024.

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Eiva.

- Como assim, Eiva? - ele perguntou logo depois que falei isso e obviamente me senti um tanto quanto nervosa com isso, porque sabia que não éramos tão próximos assim e que um dia de conversa com ele não teria mudado isso

- Nada não, esquece o que eu ia falar - falei já me levantando e Vinnie se levantou junto, num movimento rápido do mesmo

- Espera Eiva. Me explica, o que você quer dizer com isso? Porque me perguntou isso do nada se é tão óbvio? - ele falou e fiquei pensando e mentalizando em algum tipo de conselho para dar para ele naquele momento, por isso acabei por sentar em sua cama de novo

- Ah, é que é meio estranho. Vocês se conhecem a pouco tempo, né? - perguntei e ele assentiu - então, você não acha que as vezes ela quer te controlar muito? Não precisa responder, porque eu não tenho nada haver com o relacionamento de vocês e conheci ela a pouco tempo. Mas tanto eu quanto Maddy notamos que ela não gosta da gente. As vezes, mesmo que tenha sido por pouco tempo, parece que você não gosta realmente dela, sabe? Parece que vocês dois se conheceram em um dia qualquer e desde então você não consegue mais pedir para ela se afastar. Eu acho que se parece também, não quer dizer que seja realmente isso. Mas acho que foi por isso que te perguntei - respondi, formulando toda uma ideia na minha cabeça repentinamente e ele ficou pensativo ainda me encarando

- Nem eu sei direito Eiva - ele disse, suspirando pesado e antes que eu me ajeitasse em sua cama de novo o mesmo se sentou do meu lado - eu nunca disse pra ela que estamos namorando, mas as vezes parece que ela já considera que sim. E eu realmente tenho medo de machucar ela se eu falar que quero, de algum modo, me "afastar" - ele disse fazendo aspas e olhando para algum canto aleatório do quarto não mais para mim - mas eu também não quero criar um relacionamento tão sério com ela agora. O que você acha que eu faço?

- Eu não sei Vinnie. Eu to tão perdida nas minhas coisas quanto você e acho que não posso opinar no seu relacionamento - falei, o encarando e ele parecia estar de certo modo cansado e eu me surpreendi pelo fato de que nunca o havia visto desse modo tão "vulnerável" como ele estava, ou como parecia estar - se você acha ruim deixar ela agora, tenta sei lá dar uma distância só.

- Você acha? - ele perguntou e fiz que não sabia com os ombros e acabei assentindo, fazendo com que o mesmo respirasse pesado e voltasse a me encarar

- Desculpa ter pesado o clima ainda mais com isso. Perguntei sem querer, você nem precisava ter respondido - falei, porque eu consequentemente estava com um peso na consciência por talvez ter tocado num assunto que Vinnie não gostava de falar muito e o mesmo deu um sorrisinho de canto

- Sinceramente, acho que as vezes eu preciso te ouvir um pouco - ele disse e acabou que eu fiz uma cara de quem estava confusa - a gente nem conversa muito, e por isso eu acho que a gente tem que começar a conversar mais porque acredita, seus conselhos são bons

- Que conselhos? Eu sou péssima nessas coisas - falei colocando uma das minhas mãos no meu rosto e ele negou com a cabeça sorrindo, já meio que deixando aquela tensão que tinha surgido no ar se esvair devagar

- Até que não. Enfim, agora eu já nem sei mais se vou atrás dela e não sei se pergunto pra você - ele disse e pensou em mais alguma coisa - o que eu faço?

- Pensei que não ia perguntar pra mim - falei rindo e ele acabou por rir de canto também - acho que você dá uma ligada para ela, pelo menos pra ver se ela está em casa ou algo assim.

- Também acho bom eu fazer isso, e logo porque senão depois vai ser pior - ele falou e rimos.

Me levantei, porque era claro que eu não iria passar a noite com ele e Vinnie foi pra sua cadeira de novo.
Parei na porta antes de sair e ainda continuávamos nos encarando.

- Lembra que você não precisa ser obrigado a ficar com alguém por pressão dessa pessoa. Enfim, eu vou indo lá, até o quarto de Maddy no caso. Boa noite, Vinnie - falei abrindo a porta e saindo dali, o ouvindo falar um boa noite.

Isso tudo estava ainda meio esquisito na minha cabeça, mas ao mesmo tempo eu ainda tinha uma sensação boa no meu corpo. Eu realmente havia sentido alguma coisa, só não sabia explicar o que era e aquilo me deixava ansiosa por dentro e fazia com que eu de certo modo me sentisse culpada, mesmo eu sabendo que as coisas não tinham nada haver com culpa ou coisas erradas.

Vinnie.

Não sabia, ou melhor, não tinha a mínima ideia do que tinha sido e como tinha ocorrido essa minha aproximação com Eiva. Foi tão momentânea.

Mas foi tão boa ao mesmo tempo. Por que afinal a gente já era de certo modo amigos, mas parecia que estávamos tão distantes e eu sabia que estávamos mesmo distantes um do outro e não gostava nenhum um pouco disso.

Termos passado a tarde juntos e ainda por cima conseguido se falar mais hoje a tarde, mudou algumas coisas e eu já queria poder falar mais com ela, mesmo eu sabendo que ela ainda não gostava muito dessas coisas.

Eiva era tímida e dava para perceber como se sentia na obrigação de desculpar por coisas normais que ela fazia. Parecia que ela tinha medo de alguma coisa e até um certo tipo de "trauma".

Eu achava estranho o fato de ao mesmo tempo parecer que eu conhecia muito ela, também parecer que eu não sabia nada sobre ela e que éramos completamente diferentes um do outro.

Queria conhecer mais ela, mais do que eu já conhecia e pedia muito profundamente para que ela também quisesse. Talvez jogar horas de conversa fora com Eiva fosse muito melhor do que ficar tentando explicar para Alex que eu e a garota éramos só amigos.

Eu não sabia o que tinha começado a sentir com a garota de uns tempos pra cá. Espero que tenha sido só um carinho a mais.

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ai que bobinhos genteh

kakakakak

Com amor, ml.

𝙄 𝙬𝙖𝙣𝙣𝙖 𝙗𝙚 𝙮𝙤𝙪𝙧𝙨 - 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora