O que você vai fazer, atirar em mim?

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Oi cupcakes
Eu tive um imprevisto ontem e não consegui postar. Sorry
Aqui está mais um capítulo 😘
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Ava e Beatrice esgueiraram ao longo do caminho congelado. Elas tinham escolhido propositalmente uma seção menos patrulhada do muro, embora fosse um parque nevado. Já era tarde e a atmosfera estava mais do que um pouco tensa. Havia vários pôsteres políticos colados nas pichações que adornavam a parede.

— O que estes dizem? —  Ava perguntou em um sussurro minúsculo, passando a mão sobre a superfície de concreto. Seu alemão falado era mais do que razoável, mas ela mal conseguia ler.

— Alunos contra o Xá...— Beatrice leu diferentes pôsteres enquanto elas continuavam — Justiça para Benno... Apoie o APO ... Saia do Vietnã...— Ela parou.

Quem é Benno? — Ava perguntou, com medo de parecer estúpida, mas ainda assim curiosa.

— Um estudante. Ele foi baleado durante um protesto da polícia — Beatrice explicou cuidadosamente — Alguns daqueles em nosso... ramo suspeita que o policial era na verdade um agente da Stasi ou da KGB, mas não tenho certeza se isso foi confirmado.

— Nossa… —  Ava estremeceu, mas não por causa da temperatura — A mulher da recepção estava certa, então. Sobre as manifestações?

— Suponho que sim — Beatrice parou por um momento, então continuou — Há manifestações em todas as grandes cidades do planeta agora, não apenas naquelas que estão dolorosamente divididas como Berlim.

— Há muita coisa errada, agora —  Ava respondeu sombriamente — Com o mundo, quero dizer — Ela testemunhou em primeira mão, muitas vezes.

— Concordo —  Beatrice parou, se escondendo atrás de um pequeno canteiro de arbustos. Ava o seguiu sem comentar. À frente, dois oficiais da Stasi saíram por uma pequena porta na parede, o único ponto de passagem em quilômetros. Eles ficaram parados na neve com desdém e a minúscula luz laranja de seus cigarros era tudo que dava cor à cena.

— Você quer pegar o da esquerda? — Ava respirou enquanto observavam os homens conversarem.

— Certo — Beatrice respondeu baixinho — Ao meu comando?

— Sempre — disse Ava se levantando, assim como Beatrice. Elas continuaram descendo a rua, caminhando como se fossem simplesmente duas amigas, em um passeio noturno.

— Halt! Wohin gehst du? (Pare! Onde vão?) — Um dos guardas alertou enquanto elas se aproximavam. Beatrice parou e ergueu as mãos, atuando.

— Ah! Eu sinto muito — Sua falsa inocência quase fez Ava rir — Não somos daqui, não sabíamos… — O guarda parecia arrependido e tirou a mão da arma.

— Estão perdidas? — Ele perguntou, seu inglês carregado com um sotaque. Enquanto isso, o outro guarda não falou nada.

— Sim — Beatrice deu um passo mais perto, assim como Ava — Nosso hotel é… — Ela puxou um mapa amassado do bolso e os dois guardas se abaixaram para olhar — Aqui.

Ela apontou para um local marcado no mapa para chamar sua atenção, antes de dar um soco no rosto de um dos guardas. Ava seguiu o exemplo um momento depois. Os dois caíram no chão, quase em uníssono.

— Vamos arrastá-los para aquele galpão — Ava gesticulou para o galpão do jardineiro a vários metros de distância — Eu não quero que eles tenham hipotermia aqui.

— Eu... Ok — Beatrice não queria questionar os motivos de Ava. Em vez disso, eles fizeram duas viagens, arrastando os homens para o galpão. Cuidadosamente, Ava tirou todas as balas de suas armas e as jogou no lago do lado de fora.

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