vínhamos trabalhando nesta situação desde o primeiro momento em que decidimos ficar juntos pra valer.
Nossas carreiras, fama, holofotes e todo o falso glamour, ficavam para fora da nossa bolha particular. Éramos apenas nós dois: Ahn Hye-jin e Park Jimin.
Ela me olhou pelo canto dos olhos, sorrindo e mordendo o lábio. Apaguei o fogo do fogão para abraçá-la por trás, afastando os cabelos e expondo o pescoço. Naquele momento ela começou a cantarolar uma canção que eu conhecia bem. A voz angelical e sedutora me fez querer dançar e o fiz, segurando o quadril dela balançando de um lado para o outro, enquanto ela refogava os legumes.
Beijei-lhe o pescoço fechando meus olhos, aproveitando o momento. O som da chuva mantendo o clima relaxante.
— Jimin-ah?
— Hm?
— Vamos comer. O que acha de fazer isso na frente da lareira?
— Ah, eu quero. A lareira dessa cabana só me traz boas memórias — olhei-a — Você toda nua em cima de mim, cavalgando enquanto o fogo nos aquecia.
— Você fica muito empolgado. Nunca serei capaz de esquecer a noite passada.
— Podemos repetir — sussurrei no pé do ouvido.
— Oh, sim. Mas vamos comer, uh? Você pega fogo fácil demais.
— E você gosta.
Maria riu soprado, saindo do meu abraço.
— Pegue os pratos, Sr. Convencido.
Em frente a lareira acesa, saboreamos o nosso jantar. Eu me ofereci para lavar os pratos e Maria secou e guardou. Escovamos os dentes e decidimos tomar banho juntos.
Ajudei-a lavar as costas sem deixar de admirar o corpo diante do meu. Recebi o mesmo cuidado quando esfregou minhas costas, causando-me arrepios.
Virei-me de frente, agarrando-lhe pela cintura. Sem me conter, beijei seus lábios demonstrando minhas intenções, usei minhas mãos para que sentisse meu desejo crescendo violento de dentro para fora. Assim que seus dedos afundaram-se em minha carne, me querendo mais perto, gemi em sua boca.
— Jimin-ah… — ela gemeu de volta.
— Se não quiser, eu paro, jagi — minha respiração irregular.
— Eu quero, mas não aqui.
— Aonde, então?
— Na sala, assim como na noite passada.
— Tudo bem, como você quiser.
Ela ficou por cima novamente. Cabelos molhados jogados de lado sobre o ombro, cavalgando, gemendo e as unhas arranhando meu peito fazendo marcas. Minhas mãos pressionam forte o quadril dela ajudando no movimento.
— Olhe nos meus olhos — soou como uma ordem.
Ela o fez.
Lhe daria satisfação como sempre, então mudamos de posição e Maria deitou de barriga para baixo no cobertor estendido no chão, erguendo uma perna dando-me espaço para pegá-la por trás. Segurei sua cintura estocando do jeito que a deixava louca num frenesi de gemidos manhosos.
— Não para! — suplicou.
Segurei seus cabelos puxando sem parar de estocar. Meu suor misturou-se com as gotículas de água do banho que o calor do fogo não havia absorvido, escorrendo pelo meu corpo.
— Goze para mim! Vou gozar para você — pedi com a voz rouca.
Ela não demorou a se desfazer ao meu redor. Tão molhada que escorria para fora de sua fenda sensível. Aproveitei o aperto das paredes de veludo, ouvindo-a ainda manhosa em seu ápice, porém logo tive de me retirar, desfazendo-me sobre a curva de sua bunda, marcada por mim.
Deitei ao seu lado, ofegante e beijando-a carinhosamente.
— Tudo bem? — perguntei procurando seus olhos.
— Uhum.
— Suas bochechas estão fervendo. Parece satisfeita.
— E estou — sorriu cansada.
— Vamos terminar o banho e dormir, podemos deixar o quebra-cabeça para amanhã, uh?
— Aceito.
Após o banho completo, seguimos para o quarto amplo todo entalhado e decorado em madeira escura. A cama rústica com lençóis e edredom marrom, ficava bem abaixo de duas janelas de vidro com vista para a montanha mais próxima e o Rio correndo perto.
Maria e eu nos deitamos sem fechar as cortinas, de bruços e frente a frente, assistindo a chuva mais fraca cair.
Minha amada tocou meu rosto acariciando suave os traços, mas se deteve no arco dos meus lábios tomando mais tempo ali antes de contornar com a ponta do dedo.
— Eu te amo — sussurrou.
— Eu sei.
— Convencido — riu leve — Mas falando sério, eu te amo. Muito.
— Também falei sério quando disse que sei. Eu sinto e te amo de volta. Muito.
— Ouvir isso deixa meu coração tão quente e tranquilo.
— Meu amor te conforta?
— Sempre. Principalmente nos meus piores momentos. Uma das melhores decisões que tomei na vida, foi aceitar seu convite para beber depois daquela premiação.
— Ah, sim. Eu achei que fosse recusar.
— Eu pensei nisso, porque você era demais. Tudo sobre você, então pensei: "Por que me envolver com esse cara? Seria arrumar dor de cabeça". E não estava errada — eu ri — A melhor dor de cabeça de todas.
— Mas você resistiu.
— Claro, eu precisava ter certeza de que me levaria a sério. De que sua intenção não era rasa.
— Te contei uma vez que de início eu não tinha intenção de tornar nada sério. Queria tê-la por algum tempo, me divertir e ter bons momentos. Contudo, caí aos seus pés — toquei-lhe o rosto.
— Eu sou irresistível.
— Completamente. Se lembra da primeira vez que estivemos juntos no mesmo ambiente depois de fazer amor, na noite anterior?
— Claro que sim. Foi tão difícil disfarçar, tudo o que eu queria era que tudo aquilo acabasse logo pra gente se encontrar.
— E o fizemos. Parece que foi ontem e dois anos já se passaram.
— Dois anos. Nossa… Eu quero mais.
— Eu também.
— Vem aqui, querido.
Deitei sobre seu peito abraçando seu corpo, inspirando o cheiro que acalmava todo o caos da minha alma. Maria cantou para mim até que adormeci profundamente.
Eu estava me tornando mais com o amor dela, minha vontade era nunca deixá-la.* María é o nome católico de Hwasa
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