Cap. 13

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Era só o que me faltava, o Lorenzo aqui em Capri comigo.

Durante o trajeto de carro até o hotel consegui não falar com ele sentando no banco do passageiro e no hotel fui correndo pro elevador.

Mas eu sabia que, eventualmente, nós teríamos que conversar, afinal eu não vou acreditar que ele está aqui por pura coincidência.

Eu vesti um short xadrez e uma blusa branca com decote em V, peguei um chapéu pro sol e uma sandália.

A Eliza tinha me falado que estava incluído na viagem um grupo de turismo e eu já estava indo me encontrar com eles.

Cheguei no local combinado e havia algumas pessoas esperando pra embarcar na van.

- Oi. - ouço de repente perto do meu ouvido e pulo pra trás.
- Credo, não faz isso.
- Desculpa. - diz o Lorenzo rindo do meu susto.
- Por que está aqui?
- Ora, consegui uma passagem no sorteio.
- A Eliza não tinha me dito isso! - digo com raiva, não aguento mais essas malditas coincidências.

Ele apenas fez uma cara de quem também não entendia, mas eu sei que tem algo muito estranho acontecendo.

- Nem faz sentido você estar aqui, você é guia de turismo, não precisa de uma excursão.
- É verdade, eu tô aqui por você.
- Como é?
- Eu queria conversar. - ele diz.
- É uma pena, eu não tenho nada pra falar com você.

Subo na van junto dos outros e por sorte consigo sentar longe dele.

Durante o passeio, percebo o olhar dele sobre mim e algumas vezes ele até parece agoniado.

Enquanto isso, o guia falava sobre a história da ilha para nós.

- Capri já foi uma vila de pescadores. No século XIX, ingleses e alemães se apaixonaram pela ilha e começaram a frequentá-la; a notícia da beleza do local atraiu mais pessoas e os pescadores viram ai a oportunidade turística que o lugar poderia oferecer. No fim, eles começaram a alugar barcos para passeios ao redor da ilha e o turismo começou a crescer com construção de hotéis, restaurantes e lojas.

Dito isso, a van parou e depois de ver alguns pontos fomos na direção de uns barcos. Eles iriam nos levar para ver algumas rochas e grutas.

Acho que a memória doeu celular vai ficar cheia de tantas fotos que eu tirei. Era tudo tão paradisíaco e calmo, quase esqueci que o Lorenzo estava aqui.

Na verdade, ele aproveitou que a senhora que estava do meu lado saiu pra tirar fotos em outro canto e sentou no lugar dela.

- Sabe o que eu acho? Eu faria um trabalho melhor se fosse o guia.

Eu apenas reviro os olhos.

- Por exemplo, eu te levaria na gruta azul. - mesmo não olhando pra ele, percebo que ele está olhando pra mim.
- Eu vi o panfleto, é a última parada.
- Sim, e acho que você vai gostar, é bem romântico.

Já estou perdendo a paciência.

- O que você quer Lorenzo? - pergunto com raiva me virando pra ele.
- Quero que me escute, quero me desculpar pelo que disse na mensagem. - ele parece abalado.
- Não importa.
- Eu tive motivos pra dizer aquilo, me deixa explicar.
- Agora não. - digo firme. Ele parece pensar um pouco e volta pro lugar dele.

Passado meia hora, chegamos no último ponto: a gruta azul.

Havia várias canoas feitas pra acomodar poucas pessoas. Íamos todos nos dividir nas canoas para passar um de cada vez pela gruta.

Quando estava prestes a sair do barco sinto uma mão no meu pulso.

- Espera, você vai comigo.
- O que?
- Eu falei com o cara que cuida do trajeto, vamos só nós dois na canoa.
- Subornou ele? - digo em choque.
- Foi necessário.
- E você sabe remar? - pergunto preocupada.
- Não é tão difícil.

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