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Harry Styles

Eu estava assustado, avisei minha mãe do que estava acontecendo, que rapidamente mandou eu ficar calmo e que estava vindo pra cá o mais rápido possível. Tentei me acalmar mas era impossível, eu podia sentir o medo no olhar da Sophia assim que entramos na sala cirúrgica.

O anestesista aplicou a peridural, e ela apertou minha mão forte, eu tentava passar o máximo possível de calma para ela, foquei meu olhar no seu, me abaixando e acariciando seu rosto, meu coração estava acelerado, suava frio, eu estava com tanto medo. Senti meu olho arder e olhei pro teto, fazendo com que as lágrimas não descessem.

— Pode chorar H. — Ela falou suspirando. — Estamos juntos nessa. — E então escutamos um choro.

Me levantei, encarando o médico com um bebê no colo, ele me mostrou e colocou ele em uma maca, e diversos médicos foram até o bebê.

— O Matteo é lindo. — Falei no ouvido da Sophia, que começou a chorar, beijei sua testa.

E então, o desespero tomou conta de mim, o segundo bebe foi retirado, mas não era possível escutar seu choro, o médico balançou a cabeça negativamente, preocupado, e senti meu coração quebrar em diversos pedaços.

Eu não conseguia olhar pra Sophia agora, não agora.

Tudo parecia passar em câmera lenta, as lágrimas já escorriam automaticamente, eles levaram o bebê até outra maca e mais médicos foram até ele. Sophia tinha entendido, ela chorava alto não muito diferente de mim. Fui retirado da sala para eles terminarem de fechar a Sophia.

Vários minutos se passaram, andava de um lado para o outro no hospital, eu não aguentava mais aquela demora, meu coração falhava cada vez que eu pensava nas cenas do parto, do médico negando com a cabeça, o meu choro era desesperador, algumas pessoas olhavam com pena e outras filmavam, mas eu não me importava com aquilo agora.

Era o preço da fama.

Me sentei em uma das cadeiras que tinha ali, apoiando minha cabeça nas minhas mãos, a insegurança tinha tomado conta de mim, senti uma mão no meu ombro e ao ver a minha mãe ali foi o suficiente para cair mais uma vez no choro.

— Mãe. — Falei ao ver a mulher com um sorriso confortante no rosto, ela se sentou ao meu lado e me abraçou. — Um dos gêmeos não chorou mãe, eu estou com muito medo.

— Eu estou aqui com você, ok? — Ela beijou o topo da minha cabeça. — É normal ter medo, aliás, são seus filhos, mas eles estão bem.

— Eu não sei o que fazer.

— Vai dar tudo certo meu amor.

— Sr. Styles? Posso conversar com você? — Iria responder mas o médico nos interrompeu pedindo para eu acompanha-lo, e entramos na UTI Neonatal. Ele me deu álcool em gel. — Pode segurar a mão dele se quiser.

Ele era incrivelmente pequeno, assim que o toquei ele sorriu banguela, era lindo, eu só queria pegar no colo.

— Esse foi o primeiro a nascer. — O médico me explicou as coisas. — E esse, foi o segundo. — Ele me levou até uma maca, Noah era ainda menor que Matteo.

— Eu acho que...

— Não, ele vai ficar bem, quis assustar o papai. — Ele riu sem graça. — Ele precisa de mais cuidados, pois o peso é um pouco menor que o outro, vamos fazer de tudo para que ambos fiquem bem.

— Obrigado mesmo. — Abracei ele, voltei meu olhar ao bebê em minha frente, estiquei meu dedo até sua mão e ele segurou forte, limpei minhas lágrimas com a manga da blusa, eu estava realizado. — E a Sophia?

— Ela está bem, deu tudo certo, está descansando no quarto, o senhor pode ir vê-la.

Olhei os gêmeos mais uma vez e fui até o quarto da Sophia, ela tinha os olhos fechados, me sentei na poltrona ao seu lado fechando os olhos, tentando assimilar tudo o que estava acontecendo.

— Não me esconda nada, como eles estão? — Abri meus olhos ao escutar a voz da Sophia. — Me fala Harry, por favor amor.

— Eles estão bem, vão ficar.

— Eles?

— Exato, os dois.... Matteo está melhor que Noah, mas ambos estão bem.

— Harry, eu não acredito. — Ela se sentou na maca e começou a chorar. — Eu achei que eu tinha perdido ele. — Fui até ela, abraçando, suas lágrimas molharam minha camisa. Escutamos batidas na porta.

— Papi? — Toda a tensão que tinha em mim sumiu, olhei para a menina baixa andando até mim, seus olhos verdes estavam vermelhos indicando que ela tinha chorado. — Estava com saudad...por que a mamãe está chorando?

— Vem cá sweet creature. — Peguei ela no colo.

Ficamos ali tentando explicar para a pequena tudo o que tinha acontecido, em uma linguagem infantil, Jade se animou quando soube que os irmãos tinham nascido e quase chorou quando falamos que ela ainda não poderia brincar com eles. Sophia estava exausta e acabou dormindo, Jade deitou ao seu lado e também se rendeu ao sono.

Era possível ver pela janela que o dia já tinha amanhecido, o sono já me incomodava, mas não queria dormir, tinha a sensação que algo aconteceria se eu dormisse.

— Licença, bom dia. — Um enfermeiro entrou no quarto, Sophia acordou imediatamente. — Vim trazer o café da manhã para a paciente podem ver o gêmeos pelo berçário.

— Ela também? — Apontei para Jade, e ele concordou com a cabeça. — Pelo vidro sim, mas só os pais podem entrar na sala, certo? — Ele serviu Sophia com uma bandeja que tinha frutas, pães, e suco, ela agradeceu sorrindo.

— Certo, muito obrigado, tenha um ótimo dia. — Desejei. — Como você está se sentindo?

— Um pouco de dor, mas bem. — Ela mordeu o pão. — Pronta pro próximo. — Arregalei os olhos.

— Acho que já devemos fechar a fábrica. — Ri.

Jade acordou roubando os morangos da mãe, o médico fez uma visita verificando se Sophia estava bem, e os resultados foram os melhores, dentro de alguns dias ela teria alta. Minha mãe e irmã apareceram com uma troca uma roupa para mim e Jade, as malas maternidade para o gêmeos e a da Sophia. Tomei banho logo após dando na Jade, fiz uma trança no seu cabelo.

— Eu estou linda papi, igual a você. — Ela me abraçou, deixando um beijo no meu nariz. — Te amo. — Ela não fazia ideia de quanto aquilo tinha significado pra mim.

— Eu também te amo. — Beijei seu pequeno nariz.

Peguei Jade no colo e fomos até o berçário, Sophia andava devagar, ajudei ela todo o caminho. Ela abraçou minha cintura ao chegar no vidro enorme, e lá estavam eles.

— Olha Jade, esse é o Matteo. — Apontei e a garota olhou curiosa. — E esse o Noah.

— Que fofinhos papai, parecem bonecas.

— Eles são lindos. — Sophia colocou a mão no vidro, sorrindo, beijei sua cabeça. — Harry?

— Hum?

— Nós ficaremos bem, certo?

— Certo. — Afirmei. — Nós vamos ficar bem.

We'll be alright.

Host Family - 2º Temp. [hes] Onde histórias criam vida. Descubra agora