Capítulo 30

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Estava de noite quando eu havia embarcado no jato da tão famosa NSA. Eu estava nervoso, com medo e com dores, já que não havia me recuperado totalmente do acidente. Eu sentia uma ansiedade estranha, como se algo tivesse a acontecer... Era um pressentimento que logo eu iria descobrir que era verdade.

Mas em quanto o jato viajava a 500 KM/H, Robert permanecia sentado duas poltronas na minha frente, inerte em seu aparelho tecnológico que eu não sabia qual era. A doutora Ruth estava em uma pequena sala particular e antes de embarcarmos ela havia dito para que somente falasse com ela em caso de extrema urgência.

- tenho assuntos cruciais para tratar com meus comandados e preciso de silêncio total, entendido? Disse ela, não fazendo um pedido, mas dando uma ordem.

Já estávamos viajando a mais de duas horas e o trajeto começava a ser tedioso. Eu estava sentado a viajem toda em uma poltrona branca, olhando para o horizonte resplandecente que, após ter passado varias horas admirando-o, já havia perdido sua "magia". A viagem seria algo bastante desagradável se não fosse por Robert, após finalmente desligar seu aparelho, dedicar um tempo para me explicar melhor o que estava acontecendo.

- Funciona da seguinte forma, meu caro amigo. - começou ele, de forma objetiva - Ruth já trabalhou com a instituição que seu pai fez parte. Ela saiu porque descobriu qual eram os verdadeiros planos desta organização. E antes que você me pergunte qual é esta entidade, eu lhe respondo: É a própria NSA.

- como? Mas ela não é a diretora da NSA?

- um dia ela foi, mas não é mais. Pelo motivo que acabei de citar. E a única razão pela qual ela precisou mentir para você naquele hospital era porque nós dois sabíamos que você só viria conosco pela força ou indução de uma suma autoridade. E como a segunda opção era a única que assegurava sua integridade física, já que você estava internado, resolvemos optar pela indução. Caso contrário, você iria nos bombardear de perguntas e não tínhamos tempo para questionamentos.

Naquele momento eu me senti um completo tolo. Eles haviam me enganado da maneira mais banal possível, mas o que mais me deixava aflito era o fato de Robert ter me enganado também. Mas dada as circunstâncias, eu não estava disposto a criar uma contenda ali, não naquele momento e não naquela hora. Por isso, resolvi optar pelo silêncio e deixei Robert continuar.

- continue. Eu disse, com uma expressão vazia no rosto.

- ótimo, era isto que eu pretendia. Vou ser o mais objetivo possível aqui Caio. Quero que você entenda logo o que está acontecendo de verdade, porque precisamos urgentemente da sua cooperação. Antes de começar gostaria de pedir a você duas coisas: silêncio e atenção. Caso contrário, não poderei expor os fatos de maneira clara e concisa.

Começaremos do início.

- Meu pai havia construído um programa muito poderoso baseado nas antigas notas do meu avô que, por alguma razão que eu não sei dizer, jamais havia terminado seu projeto. O Morfeu. Este programa teria somente uma utilidade: quebrar todas as linhas de código de um software baseado no Unix. Como? Você deve estar pensando. É bem simples, um dos computadores da IBM possuía todos os códigos de acesso ao sistema Unix na década em que meu pai viveu - 1975. E Quando ele conciliou o script do Morfeu junto com tal computador, ele descobriu que todos os códigos Unix tinham uma falha, e esta falha possibilitaria uma invasão completa de qualquer sistema baseado no Unix. Veja bem, todos os computadores hoje derivam - em menor ou maior grau - desta linguagem de programação. Agora imagine o poder deste Script capaz de invadir qualquer sistema caindo em mãos maliciosas? O que seria da era digital hoje? Já que tudo atualmente é computadorizado, e todos os computadores conectados a um sistema podem ser invadidos? Pense um pouco nisto Caio. O mundo digital está em risco, mas não só ele, os milhões de usuários que dependem dele também!

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