A Mulher no Bar

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Ava saiu do chuveiro com delicadeza no banheiro cheio de vapor. Com um sorriso, ela enxugou a condensação no espelho, revelando seu eu coberto pela toalha.
Ela se preparou com eficiência, aproveitando o som. Uma música suave, um padrão pop otimista da época, enchia o quarto do hotel.

Após secar e pentear o cabelo, Ava deslizou em um lindo vestido vermelho comprado naquele dia. Sim, ela estava em Paris a trabalho, mas isso não a impediria de fazer compras. Só um pouco, pelo menos.
Colocou um par de saltos iguais de altura modesta. Uma borrifada rápida de perfume caro e caminhou pelo corredor em direção ao elevador.

O saguão do hotel era muito luxuoso. Um tapete estampado revestia o bar e a área de estar, enquanto grandes ladrilhos de mármore marcavam a entrada e o balcão de check-in. Os tetos altos ostentavam uma estranha variedade de espelhos circulares ​​com iluminação embutida. A área do bar estava escura, pois havia pouca iluminação. O ar era espesso com a fumaça do cigarro que pairava no ar.

Atravessando a fileira de homens parisienses fumando e conversando no saguão, Ava foi direto para o bar com passos decididos, ignorando seus assobios e propostas. Seu francês não era bom, mas ela entendeu o contexto dos comentários.

Inicialmente, ela havia planejado sentar-se sozinha, mas uma mulher de cabelos escuros no balcão do bar chamou sua atenção.

— Attendez-vous quelqu'un? (Esperando alguém?) – Ava perguntou com uma sobrancelha levantada enquanto gesticulava para a cadeira ao lado da mulher de cabelos escuros. Até mesmo sua roupa era impressionante, na moda.
Usava um par de, provavelmente, calças masculinas que estavam frouxamente em volta de sua cintura, presas com um cinto de couro, uma camisa de linho perfeitamente passada e um casaco elegante que estava agora pendurado nas costas da cadeira.

— Eu falo inglês – A mulher disse a Ava com o mais ínfimo dos sorrisos. – E não, eu não estou. Pode se juntar a mim.

— Meu sotaque é tão horrível? – Ava brincou enquanto se sentava ao lado da mulher.

— Certamente não é ótimo – Ela respondeu, enquanto girava suavemente o gelo em seu uísque.

— Eu sou Ruth, a propósito – Ava estendeu a mão.

— Judith – A mulher respondeu, segurando a mão de Ava com um aperto surpreendentemente firme – O que faz aqui em Paris?

— Estou aqui… – O barman as interrompeu e perguntou a Ava se ela gostaria de uma bebida, que ela pediu em um francês aceitável – á trabalho – Ela completou sua frase com um sorriso. – Nada de mais. E você?

— O mesmo – Judith respondeu calmamente.

— De onde na Inglaterra você é? — Ava se descobriu naturalmente curiosa sobre a mulher que se sentava ao seu lado uma sensação que ela raramente experimentava.

— Fora de Londres propriamente dita – Ela respondeu assim que a bebida de Ava foi trazida.

— Merci (Obrigada) – Ava disse ao barman, antes de voltar sua atenção para Judith – E como é Londres?

— Você nunca viu? – Judith não conseguia entender por quê, mas Ruth parecia uma mulher viajada.

— Sim, mas estou curiosa para saber o que você acha.

— Estranho. A maioria das pessoas não se interessa.

— Eu não sou como a maioria – Ava respondeu com um sorriso. – Embora os homens sentados ali pareçam estar interessados ​​em algo sobre você. – Ela acrescentou com uma piscadela.

— Não tenho certeza se isso é verdade. Um deles me disse para soltar o cabelo, para não ser confundida com um homem. – Judith relatou com um ressentimento velado.

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