Cap. 6

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Eu não estava nervosa. Eu não deveria estar nervosa, afinal não é um encontro. Provavelmente, um grupo de turistas vai estar lá e assim vai ser bem mais fácil ignorá-lo.
Não sei porque o fato de sairmos "juntos" me incomoda tanto. Talvez seja o fato da Eliza gostar tanto dele e não se dar conta que ele não sente o mesmo. Talvez eu me sinta culpada por ele ter um interesse em mim e não nela, mas o fato dela estar tão anciosa com esse passeio, sendo que ela nem vai, com certeza não ajuda em nada nisso tudo.

Logo logo, ele vai chegar e eu já quero estar pronta, para que não fique muito tempo me esperando, senão é capaz de a Eliza trazê-lo pra dentro e isso só vai deixar as coisas ainda mais desconfortáveis.
Escolhi vestir uma camiseta branca com jaqueta marrom, saia vermelho escuro um pouco acima do joelho, uma bota marrom na altura do calcanhar com salto baixo e um óculos por causa do sol.
Pego minha bolsa e vou descendo para esperar na sala. Percebo que minha tia Catarina está lá, arrumando
as louças usadas no almoço.

- Tia, a senhora não quer ajuda?
Ela se vira pra mim e diz: - Não precisa querida, não quero que se suje pro seu encontro.
- Não é um encontro! - digo um pouco desesperada de mais. Ela me olha assustada e começa a rir.
- Eu sei, só estava brincando. A Eliza nos disse que você iria conhecer a cidade oficialmente hoje. Aposto que depois vai querer ficar aqui pra sempre conosco.
- Eu já tenho essa vontade na verdade, só teria que trazer os outros lá do Rio.

Nós duas rimos, mas somos
interrompidas pela campainha.
Pego minha bolsa que tinha deixado no sofá, dou um beijo na bochecha da minha tia e corro até a porta antes que a Eliza chegue até ela antes.

- Tchau tia, te amo, beijos.
- Bom passeio, querida.- escuto ela dizendo antes de fechar a porta e quase trombar no Lorenzo.
- Nossa, calma. Não sabia que tava tão animada com a minha presença.- ele diz segurando meu ombro antes que eu desse de cara com ele. Me afasto rápido e digo: - A única coisa pra qual eu estou animada é o turismo.
- Nesse caso vamos logo. Temos muito o que andar.
- Espera aí. Vai ser só nos dois?- cadê o resto dos turistas pra ele não me notar???
- Achei que assim eu poderia te dar a atenção necessária. - mas isso é o oposto do que eu queria!!

Ele disse que primeiro iria me levar para o centro, onde ficava a Praça della Signoira, que ele dizia ser o coração da cidade e o centro da vida pública Florentina.
Chegando lá, ele começou a explicar a história por trás de tudo que víamos.

- Essa é a praça central de Florença. Aqui está disposta uma galeria ao ar livre. Hoje em dia, muitas comemorações da cidade são feitas aqui.

Era realmente fantástico. Haviam várias estátuas expostas no meio da praça e uma em especial me chamou a atenção.

- Ei, aquela não é a estátua de David, do Michelangelo? - perguntei enquanto apontava.
- Na verdade é uma réplica da original, que ficou aqui até 1873 até que foi transferida. - ele também me falou sobre outras estatuas que estavam por perto.
- As outras duas são de Netuno, para celebrar as vitórias navais da Toscana, e de Hércules e Caco que retrata a vitória do primeiro sobre a maldade de Caco, um dos episódios dos "12 trabalhos de Hércules".

O Lorenzo estava se mostrando tão culto e interessado nos monumentos que eu até esquecia como estava desconfortável com ele antes. Agora só quero ouvir ele falar por horas a fio sobre tudo que nós vemos.

 Agora só quero ouvir ele falar por horas a fio sobre tudo que nós vemos

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