Hey, Professora - Catradora (Em Reescrita; soon)

32. "Etérnia"

Spoiler: cabaré, okay?

A partir desse cap vocês vão conhecer meu xodózim dessa fic XD

Boa leitura!

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First Ones era uma cidade com muitas opções para uma jovem moça de 21 anos disposta a experimentar todas as loucuras que a juventude e o seu dinheiro proporcionavam. O horário beirava à meia noite, ela olhava no relógio de marca no pulso, ansiosa.

O dia tinha sido uma completa merda, não muito diferente de todos os outros desde que a mãe partira. Adora Grayskull precisava se entorpecer, esquecer as brigas com a irmã mais velha, o abandono da mãe, as responsabilidades que batiam à sua porta logo de manhã cedo, os rótulos que pesavam sobre sua consciência todas as noites. Ela vinha de uma família famosa de gerações de advogados, mas praticamente tinha ojeriza de pensar em cursar Direito, — pior —, de se ver engravatada perante um tribunal, e na menos pior das hipóteses; se ver trancada em um escritório assinando papéis para empresas: a vida de sua irmã. Mara quase não tinha vida social. Adora sabia que não queria isso para si própria. Decidiu por ir contra tudo e todos, uma vez que a opinião que mais deveria importar, a de sua mãe, não passava de um sopro ao vento; Light Hope tinha deixado de existir para ela. Então que tudo fosse à merda.

Ela mirava a fachada do grande prédio azul-escuro, já se encontrava meio ébria por ter começado a se alcoolizar desde cedo. Adentrou o lugar sem se interessar muito pelo que ele parecia ter a oferecer na primeira impressão diante de seus olhos. Contudo, como era esperta, já havia coletado informações o suficiente para saber onde residia o tesouro escondido naquela estrutura. Sequer precisou de cerimônia para acessar o piso inferior do grande clube. Desceu por uma escada estranhamente decorada em tons de vermelho rubro, e logo deu de cara com uma porta dupla de cortinas numa cor que lembrava o bordô. Ela leu rapidamente "Etérnia" e o slogan misterioso, o qual lhe chamara bastante a atenção.

"On your knees"

(De joelhos)

Estava mais do que tentada e decidida a entrar. Não pretendia ficar de joelhos. Estava confusa se o slogan estava em sentido literal ou figurado, mas a ideia do clube parecia tentadora. Desde que começara a se excitar com a ideia de controle no sexo, coisas que descobriu em filmes , ela passou a querer reproduzir o comportamento quando ficava com algumas garotas, mesmo que sem compromisso, Adora precisava estar no comando mesmo não sabendo ainda tão bem como exerce-lo. As meras ideias lhe deixavam louca, ainda não tinha experimentado sexo em toda a sua essência. Não era sua intenção naquela noite, entretanto, o encontro com um par de olhos dissimulados da cor vinho lhe conquistaram assim que pôs o pé dentro do estabelecimento.

A jovem moça loira entrou observando atentamente a decoração. O teto iluminado por uma grande lâmpada fluorescente horizontal que piscava ora vermelha ora azul, uma barra de pole dance onde uma performer com poucas roupas deslizava teatralmente em uma quase ginástica artística erótica. Adora passeava por entre o imenso salão vermelho rubro, e viu cadeiras acolchoadas ao derredor, algumas estavam ocupadas por pessoas distintas tomando drinks e conversando entre si, ela pôde reconhecer alguns rostos de alta patente. Sorriu abismada ao mesmo tempo em que preocupada.

Ainda não estava totalmente à vontade, porém, deveras curiosa como um filhote de animal a explorar uma floresta selvagem. E ali não lhe faltariam oportunidades de ir direto ao abate. Ela acabou caminhando um pouco perdida até encostar na bancada de drinks, perdeu-se um pouco naquele mar de escolhas. Foi tirada da contemplação pela voz doce e cativante de uma mulher branca de olhos cor de vinho, cabelos cacheados na altura da nuca. Ela carregava no rosto um delineado peculiar, o olho direito sob um traço singelo de sombra azul-celeste, o esquerdo sob o mesmo traço, só que amarelo, quase dourado. Nunca tinha visto tal tipo de maquiagem em um rosto de mulher, logo se encantou, ficando boquiaberta. A mulher aproximou-se sorrateira de seus lábios, quase roubando-lhe um beijo com a respiração tão próxima.