Um Amor, Doutor (Carlisle Cullen)

Capítulo 45

depois de suas semanas, descobri que a concepção de simples de Carlisle é bem diferente da do resto da população.

não me entenda mal, eu tenho mais dinheiro do que posso gastar, mesmo que minha vida se alongue ate o final do infinito, mas, aparentemente aquele homem tem bem mais que eu.

hoje, acordei tarde, enrolada nele, com Lyra em cima do seu peito, ele abriu um enorme sorriso, me ajudou a me trocar e vestiu a bebe com uma roupa mais quente, hoje era um dia como qualquer outro naquela cidade, frio, úmido, nebuloso, feio. e naquela manha não seria diferente. depois, me ajudou a descer as escadas com alguns brinquedos para a pequena brincar na sala, e rapidamente fez algumas panquecas para mim comer, e uma papinha para a pequena.

ate ai tudo estava indo bem demais, normalmente era eu que assumia a liderança da cozinha de manha, meio dia e de noite. Abigail me ajudava vez ou outra, mas, mesmo assim, era normal me ver ali.

e depois de me alimentar. ele tirou novamente aquela chave de dentro do bolso da calça, e simplesmente disse onde nos iriamos dar um passeio naquela manha.

— isso esta longe de ser só uma simples cabana... — murmurei quando vi a casa, se eu pudesse chama-la assim. dois andares de uma arquitetura francesa, janelas francesas, vigas francesas, pedestais franceses, se duvidasse, aquele tom pálido de azul tivesse um nome chique em francês. — pretende abrigar toda a família aqui?

ele soltou uma risada.

— não é uma má ideia querida, mas pretendo estar sozinho com você o máximo de tempo que puder. amor. — esta tarde ele estava se mostrando bastante galanteador. — vamos entrar, ainda tem muito o que lhe mostrar. não consegui decorar todo o interior, não tive tempo o suficiente, mas tenho certeza que você também gostaria de fazer isso. — minha estrelinha resmungou no meu colo, e puxou uma mecha do meu cabelo. ele soltou uma risada.

— acho que ela também quer dar uma opinião, que tal alguns ursinhos de pelúcia jogados no chão da cozinha. Charlie talvez fique mais feliz sem toda aquela bagunça na casa dele. — Carlisle soltou uma risada, colocou as mãos no bolso e balançou a cabeça. — vamos entrar de uma vez então.

claramente a parte de dentro era tão deslumbrante, a casa estava praticamente pronta, os moveis estavam todos ali, ainda tinha muitos lugares vazios, mas a casa era grande, ainda via muitos lugares em branco, onde se poderia colocar toda a personalidade que uma casa alegre precisava ter, e eu queria, uma casa alegre, feliz, com crianças correndo de um lado para o outro. com todo ali, felizes.

eu sempre tinha gostado de cuidar, desde muito nova eu tive alguém para fazer isso, errei muito com Julia por conta disso, mas não posso dizer que não cuidei dela quando nossa mãe morreu, e quem ficou conosco, não queria o peso se duas crianças para ele cuidar.

nunca tinha sido uma obrigação.

— O que foi minha estrela? — era a rapidez que Carlisle tinha que me assombrava mais, ele se encostou em minhas costas e me colou em seu peito, o corpo frio nunca tinha me incomodado, e naquele momento, me senti quente, quente e acolhida, fazia dias que me sentia mais sentimental do que era o normal, tudo parecia ser muito maior do que o normal.

— acho que sinto falta. — fazia meses que eu não via Julia na minha frente, e não tinha recebido nenhuma mensagem ou ligação dela desde que tinha me mudado para Forks, e para mim que nunca tinha ficado tanto longe daquela garota quase me doía fisicamente. tinha acontecido algo parecido quando fiquei gravida de Lyra. falando dela, aparentemente estava muito agitada naquela manha para não querer mexer em tudo que estava vendo.

— Nos podemos convida-la para nos visitar. — ele passou uma das mãos pelos meus braços, ate chegar no cotovelo, por fim, nos abraçou. Lyra soltou um resmungo alto. — o que você acha?

assenti rápido, era o que eu pensava para as próximas semanas, como é bom falar de planos com outra pessoa. nunca tinha sido alguém que compartilhava problemas, mas, aparentemente, era melhor quando se tinha uma pessoa que gostasse de ouvir.

companheiros, não era?

— Sim, estava pensando nisso, mas, mais para frente, sabe, daqui uns oito meses, queria pegar ela de surpresa. — quase podia ver a testa de Carlisle franzir o cenho. ele me virou de frente para ele, e com cuidado, me abraçou com Lyra no meio de nos dois.

— Uma surpresa? pensei que já tinha falado a ela sobre ter encontrado um companheiro, não entendo que outra surpresa tenha para dar. — apertei minha filha contra meu  peito, olhei nos grandes olhos amarelos do meu companheiro e abri um grande sorriso.

— Oh querido, ela vai se surpreender muito quando me ver com uma família tão grande, afinal, não é para qualquer um resolver casar com alguém cheio de filhos. — fingi contar nos dedos de uma das mãos com uma cara confusa. — com tudo isso, todos juntos, tenho sete filhos, não é?

já tinha ouvido falar que vampiros podiam ficar horar e mais horas completamente parados, nunca se cansavam, tive minhas duvidas quando li livros ou quando algumas dominadoras me falaram. agora vejo, que é algo totalmente possível.

Carlisle, parou, simplesmente parou, com toda certeza se seu coração ainda batesse, teria parado. e lá estava ele, vidrado em mim. em contra partida, eu já estava mais nervosa do que deveria. talvez começasse a gritar com ele por sua falta de atitude. mas aparentemente sua paralisia não duraria para sempre.

— como?

— sete Carlisle.

— Sete?

— Sete. — ele soltou um suspiro, mais por costume do que por necessidade.

— Você esta gravida. — soltei uma risada.

— Sim, tudo indica que sim, mais sabe como é uma mulher sente esse tipo de coisa, e as mulheres da minha espécie tem o costume de fazerem milagres quando o assunto é colocar mais uma no mundo. e queria só avisar que talvez não fosse só um, foi uma profecia de uma bruxa normalmente ela acertam e... — ele me interrompeu quando me abraçou forte. 

— você não estava conseguindo mais me surpreender não é? — uma risada alta o atingiu. — tem noção de como isso me deixa feliz? — não evitei rir.

— espero que esteja ansioso também.

— com toda certeza.

— vai dar bastante trabalho.