Capítulo 8

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Acordei com uma luz fortíssima no olho. Pisquei algumas vezes, e percebi que estava em um hospital. Olhei em volta, ainda tentando me acostumar com a claridade repentina. Senti um fio enrolado em meu dedo e quando o levantei, alguém entrou devagar. Minha cabeça doía um pouco e senti uma tontura. O que houve? A mulher, que confirmei ser a enfermeira por causa da vestimenta, se aproximou e arregalou os olhos.

— Deus! Você acordou! Que bênção. — ela exclamou, surpresa.

— O quê? O que aconteceu? Por que estou aqui? — perguntei confusa.

— Calma, moça. Não fale muito. Fiquei quieta, chamarei o médico pra ver você e já já você ficará a par de tudo. — ela sorriu e saiu.

Em questão de segundos, um médico alto, gordinho e careca entrou. Ele tinha papéis na mão, e os analisava atenciosamente. Ele terminou e veio até mim.

— Clarisse, você finalmente acordou. Seus pais ficarão tão felizes. E seu irmão. — sorriu com vontade. que ainda não sei por que diabos estou aqui!

— Doutor, o que aconteceu? Eu sinto como se estivesse aqui há anos e... Não me lembro de absolutamente nada.

Ele suspirou e colocou os papéis em cima de uma mesa. Ele me olhou e sorriu, parecia não acreditar.

— É um milagre. Você bateu a cabeça ao desmaiar, segundo seus pais, e ficou em coma por três meses. Nós estávamos preocupados, pois você poderia ficar anos em coma...

Coma? Mas... Não me recordo quando bati a cabeça.

— Mas doutor... Não me lembro o que houve. Como isso aconteceu?

— Não se preocupe, você não deve ter perdido a memória, logo vai se lembrar. E, eu não acho que seja eu quem tenha que dizer isso. Foi um problema familiar. Mas esqueça isso por enquanto, o que importa é que você está acordada e bem. Preciso que você faça vários exames antes de te dar alta. Ah, e vou avisar seus pais. Licença. —  ele sai rapidamente do cômodo.

Juro que não me lembrava o que acontecera. Estava tentando ao máximo, mas parecia que a minha mente ainda dormia.

Alguns minutos depois, vi duas pessoas eufóricas e com lágrimas nos olhos entrarem em meu quarto: Meus pais. Senti uma onda de emoções ao vê-los, era como se tivesse passado muito tempo desde que os vira. Sorri e não pude evitar derramar uma lágrima. Estava morrendo de saudades.

Minha mãe chorava feito criança ao meu lado, me abraçando e dizendo milhões de coisas ao mesmo tempo que meu pai —  que também chorava — me pedia perdão várias vezes seguidas. Por que ela está tão eufórica e pede perdão a cada segundo? E por que meu pai está aqui? E ainda por cima, sóbrio?

— Gente... — eu pedi. — também estou contente em vê-los, mas o que aconteceu? Tem meia hora que estou pedindo explicações e ninguém diz nada. Não me lembro de nada.

Minha mãe parou sua choradeira, secou os olhos e apavorou-se.

— Você perdeu a memória?! Não acredito! — ela me olhou com os olhos arregalados de surpresa. Ai, mãe...

— Não, Não! Quer dizer, não me lembro o que aconteceu. Mas não perdi a memória, não deste jeito. __ disse, tentando acalmá-la. Eles soltam um suspiro de alívio e me abraçam. De repente, me lembro que não vi Lucas ali.

ClarisseOnde histórias criam vida. Descubra agora