Never Not - [RamKing] (Tattoos Together 2)

O dia em que King estava se formando... e Ram aprontando alguma coisa.

P.O.V. Ram

     No último dia de aula para os estudantes de engenharia, fomos liberados mais cedo que o normal. Cheguei em casa antes de King, e aproveitei para mandar algumas mensagens e confirmar meus planos para o dia seguinte.
     A formatura dos seniors aconteceria de manhã, o que facilitava muito a minha vida de algumas formas, mas dificultava de outras. Liguei para Frong pra garantir que meu pedido estaria pronto a tempo, e prometi que não me atrasaria para buscá-lo.
     Hoje também seria o último dia de King como interno na empresa, e ele enfim ficaria sabendo se seria convidado para trabalhar lá oficialmente. No caso, eu tinha certeza que o convidariam, mas era importante de qualquer forma. Saber que meu namorado genial finalmente estava tendo a chance de aplicar suas habilidades me deixava muito feliz.
     Por mais que fossem coisas boas, tudo parecia estar acontecendo ao mesmo tempo, e rápido demais. Eu queria muito poder acompanhar tudo tranquilamente, e ainda dar um jeito de surpreender o cara que eu amava nesse momento mais que importante na vida dele, mas agora só me restava torcer para que tudo ocorresse como planejado.

     Quando King chegou, o sorriso enorme em seu rosto já revelava o que eu bem esperava.
     - Cool Boy, eu consegui! - ele correu pra me abraçar assim que os cachorros liberaram a passagem.
     - É claro que conseguiu! - cheguei a erguê-lo um pouco no ar de tanta empolgação. Era normal ficar tão feliz assim por alguém?

P.O.V. King

     Na manhã da formatura, acordei novamente com a cama vazia. Fui correndo para a cozinha, mesmo sem cheiro de queimado, porque ainda era muito estranho.

     - Está com febre? Precisa ir pro médico? - Já fui checando a temperatura da testa de Ram antes mesmo de olhar direito pra ele. Quase morri de preocupação na última vez que havia ficado doente, duas semanas atrás, e havia sido a única vez que ele tinha acordado tão cedo.
     - Amor... eu tô bem - ele riu, e só então parei para notar que ele já estava quase todo vestido com as roupas formais, e o café da manhã parecia ter um cheiro bom - Bom dia, engenheiro quase formado King - ele beijou minha testa e voltou a servir o café.
     - Bom dia... - apenas sorri, ainda confuso - Você está mesmo se sentindo bem? Como acordou tão cedo?
     - Estou bem. Quis apenas garantir que não ia me atrasar - ele riu - Pode ir lá se trocar, bonitão.
     - Okay então...

     Coloquei minha roupa, comi com Ram e o ajudei com sua gravata, que estava toda embolada depois de algumas tentativas apressadas de fazer um nó.
      - Pra que a pressa, Cool Boy? Ainda temos tempo - ri da sua carinha fofa de timidez. Se hoje não fosse um dia tão cheio, eu diria que ele estava aprontando alguma coisa.
     - E-eu... estou só ansioso, sabe? Pra ver você se formar - ele gaguejou um pouco ao responder. É... ele definitivamente estava aprontando alguma.
    
P.O.V. Ram

     Estacionei a moto em frente à faculdade e acompanhei meu namorado até o lugar onde os outros formandos estavam se preparando. Ele havia sido nomeado como orador da turma, então precisava ensaiar um pouco. Vi Boss e Bohn de longe, mas nem tive tempo de cumprimentá-los. Apenas desejei boa sorte para King e corri que nem um maluco de volta para a moto assim que saí do seu campo de visão. A minha sorte era que a floricultura de Frong não era assim tão longe.

P.O.V. King

    Quando a cerimônia enfim começou, pude ver meus pais e minha irmã logo de cara na plateia. Os três me olharam e acenaram, sorridentes.
    Aproveitei o resto do discurso enorme do coordenador da área para procurar por Ram na multidão. Encontrei Duen e mais alguns de nossos amigos, mas nada do meu Cool Boy. Comecei a ficar preocupado. E se ele estava mesmo se sentindo mal de manhã e não me falou nada?
      Quando me chamaram para discursar, tive que engolir a preocupação e me concentrar nas palavras. Minhas mãos tremiam de nervoso, mas eu não podia desapontar ninguém. Eu havia me preparado para aquilo, então respirei fundo e recitei o texto que havia escrito para a ocasião.
      A plateia me aplaudiu de pé, e meus colegas pareciam contentes. Ufa. Meu corpo voltou à cadeira e minha mente ao que de fato importava: ONDE DIABOS ESTAVA RAM?

