Um Amor, Doutor (Carlisle Cullen)

Capítulo 32

As nuvens densas cobriam todo o céu pela manhã. E eu sabia, que a qualquer instante, neve iria cair aos montes por toda Forks. E que provavelmente, esse adiantamento da neve, tinha alguma coisa a ver com minha melhor amiga. Ice.

Carlisle tinha ido embora logo depois de Ice ir caçar. E bom, também não tinha como ele ficar, Lyra ainda estava dormindo, e eu tinha que providenciar uma boa noite de sono também. E com um Deus grego tão perto de mim, isso nunca, em ipotese nenhuma iria acontecer. Porque... Bom temos coisas muito mais interessante para fazer, não é mesmo?

Fiquei olhando para o nada, até ouvir os resmungos da minha estrelinha. Ela estava de bunda para cima, com o rosto completamente afundado no travesseiro, e os bracinhos batendo do colchão. Lyra com toda certeza não era das manhãs. Igual eu, eu qualquer pessoa com no mínimo um pouco de auto preservação.

Como eu odiava acordar cedo. Soltei um resmungo quando um cheiro ruim me atingiu, e vi a minha filha olhar para mim e soltar uma risada sapeca. Revirei os olhos e a peguei no colo, troquei a sua frauda suja, e coloquei um agasalho quentinho em seu corpo. E desci as escadas com ela no colo.

Estranhamente, Abigail estava ali, sentada na mesa com o meu tio do lado, com um enorme sorriso no rosto. Franzi o cenho, mais resolvi deixar para lá. Eles tinham virado amigos no final. Respirei fundo e dei um bom dia para os dois, vendo eles fazerem o mesmo comigo.

— Bom dia Lucy. — meu tio me cumprimentou, e depois voltou a tomar seu café normalmente. Abigail levantou e sem me avisar, quase arrancou Lyra dos meus braços, que foi sem nenhum protesto para os braços da babá. Bufei não acreditando que a minha filha teve a ousadia de me trocar pela babá. Tipo, isso não deveria ser nenhum pouco certo, né?

Respirei fundo e sentei no meu lugar na mesa, vendo que o meu prato já estava cervido, e com um pequeno bilhete em baixo dele, só com a ponta para o lado de fora. Engoli em seco, e olhei para meu tio.

— Charlie. Quem fez o café hoje? — ele deu de ombros com a minha pergunta.

— Aquela sua amiga. Sabe? Aquela com nome de gelo. Aliás, quem coloca o nome da filha de gelo? — ignorei as últimas palavras do meu tio, e abri o pequeno bilhete discretamente. Não acreditando no que via.

Abri um mini sorriso. Além de me entregar um café da manhã dos deuses, ainda tinha conseguido me dar a localização exata do homem das cinzas. Ice era literalmente a pessoa que com toda certeza merecia uma medalha de ouro. Ela era fantástica.

Perfeiction!

— Abigail? Você poderia fazer cuidar de Lyra até tarde hoje? — perguntei tendo total consciência que eu já estava avisando muito daquela mulher.

— Claro Lucy! Eu iria ficar do mesmo jeito mesmo. Seu tio me convidou para jantar hoje. — pisquei, e discretamente olhei para Charlie que deu de ombros para mim. Ele estava mesmo interessado na Abigail? Ou era só eu que estava começando a ver coisas? Bom, só espero que ele não apronte nada com ela.

Dei de ombros e terminei de tomar o meu café, levantando logo em seguida e saindo da casa.

Meu carro estava estacionando bem do lado da viatura de Charlie, e eu quase me bati quando percebi que eu não tinha pegado nem ao menos a chave do meu carro. Mais, sem muita dificuldade, e um pouco de consentraçao. Consentrei um pouco do controle no meu carro, e logo a porta se abriu, e ele começou a andar.

Soltei um suspiro. Só espero que ninguém resolva me parar, seria bem complicado explicar o porquê eu não estar usando nenhuma chave, e claro, como isso é possível.

E bom. Também seria divertido. Soltei uma risada. Sim, talvez eu não tenha acordado muito bem hoje, talvez isso tenha aver com uma bela noite conturbada, com um sonho mais conturbado ainda, que me fez literalmente… bom, me fez literalmente ficar no mínimo... excitada. Caralho.

As estradas estavam praticamente vazias. E por nenhum momento, desacelerei o carro. Essa era uma boa hora para aparecer, afinal, eram vampiros, em um lugar que o sol estava impressionantemente alto e forte. Eles provávelmente estavam presos dentro de algum lugar. Não, uma casa, como Ice tinha escrito no bilhete.

Respirei fundo e dei a volta no lago. O cheiro deles parava por ali, e eu tinha quase certeza que eles passavam por dentro da água, para camuflar o cheiro. Mais nada passa por uma dominadora, e eu já sabia qual das casas eram. Uma de material, gasta e com uma das paredes completamente lotada de rachaduras.

Respirei fundo e sai do carro. Eu odiava o cheiro forte de repulsa, e tinha uma enorme energia vindo dali. Provavelmente tinha algum recém criado com algum dom. Algum dom forte que me fez querer não estar ali, e muito menos, perto daquela área.

E aquele cheiro forte de mais, irritava o meu nariz. Mas, mesmo assim eu abri a porta que estava encostada. E vi a casa completamente vazia.

Voltei caralho!