capítulo 2

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Lá estava eu, sentado no banco traseiro com dois homens que eu nunca tinha visto. Podia sentir o ar frio que vinha do ar-condicionado, os bancos traseiros eram confortáveis, mas nada disso ajudou a diminuir minha apreensão. Havia passados vários minutos e nada deles pronunciarem uma só palavra. Naquele momento percebi que eu mesmo devia falar, caso contrário, podia ficar em sérios apuros.

- quem são vocês? E como sabem que meu amigo Robert está em perigo? Eu disse, em um tom baixo. Relutava para eles não perceberem o nervosismo em minha voz. 

- e quem quer saber? Disse o motorista, sem tirar o olho do volante.

- oras! Vocês me param no meio da rua, me seguem desde a delegacia e afirmam que sabem como salvar o meu amigo! Era vocês que me deviam explicações! Eu praticamente havia gritado, quase me esquecendo que podia estar falando com dois assassinos.

- escute. Disse o homem assentado no banco dianteiro. - o seu amigo Robert, tem algo de interesse de nossa companhia. É crucial a informação que ele possuí, daí a necessidade de salva-ló.

- deixo eu adivinhar. Eu interrompi.  - É a respeito da senha do protocolo, correto? Os dois agora trocavam olhares, eu podia perceber nitidamente que eles haviam ficado intrigados.

- como sabe disso? Perguntou o motorista, inclinando um pouco a sua cabeça.

- Eu ouvi quando um dos sequestradores falou. O carro agora dobrava em uma esquina em direção ao centro. Os dois homens ainda não tinham ficados satisfeitos com a minha resposta.

- então, você estava lá? Perguntou o motorista.

- não, Robert fez uma chamada de retorno para mim, logo apos isso, eu pude ouvir o que ele queria que eu ouvisse. Foi exatamente isso que os sequestradores queriam. A senha de um protocolo. Os dois homens agora se viravam para frente novamente. Pude notar um pequeno risinho do homem que estava no banco dianteiro.

- o que foi? Esta achando que é mentira? Eu disse, com incômodo em minha voz.

- não. Ele respondeu. - Estava rindo porque da mesma forma que você soube do protocolo, nos soubemos onde você estava.

- como? Eu perguntei, sem entender nada.

- Por acidente.

A conversa havia cessado. Agora o motorista manobrava em um terreno abandonado. Não havia ninguém nas redondezas, aquilo foi Algo que realmente me deixou nervoso.

- o que estamos fazendo aqui? Eu perguntei, cuidadosamente tentando abrir a porta sem eles perceberem. Mas eles continuaram em silencio. O motorista havia desligado o motor. Podia ouvir um barulho estranho vindo dele, como alguns estalos. "Sera que eles estão armados?!". Só de pensar nessa possibilidade, eu entrei em total desespero. Mas tive que me controlar, talvez fosse somente algo de minha cabeça.

- Essa é a minha parte menos favorita. Disse o motorista olhando para o homem assentado ao seu lado.

. engraçado. Disse o outro. - essa é a minha predileta. Eu não havia entendido do que estavam falando. Mas quando eu menos percebo, em um movimento rápido, o motorista engatilha uma pistola longa com silenciador e aponta em minha direção.

- o que, o que isso? Disse, totalmente paralisado de medo.

- desculpe garoto. Eu fui pago para isso. Mas Calma, o seu amigo esta seguro, por enquanto. Eu não havia entendido o do porque daquilo, apenas respondi ao meu instinto primordial: sobreviver. Abaixe-me no banco tentando inutilmente me safar da morte, mas era inevitável. Ele com certeza iria me aniquilar com um só disparo. E quando fechei meus olhos, esperando o inevitável,  ouvi dois disparos. que por sorte, nenhum havia sido em mim. Demorei um pouco para abrir meus olhos novamente. Mas antes de que eu tenta-se, uma voz apressada falou comigo.

- venha garoto, rápido. Quando olhei para quem estava falando, era um rapaz de cabelo cacheado estendendo a sua mão. Sem pensar duas vezes, passei pelos dois corpos ensanguentados e sai pela porta do motorista. Quando me ví de frente a ele, pude notar que era mais alto e mais magro do que eu, bem mais magro.

- quem, quem é você? Eu perguntei, ainda em estado de choque.

- eu? Sou seu amigo, Robert.

Em definitivo, aquele não era nem de longe, meu amigo de infância Robert.

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