     Já estavam chamando os primeiros nomes para receber o diploma quando vi um buquê ambulante enorme chegando com pressa no fundo da plateia. Era uma visão engraçada, já que as flores tapavam o rosto de quem as trazia. Quando a pessoa enfim parou e sentou em uma cadeira, colocando o buquê no colo, pude ver que o sujeito era meu namorado. Tive que segurar a risada. É claro que ele faria algo assim.
     Meu nome foi chamado apenas alguns minutos depois, e minha ficha só foi cair quando peguei o diploma nas mãos. Eu já não era mais um estudante... minha carreira havia começado.

P.O.V. Ram

     Quando a cerimônia acabou, haviam filhos abraçando os pais e lágrimas de emoção pra todos os lados. Precisei dar um jeito de passar por toda aquela gente para chegar até King, que já estava com sua família.
     Era um tanto constrangedor aparecer assim, com um buquê enorme, na frente dos pais dele. Ele deve ter visto minha cara de pimentão de longe, porque a primeira coisa que disse quando os encontrei foi uma piada para descontrair.
     - Comprou a floricultura inteira, Cool Boy? - ele riu, aceitando as flores. Por um momento, desejei segurá-las mais um pouco só pra esconder minha cara.
     - Não... só uma flor de cada tipo que tinha mesmo - respondi, quase morrendo de timidez com o surto da minha cunhada do lado.
     - Olha só que lindos! - P'Kumfah quase berrava, gravando cada segundo. Os pais de King sorriam, o que me confortava um pouco. Minha sogra piscou pra mim, provavelmente por causa dos planos para mais tarde, mas eu perdi toda a coragem de encará-los e voltei meu olhar para o formando mais lindo da festa.
     - Obrigado, Cool Boy! É o buquê mais incrível que eu já vi - meu namorado sorriu e pediu para que a irmã segurasse um pouco as flores para poder me abraçar.
     Eu queria muito dizer parabéns e tentar expressar o quanto eu estava feliz e orgulhoso por tudo que ele andava conquistando, mas as palavras não saíam, então apenas o abracei com força até não poder mais.

P.O.V. King

     Depois de um bom tempo sendo cumprimentado por professores, colegas e parabenizando meus amigos, eu e Ram pudemos enfim ir embora. A cerimônia foi longa, e eu sabia que ele não se sentia muito confortável no meio de tanta gente, por mais que desse o máximo para esconder isso nessas situações especiais.
     Além disso, eu estava morrendo de fome, e os docinhos que ofereciam não eram suficientes, então nos despedimos da minha família e voltamos para a moto. Tive que dar um jeito de segurar o buquê com uma mão e a cintura de Ram com a outra, já que não tinha mais onde levar, e pensei que estávamos indo para casa até Ram virar em uma rua diferente do usual.
     - Esse não é o caminho para casa... o que você está aprontando? - perguntei.
     - Que sem graça, você percebe muito rápido - ele riu.
     - Você não respondeu minha pergunta, Cool Boy.
     - Você vai descobrir daqui a pouco... - ele continuou pilotando, tomando ruas estranhas. Acho que se passaram uns 15 minutos até chegarmos à mesma rua do começo.
     - Ram, por que estamos dando voltas? Eu tô com fome...
     - Não estamos mais... - ele virou em outra rua e seguiu como se nada tivesse acontecido. Prestei um pouco mais de atenção no caminho dessa vez, e não demorei para reconhecer que estávamos indo pra casa dos meus pais.
     Mas... nós não tínhamos acabado de encontrá-los na cerimônia? Por que estávamos indo pra lá?
     Pude ver a casa toda enfeitada de longe. Tinham outros carros estacionados por perto, além do normal. Paramos logo em frente e, em vez de explicar alguma coisa, Ram apenas indicou para que fôssemos até a porta.
     Assim que toquei a campainha, a porta abriu com tudo, e meus pais e amigos pularam lá de dentro.
     - Surpresaa!!