Um Amor, Doutor (Carlisle Cullen)

Capítulo 7

A escola de Forks era um enorme campo aberto com alguns prédios soltos por ele, com interligações entre eles que formavam um tipo de meia lua. A estrutura era antiga, dava para se ver por conta das diversas imperfeições em diversos pontos diferentes das paredes. E mais parecia um lugar para abrigar pessoas loucas, um hospício. Sim, um hospício.

Acho que todas as escolas tinham esse mesmo padrão, nos faziam sentir no inferno. E como eu agradeci por ter que parar os estudos por um tempo por conta da gravidez. Eu me lembro que eu estava a ponto de explodir, e que eu não conseguia mais ver um livro estudantil com os mesmos olhos de antes, pareciam mais uma máquina de tortura do que só conteúdo.

Respirei fundo duas vezes antes de entrar na secretaria e avistar uma senhorinha sentada em uma cadeira giratória com um livro nas mãos.

- Bom dia. - comprimentei e ela me olhou por cima dos óculos com as lentes grossas.

- Posso ajudar? - ela perguntou e eu cheguei mais perto da sua mesa.

- Sim, eu preciso fazer a minha matrícula. - ela fez uma careta e depois me olhou de cima a baixo.

- Você precisa de um responsável presente criança. - revirei os olhos e olhei para trás vendo que não tinha nem um ouvido curioso por perto. Respirei fundo e olhei nos olhos da senhora, vendo sua íris expandir levemente e depois voltar ao normal.

- Eu não preciso de nenhum responsável senhora, sou maior de idade, e não me importo de estou entrando no último trimestre do último anos. - abri um sorriso. - Então acho que você também não deveria se importar, e complicar as coisas. - ela piscou algumas vezes, meio perdida, antes de me olhar novamente e abrir o primeiro sorriso que provavelmente ela abriu hoje.

- Está bem queria. Só gostaria de pedir os seus documentos e os seus registros escolares para poder registrar. - eu entreguei a ela os papeis, e depois observei ela trabalhar anotando as minhas informações, e as passar de uma forma bem lenta para o computador a sua frente. - Pronto querida, aqui está os seus papéis da transferência, e os seus documentos. - ela entregou as minhas coisas. E depois abriu um sorriso.

- Obrigada... - olhei o seu crachá. - Senhora Mennes. - ela assentiu para mim, e quando eu estava me virando para ir embora, ela falou.

- Senhorita de Swan. Amanhã passe aqui para pegar os seus horários. - ela falou, e eu assenti.

- Sim, vou vim. - e a passos rápidos, eu saí praticamente correndo da secretaria.

Sinceramente, eu simplesmente odiava fazer isso, repudiava na verdade, mais eu tinha o controle nas minhas mãos, e eu preciso disso.

Revirei os olhos. Quem eu estou querendo enganar? Eu não sou uma garotinha ingênua, burra e sem personalidade. Eu sou má quando preciso ser. E sou um demônio quando a situação exige. E hoje, a situação estava praticamente exigindo.

Sorri, eu, talvez, poderia gostar um pouco de usar o controle para isso. Era fácil usar, não demandava muito de mim, e qualquer tipo de sobrenatural pensava que eu era um vampiro do tipo dos originais. Me escondia de certa forma.

Bella estava me esperando do lado de fora, escorada na velha caminhonete laranja.

- Está tudo certo? - assenti e abri um sorriso.

- Tudo perfeitamente certo, agora só falta ir a creche e ver se ainda tem vagas. - Bella deu de ombros.

- Acho que não tem muitas crianças pequenas em Forks para encher uma escolhinha. - ela falou, e eu estava torcendo para que ela estivesse certa. Porque se não, eu ia precisar encontrar uma babá em uma cidade pequena que não deveria ter nem um corretor de imóveis por aqui, e além disso, precisava ser alguém de confiança, alguém que tivesse esperiencia com crianças pequenas, e que começasse a trabalhar amanhã. Eu já tinha avisado muito do meu tio, fazendo ele não ir trabalhar hoje, enquanto eu me estabelecia em Forks...

Soltei um suspiro.

- Espero que você tenha rasão. Agora, vá para a sua aula, já deve estar começando. - a garota assentiu, e entrou na lata velha, e depois de alguns segundos, não estava mais na frente da secretaria.

Comecei a caminhar para fora do terreno da escolha, mais diminui meu passo quando senti... algo diferente no ar. Não, algo não, um cheiro diferente, que me fez coçar o nariz, era um cheiro doce, doce até demais para o meu gosto, e tinha algo mais nele, algo como o cheiro de um lobisomem. Cheiro de cachorro molhado, ou de terra molhada.

Fiz uma careta e continuei caminhando, mais parei novamente, quando a vi. No topo de um prédio, uma mulher olhava para baixo, ruiva, e vestida com roupas comuns para um humano. Mais com toda certeza do mundo ela não era humana. Uma vampira, sim, com toda certeza uma vampira. Engoli em seco, e segui o seu olhar, vendo a caminhonete de bela fazendo uma curva para a direita, e entrando no estacionamento dos alunos.

Revirei os olhos.

Pelo visto, a história de atrair problemas, não era só uma brincadeira que a minha mãe fazia.

Sim, sim, nós Swan, adoramos os problemas. Principalmente os problemáticos.

E parece que a minha prima estava bem envolvida com eles.

Eu só tinha que descobrir como ela veio parar nesse mundo. No mundo do sobrenatural, no mundo cheio de perigos. Talvez Charlie soubesse me esplicar essa história direito.

Mais agora eu tinha mais algumas coisas para fazer, e eu infelizmente tinha que correr antes que o dia acabasse.