8. Adorável

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Adora fumava olhando a varanda do quarto com uma expressão ambígua, por um lado satisfeita pelo sexo, pelo fato de ter dado uma lição na garota que a afrontou; por outro, parecia que um tanto de insatisfação pessoal lhe consumia. Catra estava entre os lençóis, ainda tentando se recuperar. Cada vez que transava com a loira, ela conseguia lhe surpreender, e essa última então... Às vezes, parecia que ela simplesmente perdia o controle.


— Vou pra casa, tá? — a morena disse enquanto terminava de se vestir.

A loira arqueou o rosto de leve, sem olhar totalmente para ela. — Do whatever you want. (Faça o que quiser.). — disse sem cerimônia.

Catra franziu o cenho. Não sabia o que significava, mas ela se dividia em querer ir embora dali logo, e tentar de leve uma aproximação com aquela monstra do sexo, não sabia o que valeria mais a pena e só levantou, calçando os tênis se preparando para deixar o quarto, mas Adora a puxou pelo braço.


— Pode ficar mais um pouco...App-...Catra? — disse desviando o olhar disfarçadamente.

Catra gelou ao ouvir ela chamando-a assim pela primeira vez. A única vez que ela a tinha chamado pelo primeiro nome ao invés de seu irritante sobrenome fora naquele sonho, e bem, não era hora nem lugar de lembrar daquilo. — Você...quer que eu...fique? —perguntou surpresa.

— E se eu quisesse, você ficaria? — devolveu a pergunta.

— Tá bem...eu fico. — Catra disse após pensar por dois segundos.

Adora ofereceu a carteira de cigarros. Permaneceu em silêncio por um instante, até depois de um breve suspiro começar a falar.

— Desculpa se...acabei...passando dos limites...


AVÁ QUE ELA VEM ME FALAR ISSO AGORA, SÉRIO ADORA? ME FAZ DE BONECA INFLÁVEL E VEM PEDIR DESCULPA, DESCULPA É MEU OVO. ­— Imagina... tá tudo ótimo. SÓ TÔ UM POUCO ARDIDA E MEIO SEM AR, MAS TÁ VALENDO.

O silêncio reinou por breves segundos.


— Essa cidade aqui é bem diferente de onde eu vim. — Adora disse séria, soava nostálgica.

— Você não é daqui de Etheria, né?

— Não. — Adora respondeu meio seca. — Já ouviu falar de um lugar chamado First Ones?

Catra assentiu negativamente com a cabeça. — Nunca vi mais gordo.

A loira deu um sorrisinho breve. — Ainda bem.

A morena percebeu que, apesar da hesitação de Adora, ela precisava ter aquele diálogo e resolveu arriscar o território, já que agora parecia que elas estavam compartilhando certo nível de intimidade, além da sexual.


— E por que você veio pra Etheria, então? — perguntou.

— Trabalho... — Adora disse, mas seu tom parecia esconder algo mais.

— E você não tem...família ou...alguém...lá? — perguntou meio apreensiva.

Adora piscou meio pausadamente. — Tenho... uma irmã. Ela lembrou de Mara e Catra viu seu semblante mudar, ao mesmo tempo em que ela própria suspirou aliviada, já estava pensando que teria uma concorrente para se preocupar. Se sentou mais próxima à Adora.

Hey, Professora - Catradora (Em Reescrita; soon)Onde histórias criam vida. Descubra agora