O Som Mais Bonito

Ação. Percepção. Emoção.

Esses eram os três pilares da vida de Sophia Bleinn.

Houve um tempo em que seu mundo era repleto de cor e forma. Suas mãos viviam sujas de tinta ou grafite, seus cadernos cheios de esboços. Suas camisas preferidas pareciam um céu estrelado de tantos respingos de tinta.
Um dia perfeito? O cheiro de tinta fresca lhe invadindo o olfato, de um quadro que ainda estava secando, enquanto ela se deliciava lendo um livro sentada em seu pequeno divã; alguma de suas músicas preferidas tocava ao fundo e uma xícara de chá esfriava na escrivaninha.

Mas então ela teve que priorizar algumas coisas em sua vida.

Escola. Ensino Médio. Vestibular.
Com o tempo, a arte perdeu o foco, e as palavras foram tudo o que restaram de seus velhos hábitos. Mas isso foi uma escolha. Que poderia ser repensada a qualquer momento.

Ou era isso que ela pensava, porque toda sua percepção de mundo estava desaparecendo aos poucos agora.

Como se não bastasse, sua primeira paixão resolve dar as caras depois de um tempo distante. Uma nova amizade surge, com um músico problemático. Sua família está desmoronando aos poucos.

Como Sophia poderia descobrir a si mesma, quando todas suas certezas, as bases de sua vida estão ruindo?