Frustrada, Suria percebe que havia se desviado da rota durante a noite, e estava ainda mais longe do seu real destino. E agora? Levaria ainda mais tempo para encontrar a caverna, e tempo era tudo o que ela não tinha.
Pelo menos, a jovem vê no mapa que há uma pequena aldeia próximo a ela. Talvez lá alguém pudesse ajudá-la. Reúne, então, seus pertences, sobe em seu cavalo (que, a propósito, se chama Takif), e ambos seguem o caminho.
Porém, em um certo ponto da floresta, as densas folhagens tornavam a estrada escura. De repente, seu companheiro de viagem começa a ficar inquieto, olhando para os lados e girando as orelhas.
- O que houve Takif? Ouviu alguma coisa? - pergunta Suria.
Takif fica ainda mais agitado.
- Calma, garoto! - diz a princesa tentando se equilibrar.
Ambos se assustam ao verem homens saindo dos arbustos, e correrem em sua direção. Takif empina, assustado, e acaba derrubando Suria, que bate a cabeça ao cair no chão. Sua visão fica turva; ela apenas vê vultos estranhos se aproximando, e logo tudo escurece.
É... viajar sozinha foi uma péssima ideia.
- Você acha que ela vai ficar bem?
- Se você orar por ela, tenho certeza que sim.
- Tudo bem.
Querido Deus, agradecemos pela nossa vida. Por favor, faça essa moça melhorar, para ela poder continuar servindo aO Senhor aqui na terra. Amém.
Que vozes eram aquelas? Suria abre os olhos vagarosamente.
- Bem-vinda de volta.
A moça procura ver quem fala com ela. Virando-se, vê um rapaz, alto, e vestido com uma roupa de peles de animais. Ao pé da cama onde está deitada, vê também uma jovem, que a encara com um doce sorriso.
- Onde estou? Quem são vocês? - pergunta Suria, tentando se levantar, mas ainda um pouco tonta.
- Meu nome é Sarim, esta é minha irmã Aysha; e você está em Yoreh, aldeia dos arqueiros. A pergunta é, o que está fazendo tão longe de casa?
- O quê? Como sabe de onde venho? - indaga a princesa, preocupada.
- Suas roupas e a sela do seu cavalo dizem muito. Você veio da cidade central não é mesmo?
- Sim... - responde Suria, desconfiada.
- Qual é o seu nome? - pergunta Sarim.
- Suria. - diz ela.
- É um prazer conhecer você, Suria. - diz Aysha com voz alegre.
- O prazer é meu - responde a princesa, um pouco desconcertada. Depois de tanto tempo sem a convivência familiar, ela já não sabia muito bem como demonstrar carinho.
- Você deve estar com fome - diz Sarim, trazendo uma tigela de sopa - Aqui, coma um pouco, vai te fazer bem.
Ainda um pouco assustada, Suria aceita. Na verdade, a sopa estava deliciosa. Aquelas estranhas pessoas, apesar de a terem assustado, apareceram em boa hora. Afinal, alguém que conhecesse a floresta como eles conheciam poderia ajudar na jornada.
Um dia e meio já se passaram desde a chegada da princesa à aldeia. Depois do almoço, Sarim dirige-se à porta da velha cabana, e diz à Suria:
- Nós vamos ao vilarejo comprar alguns mantimentos. Quer vir conosco?
A jovem apenas concorda, e os acompanha. Do lado de fora, diversas pessoas andam de um lado a outro, comprando, conversando, e alguns até discutindo. Pareciam ser pessoas boas, e Suria precisava de ajuda, mas como pedir?
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A Saga de Suria: Em Busca da Verdade
AdventureUma princesa, uma caverna e muitos segredos. Suria é uma jovem monarca que vê seu mundo virar de cabeça para baixo. Seu próspero reino agora parece um cenário de lendas de terror, seu pai já não se importa com a família e com o reino, e sua amada mã...