43. You've got a fire inside, but your heart is so cold

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Mimo da noite/madrugada

Spoiler: não, não é cabarét, nem mostra de cabarét, mas tem um negocin que cês vão curtir XD

Glossáriozin: Subspace: momento em que ê bottom (submisse) tem a sua consciência levada para outro plano ou dimensão em função de um contexto BDSM bem construído e onde ocorrem as descargas de adrenalina e endorfinas derivadas da profundidade e execução da cena feita de maneira saudável.Femdom: De modo geral, é a dominação em cena/relacionamento em que uma mulher exerce controle psicológico e físico sobre um parceiro homem submisso.



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Cinco dias depois...


Manhã de sexta-feira. Pela primeira vez ela não queria levantar somente para trabalhar. Boa parte de sua vida era focada no ganha-pão que, diga-se-de-passagem, não precisava ser executado tão à risca como ela achava que devia. Sentia-se obrigada a viver para a função. Talvez fosse sua válvula de escape para também lidar com a ausência da mãe desde tão cedo. Adora não era a única a ter sofrido e varrido para debaixo do tapete as próprias emoções como forma de suprir um buraco psicológico. Mara havia se tornado uma viciada em trabalho e embora conversasse bastante com a irmã, não tocavam muito no que as duas sabiam, mesmo que de maneira implícita, que ainda era uma ferida dolorida.

Estranhamente, depois de ter conhecido a exótica proprietária do clube noturno, Mara se sentia diferente hoje. Uma parte sua adormecida há muito, parecia querer acordar. Huh, that's kinda weird... (Huh, isso é meio estranho...) – referia-se ao fato de estar com outros pensamentos logo de manhã cedo do que correr para o escritório e enfiar a cara em montantes de relatórios.

Alongou os membros ainda na cama, levantando-se em seguida. I must be sick. (Eu devo estar doente.). Trocou os pijamas verde-claro e desceu para o café-da-manhã. Como sempre, os empregados da casa eram sua companhia mais próxima embora mantivesse com eles uma interação cordial, porém um pouco fria. Foi quando percebeu-se completamente sozinha naquela mansão gigantesca e foi invadida por uma sensação ruim. Lembrou-se da irmã naquele momento e ainda que Adora estivesse lhe ligando cada vez menos, ela compreendia que ela e a cunhada haviam passado muito recentemente por uma baita crise e que precisavam de um bom tempo para elas curtirem a boa maré em que estavam, segundo palavras da própria Adora em seu último contato.

Tomava o café ligeiramente amargo e olhava para o retrato da mãe a uma curta distância da mesa. Where are you, Light Hope? (Onde você está, Light Hope?). Se questionava saudosa. Dentre tantas questões a cuidar pela empresa e o nome da família, Mara também não admitia muito bem sentir a falta da figura materna como Adora, que exacerbava isso em sua mania de controle e uma arrogância, por vezes, desmedida. A mais velha guardava para si e convertia em desejo excessivo pelo trabalho. Mecanismos de defesa.

A pura impressão de não só estar como ser solitária agora a incomodava a ponto de lhe trazer um nó na garganta. Tinha apenas 34 anos, era muito bem-sucedida profissionalmente, mas no fundo, também carregava o mesmo estigma da irmã caçula: era um pequeno iceberg quanto a lidar com sentimentos. Não que ela não fosse capaz de desenvolver interesse afetivo por alguém, mas até então, ninguém havia lhe despertado este lado. Era quase como uma condição sine qua non para se envolver com alguém, precisava de uma espécie de conexão. Quando se deu conta do que estava pensando, a imagem mental do olhar bordô de sua cliente cobriu toda a sua visão como uma memória vívida. Mara olhava um ponto fixo na direção da parede. Seu corpo estava ali, seus pensamentos, por outro lado, vagavam distantes.

Hey, Professora - Catradora (Em Reescrita; soon)Onde histórias criam vida. Descubra agora